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Porto Velho Centenário da Construção da Primeira Quadra de Tênis
Terça-feira, 28 Setembro de 2010 - 15:11 | Tadeu Fernandes
Em Porto Velho, antigo Santo Antônio, já em 1910 se praticava Tênis em boas quadras (foto Danna Merril). Vamos popularizar este esporte com incentivo direto do Poder Público e da iniciativa privada, construindo vários espaços na cidade para sua prática.
Em visita a uma das favelas do Rio de Janeiro o Presidente Lula encontrou-se com um rapaz de aparência humilde que solicitou a construção de uma quadra de tênis. Lula respondeu dizendo que seria melhor que ele procurasse outros esportes, pois tênis seria uma modalidade da elite, que ele deveria jogar futebol ou praticar natação, tendo o garoto respondido que na piscina pública não havia água e outros menores já praticavam tênis.
O Presidente Lula não foi feliz em suas colocações, esquecendo que o Brasil já teve seu passado de glória neste esporte que é atualmente bastante difundido e arregimenta milhões de dólares em todo o mundo, com centenas de milhares de aficionados. Lembramos da grande tenista Maria Ester Bueno, que difundiu o nome do Brasil no exterior, tendo vencido vários torneios, especialmente em Wimbledon até hoje é reverenciada com constantes homenagens.
Lembremos, ainda, que no passado recente, Gustavo Kuerten, o “manezinho da ilha de Floripa” encantou o mundo, eu também sou Catarina, elevando o nome do Brasil e permanecendo por um longo tempo no topo do ranking. Foi várias vezes campeão de Grand Slam em Roland Garros. Dias atrás, nos Estados Unidos, no US Open, em Flushing Meadows, mais de um milhão de pessoas passaram pelas várias quadras do complexo que fica logo à direita na saída do aeroporto de Nova York, antes da Ilha de Manhattan, uma visão espetacular que tive a felicidade de ver pessoalmente.
Registro um pequeno trecho da história do tênis mundial:
Na década de 70 Newcombe, Ashe, e Smith continuaram seu sucesso, surgindo jogadores como Ilie Nastase da Romênia e Guillermo Vilas da Argentina. Jimmy Connors, cuja carreira se extendeu do início da década de 70 até o meio da década 90, venceu cinco U.S. Opens (1974, 1976, 1978, 1982, 1983). Björn Borg da Suécia venceu cinco vezes consecutivas Wimbledon (1976-1980). Borg tinha como rival o americano John McEnroe. Entre as jogadores femininas Court, Wade, e King continuaram seu sucesso. Connors, Borg, e McEnroe continuaram seu sucesso na década de 80 e outros jogadores surgiram nesta década como o tcheco Ivan Lendl, Mats Wilander e Stefan Edberg da Suécia e Boris Becker da Alemanha, que em 1985 aos 17 anos tornou-se o mais jovem jogador a vencer Wimbledon.
Uma das mais bem-sucedidas jogadoras femininas foi a tcheca Martina Navratilova, cuja carreira extendeu-se do início da década de 70 até o meio da década de 90. Durante sua carreira, Navratilova venceu 167 títulos de simples, incluindo nove títulos de Wimbledon (1978, 1979, 1982-1987, 1990). A americana Chris Evert foi outra jogadora dominante durante as décadas de 70 e 80, vencendo sete French Opens (1974, 1975, 1979, 1980, 1983, 1985, 1986) e seis U.S. Opens (1975-1978, 1980, 1982). A rivalidade entre Navratilova e Evert foi um dos mais intensivos e longas da história do tênis.
Em 1988 Steffi Graf teve um ano fenomenal, ganhando o grad slam e a medalha de ouro dos Jogos Olímpicos. Outra jogadora líder foi American Tracy Austin e a tcheca Hana Mandilikova.
Na década de 90, Lendl, Edberg e Becker continuaram seu sucesso, surgiram jogadores americanos como Pete Sampras, Andre Agassi, Jim Courier e Michael Chang. Graf iniciou uma rivalidade com a sérvia Monica Seles, que emergiu como jogadora em potencial, vencendo o U.S., French, e Australian opens em 1991 e 1992.
Navratilova permaneceu bem ranqueada até sua retirada das competições de simples em 1995. Arantxa Sánchez Vicario da Espanha, Jennifer Capriati dos Estados Unidos, e Gabriela Sabatini da Argentina também obtiveram sucesso.
