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Política

Veja matéria do Jornal Valor Econômico sobre a Citroën de Porto Velho

Terça-feira, 16 Dezembro de 2008 - 16:04 | Valor Econômico


Com o título, “Concessionários seguem rastro do progresso nos rincões do país”, a jornalista Marli Olmos escreve para o jornal Valor Econômico sobre a visão do empresário Isac Portela, que está instando a Citroën em Porto Velho. Veja matéria completa:



Hoje é dinheiro vivo que movimenta a economia na região e, ao contrário dos tempos do garimpo, a riqueza já não vai mais embora junto com o ouro. Em outubro começou a funcionar o primeiro shopping center da capital de Rondônia, com empresas âncoras como Renner e C&A. Nos próximos dias chegarão as primeiras lojas Carrefour e da rede McDonalds.

Quando ingressou no ramo do comércio de veículos, há cerca de 20 anos, era o tempo do garimpo em Rondônia. Uma picape custava um quilo e meio de ouro, lembra. Os ourives entravam com o papel de intermediários do negócio.

Hoje é dinheiro vivo que movimenta a economia na região e, ao contrário dos tempos do garimpo, a riqueza já não vai mais embora junto com o ouro. Em outubro começou a funcionar o primeiro shopping center da capital de Rondônia, com empresas âncoras como Renner e C&A. Nos próximos dias chegarão as primeiras lojas Carrefour e da rede McDonalds.

Embalado no progresso da região, Isac construiu seu pequeno império. Ele já tem cinco concessionárias, das marcas Ford e Peugeot, espalhadas num raio de cerca de 700 quilômetros, que inclui as cidades de Vilhena e Ji-Paraná, no caminho entre Porto Velho e Cuiabá. Na próxima semana inaugurará a primeira Citroën da região, no cruzamento das avenidas Pinheiro Machado e Rafael Vaz e Silva, um dos pontos mais movimentados de Porto Velho. O empresário já se inscreveu também no processo de seleção para mais duas concessionárias em Rio Branco (AC).

Enquanto nos grandes centros urbanos só se fala na crise que derrubou as vendas de automóveis, em muitos rincões do país a expansão da rede de concessionários não parou.

Em regiões como Porto Velho não é simplesmente o crédito que move o comércio de veículos, mas o ritmo de empreendimentos como as novas hidrelétricas, que injetarão riqueza na economia local. No canteiro de obras da usina Santo Antonio trabalham hoje 1,5 operários. Serão 8,5 mil daqui a pouco mais de um ano, quando a construção exigir três turnos. Em 2009, a usina de Jirau, do mesmo porte de Santo Antônio, também deve iniciar obras, 100 km abaixo.

Os fabricantes de veículos estão de olho nos comerciantes e profissionais liberais que vão lucrar com o aumento da massa salarial em regiões como essa e que buscam novidades para consumir. Por isso, investem na ampliação dos pontos-de-venda de carros, com ênfase nos luxuosos.

Com experiência de 32 anos nesse tipo de trabalho, o diretor de desenvolvimento de rede da Citroën, Domingos Boragina Neto, diz que não se pode parar de inaugurar concessionárias por conta da crise no crédito. "Nesse ramo é preciso saber trabalhar na crise", afirma o executivo que tem passado a média de três dias por semana em aviões e automóveis para inaugurar ou acompanhar as obras de futuras concessionárias. A Citroën tem 108 revendas e começará 2009 com 116 casas. Serão abertas mais 20 ao longo de 2009. Para 2010, a meta é ter 160 pontos.

São as marcas mais novas, como é o caso da Citroën , que tem apenas 2,6% do mercado nacional, que têm investido mais na expansão da rede como forma de obter maior participação no mercado. Na primeira fase desde que chegaram ao país, em meados da década de 90, essas marcas trataram de estruturar presença nos grandes centros urbanos. Agora chegou a hora de explorar as áreas mais escondidas.

Boragina usa o mapa do Brasil para saber onde ainda há chances de colocar mais pontos-de-venda. A 220 quilômetros de Goiânia, o município de Rio Verde é rico em soja, um produto também afetado pela crise. Mas o que tem mais chamado a atenção dos grupos que abrem lojas de veículos nessa cidade é o efeito do enriquecimento na região desde que a Perdigão se instalou ali, há oito anos. Em Rio Verde está o maior complexo agroindustrial da Perdigão, com 8,5 mil funcionários. Além da própria estrutura, o projeto atraiu para a cidade uma cadeia de produtores integrados e empresas que atuam em segmentos complementares.

Em Santa Cruz do Sul (RS), onde até maio será aberta mais uma concessionária da Citroën, o estímulo econômico vem da plantação do fumo, em torno do qual operam as principais empresas do setor, incluindo a Souza Cruz.

Os planos da Honda, marca japonesa dona de 4% do mercado hoje, também são ousados. A montadora conta com 145 concessionários e quer chegar a 180 em 2009. A meta seria ainda mais ambiciosa não fosse a crise. Os planos iniciais eram para 200 pontos no próximo ano, segundo o gerente geral comercial, Alberto Pescumo.

As marcas que querem ampliar suas fatias no mercado brasileiro contam ainda com ajuda dos próprios concessionários. São eles que farejam os rincões dos rincões.

O empresário Luiz Fernando de Toffol já tinha concessionárias Troller e Subaru em Curitiba (PR). Mas conseguiu convencer a Citroën de que valeria a pena abrir uma em Ponta Grossa, a 140 quilômetros da capital do Paraná. Um dos pontos que mais chamou a atenção da montadora no projeto foram os dados relacionados à expansão econômica na região por conta da presença da Tetra Pak, empresa de embalagens no distrito industrial de Ponta Grossa.

Hoje, o grupo de Toffol se expandiu também para Guarapuava, Cascavel, Porto Branco e Toledo, além de um novo projeto em Foz do Iguaçu. Apesar da crise, ele diz que tem batido recordes de vendas graças a essas expansões

Na rede Honda, o concessionário de Recife é que irá abrir novo ponto em Jaboatão dos Guararapes. O revendedor de Natal abrirá uma loja em Mossoró, a 250 quilômetros da capital. Na Renault, outra francesa em expansão, o grupo que atua em Recife decidiu investir em outras duas capitais do Nordeste: no ano passado abriu loja em Salvador (BA) e vai agora para Fortaleza (CE). " Isso faz parte da nossa estratégia de fortalecimento", afirma o vice-presidente comercial, Christian Pouillaude.

Muitas vezes, a nova área é até próxima de uma cidade onde a marca já atua. Mas é preciso estar alerta aos hábitos da população. Muitas marcas têm, por exemplo, dificuldade para entrar em Belo Horizonte (MG), o segundo maior mercado do país. Por fidelidade ao investimento na fábrica em Betim, a Fiat domina esse mercado.

É preciso ainda observar eventuais rixas. É o caso das vizinhas paulistas Taubaté e São José dos Campos ou Campinas e Americana. "Tem gente que não quer comprar nem remédio na cidade vizinha", diz Boragina.
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