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NÃO É PIADA: LEI IMPEDE VILHENENSES DE USAREM ÁGUA DAS CHUVAS

Domingo, 10 Abril de 2011 - 15:03 | Dimas Ferreira


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(Máxima Samurai)

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PEDRA NO SAPATO

Atende pelo nome de Cabo João (PTB), o maior encosto na vida do prefeito Zé Rover (PP). Mesmo estando sujeito a perder o mandato (já que está apenas substituindo Ronaldo Alevato, seu colega licenciado, que é do PMDB), o parlamentar debulha a administração local em seus discursos e apresenta uma denúncia por minuto (inclusive no MP), contra o mandatário. Uma coisa que todo mundo gostaria de saber (mas ninguém diz): o que será que o vereador anda pedindo e ninguém dá? Sim, porque é difícil acreditar em tanto zelo com a coisa pública assim, de graça...

MELHOR ASSIM

Mesmo não sendo jornalista, o vice-prefeito Jacier Dias (PSC) tem tudo para moralizar a Secretaria de Comunicação de Vilhena. Pra começar, como pastor evangélico, o novo secretário certamente vai acabar com aquela mania da administração Rover de tratar a imprensa à base de churrasco e cerveja, como se os profissionais do segmento fossem mesmo um bando de mortos de fome. Provavelmente, os profissionais que se dão ao respeito ficarão melhor servidos numa relação respeitosa e sem cachaçadas.

VÊ SE PODE

Só acredito porque li. O artigo 27 do Código de Posturas de Vilhena, aprovado há 10 anos, diz o seguinte: “Não serão permitidas a abertura e manutenção de reservatórios de captação de águas pluviais nos edifícios providos da rede de abastecimento de água”. Traduzindo para quem não entendeu: os vilhenenses estão proibidos por lei de usar a água das chuvas. Tem graça contar piada de português numa cidades dessas?

DO CONTRA

Sujeito dos mais atenciosos, o deputado Moreira Mendes (PPS) tenta se virar para compensar o fato de ser oposição na Câmara. Sem conseguir arrancar uma moeda do Governo Federal (que não iria mesmo refrescar para adversários), Moreira organiza protestos, faz discursos ácidos contra a administração da presidenta Dilma (PT) e fuça por todo lado à procura de mal feitos. Exerce o verdadeiro papel de um congressista, mas geralmente esse tipo de valentia custa caro: os prefeitos, que são fundamentais na eleição dos deputados, gostam mais de emendas do que de lero-lero retórico.

DIFERENTES

Dias atrás, um jornalista explicitava aos colegas as enormes diferenças entre Zé Rover (PP) e Melki Donadon (PHS), que se enfrentaram nas urnas em 2008 e que acabou com a vitória do primeiro. Embora muitos vejam semelhanças entre os dois adversários, o escriba lembrou que Melki é bem mais corajoso que o atual alcaide: “Ao invés de ficar baixando a cabeça para promotor, o Melki enfrentou o MP e chegou a ser algemado no meio da rua”. O autor da teoria não quis entrar em detalhes sobre a quantidade (muito maior de Donadon) de processos que ambos os líderes respondem na justiça.

FORA DO AR

Se não é covarde, como insinuam seus adversários, o prefeito vilhenense é meio atrapalhado. Recentemente, quando inaugurava a obra de ampliação do Hospital Regional, ao invés de agradecer ao senador Valdir Raupp (PMDB), que disponibilizou recursos para a obra, o mandatário elogiou o ex-governador Ivo Cassol (PP), que não tem nada a ver com o troço. Pior: nenhum aliado de Raupp corrigiu a mancada e ficou por isso mesmo.

CADÊ ELAS?

Anos atrás, quando quatro mulheres comandam as Prefeituras de Pimenta Bueno, Espigão, Cacoal e Rolim de Moura, a advogada Vera Paixão, atual secretária de Estado de Administração, usou bom humor e veneno para batizar a região de “Quadrilátero das Pererecas”. Hoje, todos os municípios estão em mãos masculinas, mas a vilhenense tem esperança não só de ver o poder nestas cidades voltar a vestir saias, como ela própria admite entrar na briga como candidata a prefeita da capital do Cone Sul.

PLUGADO

Longe do poder há dois anos, o jovem ex-prefeito Marlon Donadon (PRB), que saiu da vida pública com a popularidade roçando o chão, mantém o prestígio no mundo virtual. O rapaz, que já foi baladeiro, mas hoje é evangélico da Igreja Batista, tá cheio de amigos e seguidores nas redes sociais. Morra de inveja, governador-blogueiro Confúcio Moura!

FALA SÉRIO!


Há gente em Vilhena que parece acreditar que um raio pode cair duas vezes no mesmo lugar. Discretamente, lideranças que não têm muito o que fazer (só pode) cogitam seriamente convencer os prefeitos Cléber Calisto (PMDB), de Cerejeiras, e José “Bau” Barroso (PR), de Cabixi, a transferirem seus domicílios eleitorais para Vilhena. Os autores da amalucada idéia imaginam que ambos os alcaides podem repetir o que fez Melki Donadon em 96, quando largou o mandato pela metade em Colorado do Oeste e se deu bem por aqui. O líder cabixiense pode não transferir o titulo para cá, mas parte de seu patrimônio já está entre nós: ele comprou um baita empreendimento imobiliário na cidade.

 
||||||||||||||||||||||||||||||||||ACONTECEU||||||||||||||||||||||||||||||||||

É RARO, MAS AINDA EXISTE POLÍTICO HONESTO

Dez anos atrás, quando era prefeito do pequeno município de Cabixi, o agricultor Chico Paraíba, na época filiado ao PT, protagonizou um episódio que deu a exata medida de seu caráter. Negro e com formação escolar precária, o mandatário tinha como marca registrada a honestidade. Era comum encontra-lo em Porto Velho, andando a pé para não gastar com táxis e dormindo em hotéis baratos, poupando recursos públicos.
Certa feita, após uma viagem à capital, o mandatário cabixiense foi até a Secretaria de Fazenda e procurou uma contadora para devolver a parte da diária que havia economizado. Eram exatos R$ 18, que Chico exigiu que fossem contabilizados e depositados na conta do município. A servidora, com ar de enfado, argumentou:
- Seu Chico, é uma complicação fazer a devolução. Muita papelada...
- Mas eu faço questão!
- Prefeito, pense bem. Se o senhor ficar com esse “troco” não tem problema nenhum, ninguém percebe...
- Olha, minha filha, se eu não aprendi a roubar quando era moço, não iria começar agora, nessa idade. Portanto, devolva esse dinheiro, pois não me pertence...
E a conversa morreu ali mesmo. Chico terminou o mandato pobre, como continua até hoje. Mudou-se do Cone Sul e hoje, militando no PP, ganha a vida lá pelas bandas de Candeias do Jamari.

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