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Presos, doentes e futuros famintos - Por Ivonete Gomes
Quarta-feira, 23 Fevereiro de 2011 - 18:40 | Ivonete Gomes
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Grosso sabor
Em documento enviado a Procuradoria Regional do Trabalho, com cópia para a Assembléia Legislativa e diversos órgãos, a empresa Fino Sabor alerta que o fornecimento de marmitex para os presídios do Estado pode ser suspenso por falta de pagamento. Mais de 425 mil refeições não foram pagas no mês de janeiro pelo Governo. O débito, segundo os advogados da empresa, ultrapassa a casa dos R$ 5 milhões. Pacientes terminais internados nas unidades de saúde do Estado também ficam sem refeição, caso a empresa interrompa o fornecimento.
Bola de neve
De acordo com os advogados da empresa Fino Sabor, Hélio Vieira Costa e Roberto Franco, ações internas de agentes públicos sinalizam a intenção do Governo de não honrar a dívida. Além de não receber “o compromisso na forma avençada”, a empresa ainda teve que responder, em caráter urgente, ofício do diretor geral do Hospital de Base exigindo explicações sobre dívidas pendentes com fornecedores. O resumo das quatro páginas que compõe o documento de justificava da empresa é o que se pode chamar de “bola de neve”. Quem trabalha e não recebe, não tem como pagar dívida, muito menos continuar fornecendo.
Ataque comercial
O site Rondoniaovivo publicou o documento da empresa, assinado pelos advogados. Classificou o tema como ataque comercial. Fontes do jornal eletrônico revelaram que um grupo político infiltrado nas hostes governistas teria a intenção de “quebrar” a empresa para justificar o rompimento contratual, embora o Direito Administrativo Brasileiro nem exija tanta artimanha quando se trata de interesse público.
Promessas e mais promessas
E como o assunto envolve iminente rebelião de presos e suspensão de alimento especial para pacientes terminais, portanto é importante, não há nenhuma menção do tema no blog de Confúcio Moura. O que há na postagem mais recente é a promessa de acabar com os Cargos de Direção Superior, que classificou como malditos, em 90 dias. Vou contar a partir de hoje. Aliás, para tão curto prazo, o Excelentíssimo já deve estar com editais prontos para concursos públicos em diversas áreas.
Assédio Moral
É imoral o conteúdo de três ocorrências policiais registradas por uma servidora pública de carreira relatando o assédio moral que vem sofrendo no Shopping Cidadão. A vítima procurou nesta quarta-feira o Ministério Público. Está tão abalada, que não quer denunciar o fato na imprensa com medo de represálias. Seria bom o Governo da Nova Rondônia dá um pulo no Shopping Cidadão da capital para averiguar as denúncias. Também pode procurar a Delegacia da Mulher e o 1º DP.
Cassol x Confúcio
Quem está falando a verdade? O senador Ivo Cassol (PP-RO) diz ter cansado da “conversa fiada” dos secretários do governador Confúcio Moura (PMDB). Nesta quinta-feira, ele promete protocolar ofício no Palácio Presidente Vargas exigindo informações sobre os pagamentos continuados deixados pela gestão anterior. Cassol se diz indignado com as constantes declarações na mídia de assessores de Confúcio dizendo que a administração anterior deixou um “rombo” nas contas públicas. A coisa complica-se a medida que a arrecadação do Estado cresce. Em janeiro de 2010, Rondônia contabilizou R$ 265,8 milhões e no mesmo mês, em 2011, esse número saltou para R$ 386,7 milhões. Pra onde foi o dinheiro? É a pergunta que Cassol diz que fará a Confúcio.
Memória curta
Em entrevistas a rádios, Cassol lembra do passado do PMDB. A gestão da legenda deixou dívidas por mais de 30 anos com o extinto Banco do Estado de Rondônia (Beron), negociou a “preço de banana” as Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron) e fez irresponsavelmente Antecipação de Receitas Orçamentárias (AROs), instrumento nefasto proibido pelo poder público nos dias atuais. O senador rondoniense prometeu trabalhar e dialogar com a gestão Confúcio/Airton Gurgacz, mas diz que não pode se calar diante de tantas mentiras dos assessores palacianos.
Divisão do bolo
Até as 18 horas desta quarta-feira, os deputados estaduais não haviam chegado a um consenso sobre a indicação das comissões permanentes da Assembléia Legislativa. As mais disputadas eram a Comissão de Justiça e de Finanças, que relata o Orçamento anual do Estado. O presidente reeleito da Casa, Valter Araújo (PTB-Porto Velho), também articulava um nome poderoso para a Comissão de Fiscalização e Controle, criada na gestão do ex-deputado Natanael Silva para averiguar os gastos públicos com obras e serviços, não apenas do Governo, mas também do Ministério Público, Tribunal de Contas e Tribunal de Justiça.
Faz de conta...
Enquanto Jacy Paraná vive um clima de faroeste, acumulando exploração sexual de crianças e adolescentes pelos quatro cantos do distrito em meio a um covil de traficantes de drogas, os vereadores de Porto Velho encenam mais um discurso vazio cobrando as compensações do consórcio das usinas de Jirau, responsável pela exploração demográfica no local. O vereador e presidente da Câmara, Eduardo da MIla (PV), comandou uma ‘equipe técnica’ para visitar o canteiro de obras. Ouviu as escusas dos representantes da empresa e nisso ficou. E os problemas continuam...
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