UM SONHO POSSÍVEL...

Primeiramente, quero pedir desculpas aos leitores desta coluna, pois há algum tempo não são postadas novas matérias. Trabalho, família e estudos: cadê o tempo para tanta coisa?

Voltando aos trabalhos, quero dividir com vocês uma história que merece atenção.
Recebi dezenas de mensagens pedindo novas postagens.
Voltando aos trabalhos, quero dividir com vocês uma história que merece atenção.

No mês de outubro do ano em curso, ao cumprir uma diligência numa das linhas do Município de Nova Mamoré/RO – Zona Rural, num dia em que o termômetro do carro marcava 40ºC, um fato chamou a minha atenção, qual seja, o deslocamento de um ônibus escolar naquela estrada empoeirada, com pontes improvisadas, aclives e declives, e, além disso, o veículo não possuir ar-condicionado. Tirei fotos e uma delas está fazendo parte do presente artigo.

Seguindo viagem, encontrei o local que procurava. Desci do carro, pedi licença e fui bem recebido por um senhor com aproximadamente 55 anos que pediu para eu sentar numa cadeira da sala. De primeira, observei que numa “rack” antiga e empoeirada havia livros de português e matemática, além de um dicionário da língua portuguesa. Todos bem antigos.

Expliquei o motivo da minha visita e, no mesmo momento, aquele ônibus escolar estacionou na porteira do sítio e, em meio à poeira suspensa, saiu de lá uma menina com farda escolar, mochila rasgada, sapato velho, carregando na mão uma pequena boneca de pano, mas um sorriso angelical que anunciava ser uma pessoa feliz independentemente das suas posses materiais.

Ela foi direto pra cozinha, mas escutei a criança perguntar para a mãe quem era aquele moço(eu) na sala. A genitora disse que era um homem da justiça.

Por ter problemas na visão, o senhor pediu para buscar os óculos e ler na mesa a integralidade do documento.
Concordei e, enquanto isso, lembrei de algumas pessoas que reclamam de tudo na vida.

Mas o instante de solidão foi curto e, para minha surpresa, lá veio a menininha conversar comigo.

Tio, ela disse, o senhor é advogado?
Respondi que era formado em Direito, mas não exercia a função.
Então ela disse com um brilho nos olhos: eu quero ser advogada igual ao senhor.

Respirei fundo e perguntei o motivo da escolha e a resposta foi a seguinte: tio, é que eu quero uma boneca que fala “mamãe” e minha mãe disse que não tem dinheiro para comprar.

Falei, então, que ela precisava estudar muito, respeitar os pais e etc. No mesmo ato apontei para a “rack” e disse que para conseguir os objetivos jamais os livros poderiam ficar esquecidos numa estante, pegando poeira e etc. Disse que eles deveriam ser tratados com carinho, amor e gratidão.

Após um suspiro, a criança falou que iria fazer o que eu disse.
Logo o pai da menina retornou, conclui meu serviço e retornei para a estrada.

Ao dirigir, fiquei com os olhos marejados ao tentar extrair todas as lições possíveis daquela situação. Lembrei do sacrifício que todos os meus familiares fizeram para estudar, principalmente minha mãe.
Resolvi comprar a boneca para ela, pois os ensinamentos que aquela pequena me concedeu possuem valor incalculável.

Após alguns dias, retornei ao local, entreguei o presente e disse a ela: minha filha, esta boneca é pelo fato de você TER PENSADO EM ESTUDAR, se você realmente fizer o que o tio te falou, mais coisas virão, principalmente a sua felicidade e orgulho dos seus pais. Tenha fé em Deus!

GANHEI UM FORTE ABRAÇO e os pais da menina ficaram em lágrimas.
Espero que este texto sirva de estímulo para todos os leitores, pois muitas vezes encontramos enormes barreiras para estudar, mas não podemos desistir.

É isso!

Muito obrigado!

Que Deus abençoe a todos!

Paz, luz, amor e felicidade!

Ridison Lucas de Carvalho
Sr. dos Mnemônicos
Contato (palestras, dúvidas e etc.):
e-mail/MSN (srdosmnemonicos@hotmail.com)