Os Argentinos reuniram vários técnicos, de alguns anos para cá, para preparar um planejamento de longo prazo envolvendo os tenistas portenhos e o objetivo foi alcançado, pois conseguiram reunir vários tenistas de qualidade que participam há vários anos da primeira divisão da Taça Davis. Na semana passada disputaram a semifinal com a França e atualmente o seu principal tenista é David Nalbandian, contando também com José Acasuso, Agustín Calleri, Guillermo Cañas, Juan Martín del Potro, Gastón Gaudio, além do mais famoso no passado, Guilhermo Vilas.
O Brasil, depois de Gustavo Kuerten, não revelou mais nenhum tenista que despontasse no cenário mundial. Destacaram-se, porém, Jaime Oncins, Marcelo Melo, André Sá, Marcos Daniel Thomaz Bellucci, Thiago Alves. Deve-se incentivar este esporte que no mundo de hoje é referência em países que se destacam nos esporte em várias modalidades, lembrando que é esporte olímpico e vale medalha. Sabemos que Florianópolis, Joinvile, Camboriú/SC, o Clube Pinheiros em São Paulo, Campo Grande, Uberlândia e alguns clubes da Bahia saíram na frente e estão investindo na preparação de novos atletas.
O Presidente que é um homem que gosta de esporte e de alguns entende bastante, deveria se informar melhor da prática do Tênis e se convencer que uma nação é composta de pessoas com gostos e atividades desportivas dos mais variados. Embora não seja clara a origem do tênis, muitos acreditam que foi inventado em 1.873 pelo oficial britânico Major Walter Clopton Wingfield. Outros dizem que a França estabeleceu as bases do jogo com o surgimento do “jeu de paume” (jogo de palma), esporte atualmente praticado em todos os países do mundo e que certamente crescerá ainda muito mais.
Grandes empresas investem milhões de dólares e seus esportistas contratados para divulgação de suas marcas, são os mais valorizados. As principais empresas são a Nike, Adidas, Diadora, Wilson e Rolex. A Espanha tem sua “esquadra armada” capitaneada por Rafael Nadal, tenista com maior número de vitórias seguidas sobre saibro na história do tênis com a incrível marca de 81 partidas, sendo o atual número um do mundo da Associação de Tênis Profissional (ATP) e o último campeão da US Open. O suíço Roger Federer é o segundo no ranking da ATP.
Nos próximos anos devemos nos preparar com mais intensidade, mais investimento nas futuras gerações de tenistas. O Brasil acaba de perder da Índia a oportunidade de retornar à primeira divisão do mundo do tênis na Copa Davis.
Com a determinação de todos, boas estruturas nos clubes e nas universidades, qualidade dos centros de treinamento e bons técnicos, certamente teremos novos “Gugas” e novas “Marias Ester Bueno”. O nosso Presidente, que é muito ligado aos esportes, deveria repensar e incentivar semeando em campo fértil a formação de campeões, oferecendo melhores condições em patrocínios, além do planejamento e divulgação deste esporte que é agradável de se ver jogar e saudável para seus praticantes.
Que surjam novos clubes, novos centros e novas quadras voltados para a prática do Tênis e que a iniciativa privada se convença que investir nesta modalidade terá retorno e ganhos financeiros.
Em Rondônia já temos boas praças de tênis e um clube que se dedica a esta atividade esportiva, além de vários torneios que aqui são realizados. É o momento de estarmos na vanguarda e aparecermos para o Brasil, com o surgimento de novas promessas de tenistas e sermos referência na Região Norte, elevando mais alto o nome do nosso Estado.
Não poderíamos deixar de citar Thomaz Koch, Edson Mandarino, Jaime Oncins e Luiz Mattar, que foram tenistas de qualidade e enobreceram este esporte, dando um avanço significativo para sua consolidação no Brasil, além, é lógico, de Fernando Meligeni, que foi campeão dos jogos Panamericanos, decidindo a final com Marcelo Ríos, que já foi número um da ATP.
Comemoramos cem anos da prática esportiva de Tênis em Rondônia. Além de ser uma data importante e significativa para todos nós rondonienses, representa um fator significativo para nos envolver diretamente no investimento e aprimoramento deste importante esporte para a o bem de nossa juventude e destaque no cenário nacional.
Tadeu Fernandes é advogado