Política
Reitor da UFRJ profere palestra em Porto Velho sobre desafios e perspectivas universitárias no cenário político
Terça-feira, 29 Agosto de 2017 - 18:47 | da Redação
Em Porto Velho nesta terça-feira (29) para participar de Aula Magna de início de semestre promovida pela Universidade Federal de Rondônia (Unir), o reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, doutor em Educação Pública, ministrará palestra sobre a relação da Universidade e a democracia: desafios e perspectivas.
Também foi absolvida a ex-presidente do Centro Acadêmico do curso de Engenharia, Thaís Zacharia, acusada pelo mesmo processo por terem promovido evento em praça pública com o lema “UFRJ em Defesa dos Direitos Humanos”.
Sobre o processo que respondeu acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de improbidade, por participar de ato contra impeachment da ex-presidente Dilma Roussef, o reitor foi absolvido em maio deste ano, quando a 21ª Vara Federal do Rio de Janeiro negou a ação civil pública movida pelo órgão fiscalizador federal.
Também foi absolvida a ex-presidente do Centro Acadêmico do curso de Engenharia, Thaís Zacharia, acusada pelo mesmo processo por terem promovido evento em praça pública com o lema “UFRJ em Defesa dos Direitos Humanos”.
“Eles (MPF) entendiam que nós estávamos utilizando o patrimônio público para promover visão político-partidária, mas o ato não foi dentro da universidade. Ainda bem que se chegou a essa conclusão. Caso houvesse continuidade no processo seria uma sinalização muito ruim para a sociedade brasileira de que não estaria havendo uma liberdade plena de pensamento, análise, debate, discussões, uma vez que isso tudo está assegurado pela Constituição Federal”.
Novo Ensino Médio
Está em curso no Brasil uma séria de mudanças, que segundo o professor Leher estão acontecendo de maneira muito aceleradas e muito pouco refletidas. “Isso nos preocupa muito, porque política educacional deve ser sempre uma política de estado e não conjunturais de governo, algo que desorganiza a educação brasileira”, analisa.
Para o doutor em Educação Pública, no caso da reforma do Ensino Médio, “existe uma preocupação quanto ao que está sendo anunciado pela publicidade oficial, que não corresponde ao que está sendo vivenciado na vida real daqueles estudantes”, afirma.
Exemplificando o contrário ao que está sendo veiculado na propaganda do governo federal, a ausência de cursos profissionalizantes nas escolas é um dos quesitos questionados pelo professor. “Não há infraestrutura hoje nas escolas para se criar uma nova rede de formação profissional no Brasil. Temos uma rede muito importante dos institutos federais, mais de 700 espalhados pelo país, e que deveriam ser fortalecidos, e a reforma vai na contramão de uma tendência mundial de que os estudantes do Ensino Médio devem ter uma formação cultural científica mais ampla”.
Leher questiona a conclusão do Ensino Médio com conhecimento razoável satisfatório de Matemática, e nenhum de História ou Geografia. “Estamos vivendo um mundo muito interconectado, muito complexo, com muitas incertezas, e os estudantes devem ter uma formação geral que os possibilite pensar os grandes temas, e sobretudo pode perseguir uma formação permanente, que passa pelas universidades, pelos estudos tecnológicos, o que não pode ser antecipada para o nível Médio”.