Geral
Adoção de crianças maiores é caminho para diminuir permanência em abrigos
Quinta-feira, 10 Novembro de 2016 - 17:12 | Do TJRO
Quem quer adotar deve estar disposto a amar e a também ser adotado. Essa foi uma das muitas lições de uma noite de muito aprendizado e informação com a mestra em Psicologia Clínica Suzana Schettini, que falou sobre a adoção de crianças maiores, no auditório do Tribunal de Justiça de Rondônia, nesta quinta-feira, 10, em Porto Velho.
A palestra faz parte do Seminário Adoção de Crianças Maiores, um aprofundamento no tema com a presença de uma especialista no assunto, que também ministra um curso durante a semana ao corpo técnico do Judiciário para trocar experiências e relatos sobre as alternativas para a adoção tardia.
Os dados da conta que não fecha com relação à adoção no Brasil demonstram com clareza a natureza da questão, pois o perfil desejado pelos pretendentes a adoção é de crianças menores, em 80%, das cerca de 38 mil pessoas aptas a adotar um filho no país. Enquanto isso, 5 mil crianças esperam por uma nova família, grande parte com idades não muito atrativas para quem pretende iniciar o processo, como crianças de 8 e 9 anos e adolescentes.
A despeito dos ditos laços de sangue, Suzana falou que a adoção é feita pelo DNA da alma, numa referência à forma como os pais e filhos, que não se conheciam e já tinham histórias de vidas diversas, que se encontram e convergem, pelo amor, para uma nova perspectiva de família, de dedicação e envolvimento afetivo.
Antes da palestra, foi apresentado um vídeo com crianças maiores que estão à espera de novos pais em Porto Velho. Os relatos, fortes e verdadeiros, emocionaram o público e provocaram diversas reflexões compartilhadas pela palestrante com plateia formada por psicólogos, assistentes sociais, estudantes e interessados no tema. Se todos têm direito a uma família, porque aquela criança está implorando para ter uma?, questionou Schettini.
Grupo de apoio
Suzana faz parte de um grupo de apoio à adoção em Pernambuco, já em atividade há 20 anos. Para ela os grupos são essenciais para ampliar e consolidar a rede de amor em favor da adoção. "Só o Judiciário não dá conta de toda complexidade do processo", advertiu. "Em Recife, nós estamos sempre nas varas, os juízes estão sempre no nosso grupo, trocando experiências, informações. Essa comunicação constante traz ótimos resultados, reduzindo o número de crianças para adoção nos abrigos", completou.
Uma de suas missões, segundo ela, é divulgar e incentivar a criação e o fortalecimento desses grupos, a exemplo do grupo de apoio existente em Porto Velho. "Apenas Tocantins ainda não criou o seu grupo, mas vamos em breve atingir todos os estados", declarou.
Sem preconceitos
O casal Alcione Leite e Carlos Pereira decidiu iniciar o processo de adoção para dar um irmão ou irmã para o filho que já tem, de 5 anos. Como eles não têm previsão de quando vai chegar o novo integrante da família, a expectativa é de que venha logo e que a gente consiga se entender bem e ampliar nossa família, disse Carlos, que é funcionário público. Ele indica para quem tem interesse em adotar que veja outros exemplos de pessoas que adotaram. Se informar sobre o assunto, pois não é um processo tão fácil. Abrir o coração e se despir de preconceitos para pensar no que pode proporcionar para a criança, pois o amor é construído todos os dias, complementa Alcione, que é terapeuta ocupacional. Estão no processo final de entrevistas e habilitação e em breve devem abrir as portas da
casa e da vida deles para receber quem vai chegar.
Parcerias
O evento foi aberto pelo vice-diretor da Escola da Magistratura de Rondônia (Emeron) e pelo juiz auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça, Áureo Virgílio, que também é membro da Comissão Estadual de Adoção (CEJA), e apresentou o currículo da palestrante gaúcha, residente em Pernambuco e atuante em todo país na divulgação e formação sobre a adoção.
