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Cobras do Forró comemora 30 anos lançando mais um CD; Confira a história da banda

Sábado, 15 Maio de 2010 - 09:25 | RONDONIAGORA


Cobras do Forró comemora 30 anos lançando mais um CD; Confira a história da banda

A coluna “Na Boca do Povo” abre um espaço especial para registrar o trigésimo aniversário de existência daquela que é considerada como sendo a maior e melhor banda de forró de Rondônia e uma das melhores do Norte do Brasil: OS COBRAS DO FORRÓ. Na verdade trata-se de uma homenagem especial a esse grupo de músicos e intérpretes, que com tanto talento e respeito às coisas de nosso Estado, inclusive, já chegou a se exibir em palcos artísticos brasileiros importantes como no Ceará, terra do forró e do baião, sob a inspiração consagradora do saudoso e lendário Luiz Gonzaga.



A banda OS COBRAS DO FORRÓ, ao longo de seus 30 anos de existência trás consigo um legado de respeito e reconhecimento por parte do público rondoniense, e também, de brasileiros que para cá vieram e continuam a vir, desfilando em seu repertório os maiores sucessos nacionais, além de mostrar uma ecleticidade musical que agrada a todos os tipos de público que prestigiam as suas apresentações, sejam estas em locais de grandes eventos (exposições, feiras, etc), seja em clubes, casas de shows, ou em seu reduto próprio, na denominada “TOCA DOS COBRAS”, uma agradável chácara encravada numa área verde às proximidades do “Parque Natural de Porto Velho”.

Em meio a esse clima de alegria e comemoração, sobre modo, pelo lançamento de mais um CD para os seus fãs, a coluna “Na Boca do Povo”, entrevistou o Maestro Zezinho, o “Zé da Sanfona” como também é conhecido. E, num papo descontraído, o líder dos COBRAS DO FORRÓ falou das emoções que tem vivido nesses trinta anos de história da sua banda, além de revelar detalhes interessantes e pitorescos da mesma, de seus músicos, desde a sua formação inicial até chegar ao grande grupo de profissionais que a compõe na atualidade.
Solícito, feliz e sorridente, o Maestro Zezinho respondeu a todas as nossas perguntas mostrando sempre um orgulho imenso da profissão que abraçou e dentro da qual se tornou respeitado e líder.

RONDONIAGORA - Zé, como nasceu a banda OS COBRAS DO FORRÓ?

MAESTRO ZEZINHO -
Nasceu do sonho que acalentei desde criança de me tornar músico e cantor, ou seja, sanfoneiro. Porém, isso no início foi muito difícil, porque meus pais eram pobres e não tinham condições de comprar uma sanfona para mim e muito menos de me colocar numa escola de música lá no município onde nasci: Manicoré, no estado do Amazonas. Porém, jamais abandonei meu sonho. Sonho que só fez crescer quando viemos morar em Porto Velho e quando eu tinha apenas cinco anos de idade. Cresci alimentando essa idéia. Só que até chegar à formação da banda demorou cerca de vinte anos.

RONDONIAGORA - Detalhe mais essa fase da sua vida.

MAESTRO ZEZINHO -
Vamos lá. Pouca gente sabe que meu nome é José Nunes das Neves, tenho 59 anos de idade. Sou casado com a Sra. Raimunda Maciel da Silva e pai de três filhos: Jackson (estudante de arquitetura, na Uniron), Michele e Mayára (estudantes de medicina, na Bolívia). Fixei residência em Porto Velho há mais de 54 anos e espero nunca mais sair daqui, pois a cidade e o povo me acolheram, bem como aos meus familiares. Sou grato por tudo isso, principalmente pelos incontáveis amigos que tenho (gente grande e gente do povão), principalmente da imprensa em geral.

RONDONIAGORA - E a banda, Zé? Fale sobre ela.

MAESTRO ZEZINHO -
As coisas somente começaram a engrenar por volta de 1980. Naquela época a banda OS COBRAS DO FORRÓ tinha apenas quatro componentes: Eu (na sanfona), Sabá (no triângulo), Fiel (no zabumba) e o Raimundo Taxista (no pandeiro). Nós ensaiávamos praticamente todos os dias, pois queríamos nos tornar músicos de verdade. Sonhávamos nos apresentar em público e gravar discos. A nossa pretensão era muito grande mesmo.

RONDONIAGORA - E aí? O que foi acontecendo?

MAESTRO ZEZINHO -
Aí, naquela época, os radialistas Alfredo Barradas, Walmir Miranda, Vivaldo Garcia, Isaac Ferraz, Edinho Marques e Osmar Vilhena foram nos permitindo fazer apresentações na Rádio Caiarí (dentro do estúdio e com a utilização de apenas dois microfones), em programas como: Canta Brasil e A Hora da Boemia. As apresentações ocorriam à noite, após as 21 horas. Foi assim que fomos caindo no gosto do povo de Porto Velho e cativando os visitantes. Depois passamos a nos apresentar, aos domingos, na sede do Botafogo, à época do saudoso Sr. José Camacho, pai do “Camachinho” que também muito nos ajudou.

