Cidades
Amazonas registra duas mortes por raiva humana
Terça-feira, 05 Dezembro de 2017 - 09:18 | da Agência Brasil
Dois irmãos morreram no Amazonas após contrair raiva humana por mordida de morcegos. Um adolescente de 17 anos morreu no dia 16 de novembro e a irmã dele, de 10 anos, no último sábado (2). Outro irmão, de 14 anos, está internado, em coma induzido, na Fundação de Medicina Tropical, em Manaus. A equipe médica aguarda confirmação de exame laboratorial, mas já trata o adolescente com protocolo para raiva humana.
O Amazonas não registrava caso de raiva humana desde 2002, quando foram notificadas duas mortes. A doença é considerada rara, mas, em 2004 e 2005, 44 pessoas morreram infectadas em cidades na divisa entre o Pará e o Maranhão.
“É uma situação dramática em que os médicos da minha geração não têm experiência nenhuma com raiva. [Eu] nunca tinha visto casos de raiva. Mas o que a gente conhece é que as pessoas que tenham contato com animais como cães, gatos, bois, macacos e morcegos, se forem mordidas, lavem muito o local da ferida com água e sabão, que neutraliza qualquer tipo de vírus”, afirmou Tavares.
O Amazonas não registrava caso de raiva humana desde 2002, quando foram notificadas duas mortes. A doença é considerada rara, mas, em 2004 e 2005, 44 pessoas morreram infectadas em cidades na divisa entre o Pará e o Maranhão.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (4), o Ministério da Saúde informa que, de janeiro a novembro deste ano, enviou ao Amazonas quase 25 mil doses de vacina antirrábica humana e 490 mil doses de vacina antirrábica canina. Nos últimos 10 dias, foram enviados 700 frascos de soro antirrábico humano em caráter suplementar.
O diretor da Fundação de Vigilância em Saúde, Bernardino Albuquerque, disse que duas equipes de apoio foram enviadas à Reserva Extrativista do Rio Unini. A força-tarefa conta com profissionais e técnicos municipais, estaduais e federais. Ele informou que tem sido feito um trabalho de captura de morcegos nessa área, com o devido tratamento para eliminar a colônia. "Outra parte importante é tentar esclarecer o por quê da invasão de morcegos nessas áreas", acrescentou Albuquerque
Entre as possíveis causas do aumento do número de morcegos nas áreas de moradia da reserva estão a seca prolongada, as queimadas, o desmatamento e a morte de animais silvestres que serviam de alimento para os morcegos. Após a mordida, a raiva humana pode se desenvolver entre uma semana e nove meses.
Os principais sintomas são déficit motor, com dormência ou formigamento de membros e mudança de comportamento. Qualquer mordida de morcego deve ser investigada, e a vítima levada imediatamente para uma unidade de saúde.