Cidades
Seminário sobre drogas mobiliza comarca de Guajará-Mirim
Terça-feira, 27 Novembro de 2012 - 08:14 | TJ-RO
O problema das drogas, que aflige também o município fronteiriço de Guajará-Mirim, no qual o índice de ocorrências envolvendo substâncias ilícitas é alta, foi tema do Seminário que mobilizou a comunidade nos dias 23 e 24 de novembro, na Câmara de Vereadores do Município.
A iniciativa capitaneada pelo Tribunal de Justiça de Rondônia e Ministério Público ganhou adesão de vários parceiros, como o Conem, a Unir (campus Gujará-mirim), Diocese de Guajará-Mirim, Exército Brasileiro, Igreja Metodista Wesleyana, 6º Batalhão da Polícia Militar, Ordem Demolay, Rotary Club, entre outras instituições sensíveis ao problema da dependência química. Na plateia, sempre lotada, muitos professores da rede pública de ensino, que lidam com situações de adicção entre estudantes e familiares.
O presidente do TJRO, desembargador Roosevelt Queiroz Costa, abriu o evento, destacando o caráter preventivo e de combate a este "flagelo social". "Temos de buscar soluções para que nossas famílias não sofram ainda mais com a desintegração causada pelas drogas", afirmou. O magistrado ressaltou ainda que iniciativas como essa demonstram que o Judiciário está atento aos problemas sociais, que se refletem nos processos. "Ame a vida, o slogam é mais que adequado para o seminário. Precisamos cuidar de nossas vidas, sem drogas", reforçou.
Dom Benedito Araújo, bispo diocesano da Guajará-Mirim, foi o conferencista de honra no evento. Apresentado pelo próprio presidente do TJRO, o religioso relacionou o ciclo da droga com a corrupção e as mazelas da sociedade. "A comercialização da droga se tornou algo cotidiano nas cidades brasileiras, devido aos enormes interesses ao redor dela. Consequência disso é o grande número de pessoas, em sua maioria crianças e jovens, que agora se encontram escravizados e vivendo em situações muito precárias, que recorrem à droga para acalmar sua fome ou escapar da cruel ou desesperadora realidade em que vivem", declarou.
Programação
Dentre os destaques da programação do Seminário, a apresentação do diagnóstico sobre a situação das drogas em Gujará-Mirim, feita a partir de uma pesquisa realizada com 1.773 estudantes de 11 escolas de ensino fundamental e médio da rede pública e particular do município. Os resultados apontaram que 9,98% dos estudantes afirmaram consumir ou já terem consumido drogas. Os dados foram coletados por meio de questionários aplicados em sala de aula, no período de 8 a 31 de outubro deste ano por pesquisadores da Universidade Federal de Rondônia (Unir).
O coordenador da pesquisa, professor João Eloi de Melo, demonstrou que os 184 entrevistados (9,98%) que assumiram o uso de drogas, 83% responderam ter usado maconha, 9% crack e 5% cocaína. Outro fato destacado pelo pesquisador é a idade cada vez mais precoce que os estudantes passam a ter contato com as drogas: 111 são estudantes do 5° ao 9° ano do ensino fundamental, a maioria entre 11 a 12 anos de idade.
Outro dado revelador: 24% dos estudantes que usam ou já usaram drogas, tem usuários de droga na família e 28% possuem um familiar preso por trafico de entorpecentes.
Aspectos Sociais
Outro destaque da programação foi a palestra do psiquiatra mineiro Aloísio Andrade, que falou sobre os aspectos sociais da dependência química. Com vasta experiência na recuperação, abordou aspectos relevantes como o investimento do poder público para o tratamento do que considera problema de saúde pública. "O dinheiro não traz felicidade, mas a falta dele pode trazer infelicidade. É preciso ter o mínimo de investimento para enfrentar o problema", refletiu.
No segundo dia de Seminário, o juiz Paulo Fabrício discorreu sobre os aspectos sociais da dependência química na Infância e Juventude. Já o juiz Bruno Darwich deu enfoque criminológico da dependência em sua palestra. E o promotor Dandy Borges abordou a responsabilidade do Estado no tratamento da dependência.