RONDONIAGORA - Quando a banda começou a aumentar o número de seus componentes?

MAESTRO ZEZINHO -
Isso ocorreu por volta de 1982/1983, quando juntaram-se a nós: Cural (cavaquinho), João Batista (violão e bandolim), Toinho (percussão), Ramos (trompete) e o saudoso ex-prefeito Chiquilito Erse (na bateria). Passamos então, de quatro para nove componentes. Porém, Chiquilito ingressou na política e não deu prosseguimento no grupo. Mas sempre esteve ao nosso lado ajudando e incentivando para que seguíssemos em frente.

RONDONIAGORA - E depois?

MAESTRO ZEZINHO -
Em 1990, a banda OS COBRAS DO FORRÓ ganhou nova formação com os seguintes integrantes: Eu (na sanfona), Sabá (triângulo), Pezão (que faleceu em 2009), no zabumba, Dadá (que também já é falecido) no contrabaixo, João Batista (violão), Toinho (bateria) e Afonso (croner). Daí por diante começamos a tocar, também, em bailes carnavalescos e a melhorar os nossos instrumentos e equipamentos. Fomos nos consolidando junto ao público rondoniense, principalmente, em Porto Velho e Guajará Mirim. Gravamos então nosso primeiro disco LP (bolachão) e os primeiros CD´s ao final da década de noventa. Atualmente, já temos gravados: 01 LP e 06 CD´s. E estamos aprimorando o trabalho de lançamento de nosso primeiro DVD, sendo que, uma parte está elaborada, e daqui a pouco estará na praça para os amantes do forró curtir à vontade.
Atualmente a banda tem os seguintes componentes: Eu (na sanfona de 120 baixos), Arquibaldo (contrabaixo), Sabá (triângulo), Fánka (bateria), Zé Maria (guitarra), Tião (teclado-1), Hélton (teclado-2), Zé do Zambumba (no zabumba), Mário, Regiane e Patrícia (croner´s).

RONDONIAGORA - Fale sobre o lançamento do último CD dos COBRAS DO FORRÓ.

MAESTRO ZEZINHO -
Isso ocorreu no dia 09 deste mês, na “Toca dos Cobras”, em Porto Velho, em presença de quase duas mil pessoas que foram nos prestigiar. Aliás, sempre aos domingos, quando estamos na Capital nos apresentamos ao público no horário das 15 às 21 horas. O ambiente em meio à natureza é bastante agradável, também, porque os presentes se quiserem podem tomar banho de igarapé ou pegar uma boa chuveirada, saborear tira-gostos diversos, além de água, refrigerantes e uma geladinha com moderação. A “Toca dos Cobras” também oferece amplo estacionamento para automóveis e motocicletas e a proteção de uma boa equipe de seguranças. O local é bem iluminado e o acesso é por via totalmente asfaltada.

RONDONIAGORA - Zé, a algo mais que você queira acrescentar?

MAESTRO ZEZINHO
- Sim. Os integrantes da banda “OS COBRAS DO FORRÓ” se sentem agradecidos ao público, as autoridades e a imprensa (rádios, jornais, televisões e sites) pelo apoio que sempre lhes foi dispensado. A todos, indistintamente, o nosso muito obrigado.

Também não poderia deixar de lembrar com saudade e nostalgia daqueles componentes da banda que já nos deixaram (faleceram) como: Dada, Fiel, Araújo, Mauro Puruí e Pezão. Jamais os esqueceremos. Eles, em vida, muito colaboraram, para que chegássemos onde hoje estamos em termos de reconhecimento do nosso trabalho profissional. Fizeram e sempre farão parte do sonho que conseguimos tornar realidade. Deus os tenha em sua Sagrada Morada.

Também, nessa oportunidade, queremos agradecer as distinções e honrarias endereçadas pelos diversos segmentos da sociedade rondoniense a banda “OS COBRAS DO FORRÓ”. Dentre essas: Homenagem da Câmara Municipal de Porto Velho; Polícia Militar de Rondônia; Colégio Rio Branco; Associação dos Taxistas de Porto Velho; Coordenação do Arraial Flor do Maracujá; Centro de Estudos e Pesquisas Políticas e Econômicas; Jornalista Zé Katraca; e Governo do Estado de Rondônia.

Essas homenagens têm um grande significado. Refletem, portanto, o quanto o nosso trabalho é reconhecidos em nossa cidade, em nosso Estado e fora dele também. Tudo isso é razão de imenso orgulho para a família “COBRAS DO FORRÓ”.

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