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Rebelião em presídio deixa 52 mortos no Pará

Segunda-feira, 29 Julho de 2019 - 14:09 | da Agência Brasil, O Liberal


Rebelião em presídio deixa 52 mortos no Pará

Uma rebelião ocorrida na manhã de hoje (29) deixou 52 detentos mortos no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Pará. De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe), o conflito começou por volta das 7h, quando um grupo de presos invadiu a ala de uma facção rival.

Na entrevista coletiva concedida no começo da tarde desta segunda-feira (29), o secretário Extraordinário de Estado para Assuntos Penitenciários da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe) Jarbas Vasconcelos confirmou que o massacre que deixou 52 mortos no Presídio de Altamira foi feito por membros das facções Comando Classe A (CCA) e Comando Vermelho (CV)."Lá em Altamira há uma facção local chamada Comando Classe A, que divide o presídio com os integrantes do Comando Vermelho, e foram esses membros do CV que foram vítimas dessa prática por membros do CCA", disse o secretário. Segundo dados da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o Comando Classe A é uma das 15 facções em todo território nacional aliadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC), organização criminosa paulista com atuação em todo Brasil e países como Paraguai e Colômbia.

O CCA seria um dos principais braços do PCC no norte, e, como disse o secretário da Susipe, é uma facção nascida no Pará. O PCC está em constante confronto com o Comando Vermelho, facção surgida em Ilha Grande (RJ), extremamente violenta e também de grande influência nos presídios. Na busca para garantir territórios, as alianças entre os grupos nacionais com facções locais tem sido comuns.Os membros de CCA teriam rompido o isolamento do pavilhão onde eram mantidos para chegar ao pavilhão dos integrantes do CV, já que as duas facções ficam separadas no presídio. "Foi um ataque rápido e dirigido, com a finalidade de eliminar os rivais", disse o secretário Jarbas Vasconcelos.Para prevenir ações desse tipo, Vasconcelos disse que há um monitoramento preventivo constante, além de transferências de membros de facções que podem incitar rebeliões e massacres. Contudo, a Susipe não conseguiu se antecipar ao massacre de Altamira."Não tínhamos nenhum relatório de nossa inteligência reportando um ataque dessa magnitude de uma organização contra a outra. Essas refregas entre facções criminosas ocorrem no sistema prisional como um todo, e praticamente diariamente ficamos transferindo presos - líderes ou não - para outras unidades prisionais. Mas, neste caso, não tínhamos essa informação", disse o secretário.


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