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Exigência do Sindur pode comprometer ainda mais arrecadação da Caerd
Sexta-feira, 21 Julho de 2017 - 16:40 | da Redação
Patrocinado pela faustosa cúpula do Sindicato dos Urbanitários (Sindur), o movimento grevista pode complicar mais ainda a já combalida Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (Caerd). A paralisação completou 10 dias e a estatal não tem como negociar os 7% de aumento salarial retroativo a 12 meses como exigem os sindicalistas. Pelos cálculos simplórios, ceder essa margem de reajuste comprometeriam mais 3% de toda a arrecadação da empresa. Hoje, 82% das receitas da companhia vão para folha de pagamento.
Promoções irregulares
A Justiça do Trabalho detectou irregularidades nas promoções de alguns trabalhadores da Caerd garantidas na época da chamada gestão compartilhada, quando o Sindur tinha plenos poderes para decidir os rumos da estatal. A Caerd paga salários equivalentes aos patamares de executivos de grandes empresas da iniciativa privada. Um grupo de 12 pessoas recebe R$ 8.500,00 e outro formado por 37 empregados leva mensalmente R$ 6.500,00.
Bolada extra
Caso vença a demanda, cada servidor do grupo dos 37 levará um “extra” de R$ 5.460,00. O próprio diretor do Sindur, Wilson Lopes, recebeu em salário, conforme o Portal de Transparência da Caerd, R$ 22.919,00. Aplicado o reajuste e as tais perdas salariais, o dirigente sindical embolsará R$ 19.248,00. Direito a greve e reajuste salarial são garantias assistidas a todo servidor, mas jogar contra o patrimônio, privilegiando uma determinada classe em detrimento a sociedade em geral, não deve prevalecer na gestão pública.
Ente privado
O caminho para a Caerd é a privatização. Os estudos estão em andamento entre o Estado e o município de Porto Velho, o verdadeiro dono da concessão de água e esgoto. O futuro concessionário não deve aceitar pagar esses altos salários a esses atuais empregados e restará a demissão a maioria do quadro. O sindicato, protetor dos direitos dos trabalhadores, deveria se juntar ao Governo e prefeitura para encontrar uma saída para preservar os empregos ao invés de arruinar as contas da companhia.
Exemplo ao lado
A Eletrobras Rondônia é um grande exemplo para o Sindur. O Governo Federal colocou à venda a empresa de energia e apresentou o programa de demissão voluntária. O presidente do Sindur, Nailor Gato, que também é funcionário da Eletrobrás, chegou a pedir apoio da classe política para que os servidores fossem absorvidos pela folha do Estado de Rondônia, o que causaria grande impacto no pagamento dos demais servidores do Governo.
Grupos de trabalho
Os famosos grupos de trabalho no Governo que garantem um “extra” aos servidores, principalmente os comissionados, estão de volta. O Executivo publicou o decreto 22.100 excluindo o Inciso I do decreto 20.887, liberando a “criação e expansão de grupos e de comissões de trabalho remunerados”.