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Greenhalgh, advogado de renome nacional atuará no caso do sindicalista preso em Vilhena

Sexta-feira, 03 Agosto de 2012 - 14:16 | CUT


Um dos mais renomados criminalistas do Brasil, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, atuará a partir desta semana, no polêmico caso da prisão do sindicalista Udo Wahlbrink, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vilhena e Chupinguaia. O caso se refere ao conflito agrário ocorrido na Fazenda Dois Pinguins, em março deste ano, que resultou, também, na prisão de outras três lideranças e no indiciamento de mais quatorze agricultores.



Greenhalgh foi contratado pela instância nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), após o desfecho da audiência de instrução e julgamento ocorrido no último dia 23, quando a juíza titular do processo negou novo pedido de liberdade dos advogados de defesa. A defesa considera injustificável a decisão da magistrada, pois a promotoria não conseguiu apresentar nenhuma prova material das acusações e a testemunha mais importante da acusação falhou na hora do reconhecimento do principal acusado.

A estréia de Greenhalgh no processo deverá ocorrer na próxima semana no Superior Tribunal de Justiça (STJ), quando ele poderá fazer sustentação oral do julgamento de um Habeas Corpus impetrado em favor de Udo Wahlbrink, e passará a fazer o acompanhamento do processo.

Esta caso já foi investigado pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, cujo relatório constatou que houve abuso por parte das autoridades policiais, do Ministério Público e do Judiciário. Para a CDHM há uma clara intenção de criminalizar o movimento que defende a Reforma Agrária no Cone Sul do Estado.

Luiz Eduardo Greenhalgh é advogado de causas humanitárias e tem sua biografia ligada à defesa dos desaparecidos durante a Ditadura Militar brasileira. Defendeu lideranças sindicais e políticas perseguidas pela ditadura, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e participou da fundação do Comitê Brasileiro pela Anistia. Foi ainda um dos coordenadores do projeto "Brasil Nunca Mais", para denunciar os crimes da ditadura.

Trabalhou como advogados dos jornais "O Movimento", "Em Tempo", "Versus", "Brasil Mulher", "Nós Mulheres" e "Resistência"; defendeu o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). Estudou direito na faculdade do Largo São Francisco (USP) entre 1969 e 1973. Greenhalgh foi indicado pelo PT para acompanhar as investigações do assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro 2002.
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