Cidades
Antigo prédio do Iperon serve de abrigo para viciados
Domingo, 09 Fevereiro de 2014 - 09:52 | RONDONIAGORA
O antigo prédio do Iperon em Ouro Preto do Oeste virou um tormento para os moradores da Rua Migrantes, bairro Bela Floresta. Totalmente destruído, o prédio teve os vidros quebrados, janelas, móveis, fios elétricos, alumínios furtados. Hoje a comunidade reclama que o governo do Estado proprietário do imóvel não toma as providências para ocupar o local, que virou residência de moradores de rua e esconderijo de drogados e ladrões.
O prédio foi construído em uma área da prefeitura que fez o repasse para o governo do Estado, que por seu turno construiu a sede na época para abrigar o Iperon. Passados alguns anos a representação do órgão previdenciário estadual fechou as portas no município e o prédio foi cedido para a Defensoria Pública do Estado, que estranhamente nunca ocupou o espaço preferindo ficar em uma casa de alvenaria pertencente ao governo, localizado no centro da cidade.
Vizinhos afirmam que pessoas entram e saem livremente do local e o medo começa a tomar conta no bairro que afirmam que o local está sendo usado como ponto de tráfico de drogas e prostituição. Dentro do prédio diversos papelões são usados para forrar o chão e servir como dormitório para moradores de rua. Diversos preservativos também podem ser vistos espalhados pelo local, atentando para a prática banalizada do sexo dentro do prédio, além de latinhas de bebidas alcoólicas e resquícios de papelote de drogas.
A reportagem tentou um contato com a representação do governo do Estado em Ouro Preto do Oeste, mas ninguém quis falar sobre o assunto. A informação que o local foi solicitado pela vereadora Ivone Vicentin (SDD), junto ao governo do Estado para abrigar uma clinica especializada na saúde da mulher, no entanto a reportagem não conseguiu confirmar a veracidade da informação. O antigo prédio do Iperon é mais um patrimônio abandonado pelo Governo em Ouro Preto do Oeste. Na época do ex-governador Jorge Teixeira, uma casa foi construída para servir de alojamento para os funcionários em trânsito. O local também está jogado as traças e serve hoje de moradia para viciados.
Polícia sem pessoal para investigações
Na região de Ouro Preto do Oeste, que abriga cerca de 60 mil pessoas, só três agentes de polícia estão escalados para realizar os serviços de investigação. Vários crimes de pequena repercussão, como arrombamentos e furtos, raramente são investigados por falta de pessoal. A atenção é focada para os crimes de homicídio, latrocínio e roubo a mão armada. Além de Ouro Preto do Oeste, a Polícia Civil também trabalha em Vale do Paraíso, Nova União e Teixerópolis. Segundo informações, há uma média de 400 inquéritos abertos e mais de 100 termos circunstanciados subscritos, além de 50 procedimentos apuratórios de ato infracional. Para o Delegado Júlio Cesar de Souza é humanamente impossível que apenas os três agentes disponíveis no Setor de Investigação da Delegacia de Ouro Preto, por mais dedicados que sejam, consigam concluir todos estes inquéritos. Segundo Júlio, para que isto de fato venha a acontecer, seria preciso um reforço de no mínimo mais 23 policiais.