Cidades
Adiado julgamento de Hildebrando Pascoal
Quarta-feira, 09 Julho de 2008 - 14:12 | Altino Machado
O juiz Elcio Sabo Mendes Júnior, da Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco, decidiu adiar e não desmembrar o julgamento do “crime da motosserra” no qual o principal réu é o ex-comandante da Policia Militar do Acre e ex-deputado Hildebrando Pascoal. Ele é acusado de liderar sessão de tortura e de assassinar o mecânico Agílson Santos Firmino, o “Baiano”.
O crime contra “Baiano” foi praticado com requintes de crueldade, mediante intenso sofrimento físico. Ainda vivo, o mecânico teve os olhos perfurados, braços, pernas e pênis amputados com a utilização de uma motosserra, além de um prego cravado na testa, culminando os atos de tortura com vários tiros desferidos supostamente pelo ex-deputado contra a cabeça da vítima.
Os demais réus no processo são Adão Libório (primo de Hildebrando), Pedro Pascoal (irmão) e o ex-sargento Alex Fernandes. O policial e ex-vereador Alípio Ferreira, dono da oficina onde Baiano foi barbarizado, faleceu.
O coronel aposentado e ex-deputado estadual Aureliano Pascoal, que é primo de Hildebrando e comandava a PM quando o mecânico Agilson Firmino foi torturado e assassinado, também é réu no processo do “crime da motosserra”. Porém, o processo contra ele já havia sido desmembrado. Ao ser denunciado pelo Ministério Público Estadual, Aureliano gozava de foro privilegiado como parlamentar.
Como dois dos réus – Hildebrando Pascoal e Pedro Pascoal – estão advogados constituídos para atuarem em suas defesas, e velando pela indivisibilidade do processo, o Ministério Público manifestou-se pela redesignação da sessão de julgamento, o que foi deferido pelo Juiz Élcio Sabo.
Pedro Pascoal tem prazo de cinco dias para constituir novo advogado, caso contrário será nomeado defensor público. A nova data para o júri será definida quando forem cumpridas as determinações do juiz, elencadas em sua decisão.
- A decisão do juiz foi muito sóbria, sem entrar nas perturbações emocionais dos promotores que irão atuar no caso. Ele respeitou a questão do direito constitucional da ampla defesa e da razoabilidade para prepará-la - afirmou o criminalista Sanderson Moura, que foi sugerido por Hildebrando Pascoal para defendê-lo caso a Justiça tenha que nomear advogado dativo para o caso.
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