Entre as palestras apresentações de teatro de estudantes da rede de ensino de Guajará e demonstrações de programas de instituições parceiras contribuíram para as discussões do seminário. Ao final do evento foi redigida a carta de intenções e criação do comitê "Ame a Vida".
A iniciativa capitaneada pelo Tribunal de Justiça de Rondônia e Ministério Público ganhou adesão de vários parceiros, como o Conem, a Unir (campus Gujará-mirim), Diocese de Guajará-Mirim, Exército Brasileiro, Igreja Metodista Wesleyana, 6º Batalhão da Polícia Militar, Ordem Demolay, Rotary Club, entre outras instituições sensíveis ao problema da dependência química. Na plateia, sempre lotada, muitos professores da rede pública de ensino, que lidam com situações de adicção entre estudantes e familiares.
O presidente do TJRO, desembargador Roosevelt Queiroz Costa, abriu o evento, destacando o caráter preventivo e de combate a este "flagelo social". "Temos de buscar soluções para que nossas famílias não sofram ainda mais com a desintegração causada pelas drogas", afirmou. O magistrado ressaltou ainda que iniciativas como essa demonstram que o Judiciário está atento aos problemas sociais, que se refletem nos processos. "Ame a vida, o slogam é mais que adequado para o seminário. Precisamos cuidar de nossas vidas, sem drogas", reforçou.
Dom Benedito Araújo, bispo diocesano da Guajará-Mirim, foi o conferencista de honra no evento. Apresentado pelo próprio presidente do TJRO, o religioso relacionou o ciclo da droga com a corrupção e as mazelas da sociedade. "A comercialização da droga se tornou algo cotidiano nas cidades brasileiras, devido aos enormes interesses ao redor dela. Consequência disso é o grande número de pessoas, em sua maioria crianças e jovens, que agora se encontram escravizados e vivendo em situações muito precárias, que recorrem à droga para acalmar sua fome ou escapar da cruel ou desesperadora realidade em que vivem", declarou.
Programação
Dentre os destaques da programação do Seminário, a apresentação do diagnóstico sobre a situação das drogas em Gujará-Mirim, feita a partir de uma pesquisa realizada com 1.773 estudantes de 11 escolas de ensino fundamental e médio da rede pública e particular do município. Os resultados apontaram que 9,98% dos estudantes afirmaram consumir ou já terem consumido drogas. Os dados foram coletados por meio de questionários aplicados em sala de aula, no período de 8 a 31 de outubro deste ano por pesquisadores da Universidade Federal de Rondônia (Unir).
O coordenador da pesquisa, professor João Eloi de Melo, demonstrou que os 184 entrevistados (9,98%) que assumiram o uso de drogas, 83% responderam ter usado maconha, 9% crack e 5% cocaína. Outro fato destacado pelo pesquisador é a idade cada vez mais precoce que os estudantes passam a ter contato com as drogas: 111 são estudantes do 5° ao 9° ano do ensino fundamental, a maioria entre 11 a 12 anos de idade.
Outro dado revelador: 24% dos estudantes que usam ou já usaram drogas, tem usuários de droga na família e 28% possuem um familiar preso por trafico de entorpecentes.
Aspectos Sociais
Outro destaque da programação foi a palestra do psiquiatra mineiro Aloísio Andrade, que falou sobre os aspectos sociais da dependência química. Com vasta experiência na recuperação, abordou aspectos relevantes como o investimento do poder público para o tratamento do que considera problema de saúde pública. "O dinheiro não traz felicidade, mas a falta dele pode trazer infelicidade. É preciso ter o mínimo de investimento para enfrentar o problema", refletiu.
No segundo dia de Seminário, o juiz Paulo Fabrício discorreu sobre os aspectos sociais da dependência química na Infância e Juventude. Já o juiz Bruno Darwich deu enfoque criminológico da dependência em sua palestra. E o promotor Dandy Borges abordou a responsabilidade do Estado no tratamento da dependência.
Entre as palestras apresentações de teatro de estudantes da rede de ensino de Guajará e demonstrações de programas de instituições parceiras contribuíram para as discussões do seminário. Ao final do evento foi redigida a carta de intenções e criação do comitê "Ame a Vida".