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EMPRESÁRIO VILHENENSE "VIU" A MORTE DO PAI EM SONHO
Sábado, 23 Abril de 2011 - 10:49 | Dimas Ferreira
"Falando em Nazif, este colunista tem uma modesta sugestão: usar o parlamentar socialista para dar uma resposta à altura ao comediante Rafinha Bastos, do programa CQC, que esculachou os rondonienses chamando nosso povo de feio".
A PALAVRA FERIU
Respeitadíssimo entre o rebanho evangélico, o pastor Ari Paulo, da Igreja Assembléia de Deus em Vilhena, virou alvo dos não-crentes em virtude do discurso que fez durante o lançamento da maior obra da cidade: a pavimentação da avenida Tancredo Neves, empreendimento que estava encalacrado havia dez anos e que o prefeito Zé Rover (PP) tirou do papel. Ao ler, diante da manada de políticos presentes ao evento, um trecho da Bíblia (livro de Mateus) e comparar determinados líderes a abutres, o religioso foi esconjurado pelas supostas vítimas da pregação. Mas a comparação faz sentido, já que é mesmo encarniçada a briga pela paternidade do investimento: além do próprio Rover, deputados e senadores dizem que o troço só andou graças à ação deles.
DEUS NOS ACUDA
Apesar das melhorias na saúde de Vilhena, o setor ainda registra situações apavorantes. Na semana passada, uma mãe com o bebê atacado por uma bronquite aguda, entrou em desespero porque não conseguia encontrar pediatra na cidade. Nem mesmo a plantonista do Hospital Regional, que deveria estar a postos para emergências, foi localizada. O único especialista no assunto estava montado na cachaça num show musical, mas justiça seja feita, seu nome não constava na escala de plantões. Felizmente, o garotinho conseguiu agüentar até o dia seguinte, quando foi transferido de avião para Goiânia (GO).
SINAL DOS CÉUS
Os membros da Renovação Carismática de Vilhena contam e se arrepiam. Dias atrás, o jovem Ivan Rover, um dos líderes do movimento católico, revelou numa reunião do grupo, que havia tido um sonho no qual o pai morria num terrível acidente de carro. Na última terça-feira, o empresário Ivo Rover, pai do “profeta”, sofreu um infarto, bateu o carro numa árvore e faleceu em circunstâncias muito parecidas com as descritas no sonho do filho.
HUMOR NEGRO
Durante o velório de Ivo Rover, o ex-prefeito Vitório Abrão, que também sofreu um ataque cardíaco há dois meses, mas sobreviveu à “pane no motor”, ouviu de um dos presentes no funeral: “Você teve muita sorte de não morrer, hein Vitório”. Apesar da consternação total no ambiente, Abrão ainda conseguiu encontrar disposição para uma tirada cômica: “Mas eu morri... Só que São Pedro me mandou voltar, porque Vilhena precisa de gente boa como eu por aqui”. Ninguém riu.
A LEOA DE VILHENA
Ex-candidata a vice-governadora na chapa do ex-senador Ernandes Amorim (PTB), adversário juramentado do governador Confúcio Moura (PMDB), a advogada Vera Paixão (PSB), secretária de Estado de Administração, nunca teve grandes ligações com o atual chefe. Sua indicação para o posto foi uma imposição de Mauro Nazif, que apoiou Confúcio. Mas, no exercício da função, a vilhenense tem surpreendido o governador pela disposição: é a primeira a chegar ao trabalho e a última a sair. Confúcio, aliás, brinca com o desempenho da secretária: “É ela quem apaga a luz e passa a chave na Sead todo dia”.
BELEZA INTERIOR
Falando em Nazif, este colunista tem uma modesta sugestão: usar o parlamentar socialista para dar uma resposta à altura ao comediante Rafinha Bastos, do programa CQC, que esculachou os rondonienses chamando nosso povo de feio. Desprovido de grandes atributos físicos, o deputado é, porém, um sujeito de caráter à prova de safadezas. Logo, seu Rafinha, o nosso representante na Câmara, apesar da pouca formosura, é bem melhor que alguns congressistas loiros e de olhos azuis do Rio Grande do Sul, sua terra, que vivem metidos em rolos até o pescoço.
O MALA
Originário de um país cujo nome (Peru) é a verdadeira piada pronta, o jornalista Esteban Vera, assessor de imprensa do deputado Natan Donadon (PMDB), não tem preferência por nenhum dos candidatos à presidência de sua terra natal. O “hermano” até tira sarro de um dos conterrâneos presidenciáveis, que aliás lidera a corrida por lá: “Onde já se viu um país ser governado por um mala?”, brinca, referindo-se ao favorito, o militar Ollanta (pronuncia-se OJANTA) Humala. Mas pela política vilhenense, Esteban não demonstra tanto desinteresse: tanto que será candidato a vereador na cidade no ano que vem.
CARA-DE-PAU
Tempos atrás, o agitado mecânico Manoel da Rovema, duas vezes candidato a vereador e se preparando para ir às urnas novamente, flagrou uma cena revoltante em Vilhena. Um sujeito de fina estampa, dirigindo uma picape quase zerada chegou numa casa lotérica da cidade e, com o cartão do Bolsa Família em seu nome, passou a mão no dinheiro que deveria acudir gente realmente necessitada. A placa do carro e o próprio malandro foram fotografados com o celular e a denúncia sobre o aparente golpe será enviada ao Ministério Público.
CADEIRA ELÉTRICA
Ocupando provisoriamente o assento do vereador Ronaldo Alevato (PMDB) na Câmara de Vilhena, o embaçado Cabo João (PTB) não esconde que toparia trocar de posto com o colega, que abriu mão do mandato para comandar a Secretaria de Governo no Cone Sul. Caso o parlamentar improvisado ainda não tenha se dado conta, basta uma pequena maldade para fazer Ronaldo retornar ao Parlamento e liberar a vaga: é só demitir os assessores que ele lhe deixou de herança.
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UM DEPUTADO DE FÉ E UM JORNALISTA MEIO DESCRENTE
20 anos, atrás, quando aportou em Vilhena, vindo de Minas Gerais, e após uma breve passagem pelo distrito de Migrantinópolis, o autor das barbaridades que vocês leram acima foi morar na casa do hoje presidente da Assembléia Legislativa, Valter Araújo (PTB).
Sem muito o que fazer à noite (já que estava na maior pindaíba), este escrevinhador aceitou o convite do anfitrião para assistir um culto em sua igreja. Desempregado e sem conhecer ninguém em Vilhena, acreditava que a participação na cerimônia religiosa poderia, de alguma forma, ajuda-lo a enfrentar a situação, nem que fosse através de algum improvável milagre.
Ao chegar ao local do culto, meu espantou com a originalidade do “templo”: o altar estava armado embaixo de uma grande mangueira e o pastor, sem ajuda de qualquer aparelhagem de som, berrava suas mensagens a plenos pulmões.
Acabada a celebração, fiquei curioso e quis saber de Valter:
- Mas e quando chove? Pra onde vocês correm?
O também desempregado fiel respondeu:
- Não chove durante os cultos. Deus não desampara Seus Filhos...
Acredite quem quiser, mas o fato é que, em três meses indo regularmente à “igreja” improvisada, o titular desta bagaça não foi molhado por uma gota de chuva sequer. E Valter, na posição que está hoje, credita todo o mérito das vitórias políticas à fé que professa como fiel da Assembléia de Deus.
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