Atualmente, Suzana é presidente da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção e Diretora de Relações Institucionais da Associação Civil Pró-adoção e convivência familiar, e falou bastante da importância dos Grupos de Apoio à Adoção, que devem trabalhar em parceria com o Judiciário, Ministério Público e sociedade. Com formação densa e experiência na questão, a palestrante é mestra pela Universidade Católica de Pernambuco (2007). Atua como professora universitária em cursos de graduação e pós-graduação. Psicóloga Clínica, terapeuta de crianças, adolescentes e adultos com especialidade em adoção. Também é organizadora e coautora do livro Adoção: os vários lados dessa história (2006), e coautora do livro Educar com afeto: do nascimento aos 6 anos de idade (2009).
A palestra faz parte do Seminário Adoção de Crianças Maiores, um aprofundamento no tema com a presença de uma especialista no assunto, que também ministra um curso durante a semana ao corpo técnico do Judiciário para trocar experiências e relatos sobre as alternativas para a adoção tardia.
Os dados da conta que não fecha com relação à adoção no Brasil demonstram com clareza a natureza da questão, pois o perfil desejado pelos pretendentes a adoção é de crianças menores, em 80%, das cerca de 38 mil pessoas aptas a adotar um filho no país. Enquanto isso, 5 mil crianças esperam por uma nova família, grande parte com idades não muito atrativas para quem pretende iniciar o processo, como crianças de 8 e 9 anos e adolescentes.
A despeito dos ditos laços de sangue, Suzana falou que a adoção é feita pelo DNA da alma, numa referência à forma como os pais e filhos, que não se conheciam e já tinham histórias de vidas diversas, que se encontram e convergem, pelo amor, para uma nova perspectiva de família, de dedicação e envolvimento afetivo.
Antes da palestra, foi apresentado um vídeo com crianças maiores que estão à espera de novos pais em Porto Velho. Os relatos, fortes e verdadeiros, emocionaram o público e provocaram diversas reflexões compartilhadas pela palestrante com plateia formada por psicólogos, assistentes sociais, estudantes e interessados no tema. Se todos têm direito a uma família, porque aquela criança está implorando para ter uma?, questionou Schettini.
Grupo de apoio
Suzana faz parte de um grupo de apoio à adoção em Pernambuco, já em atividade há 20 anos. Para ela os grupos são essenciais para ampliar e consolidar a rede de amor em favor da adoção. "Só o Judiciário não dá conta de toda complexidade do processo", advertiu. "Em Recife, nós estamos sempre nas varas, os juízes estão sempre no nosso grupo, trocando experiências, informações. Essa comunicação constante traz ótimos resultados, reduzindo o número de crianças para adoção nos abrigos", completou.
Uma de suas missões, segundo ela, é divulgar e incentivar a criação e o fortalecimento desses grupos, a exemplo do grupo de apoio existente em Porto Velho. "Apenas Tocantins ainda não criou o seu grupo, mas vamos em breve atingir todos os estados", declarou.
Sem preconceitos
O casal Alcione Leite e Carlos Pereira decidiu iniciar o processo de adoção para dar um irmão ou irmã para o filho que já tem, de 5 anos. Como eles não têm previsão de quando vai chegar o novo integrante da família, a expectativa é de que venha logo e que a gente consiga se entender bem e ampliar nossa família, disse Carlos, que é funcionário público. Ele indica para quem tem interesse em adotar que veja outros exemplos de pessoas que adotaram. Se informar sobre o assunto, pois não é um processo tão fácil. Abrir o coração e se despir de preconceitos para pensar no que pode proporcionar para a criança, pois o amor é construído todos os dias, complementa Alcione, que é terapeuta ocupacional. Estão no processo final de entrevistas e habilitação e em breve devem abrir as portas da
casa e da vida deles para receber quem vai chegar.
Parcerias
O evento foi aberto pelo vice-diretor da Escola da Magistratura de Rondônia (Emeron) e pelo juiz auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça, Áureo Virgílio, que também é membro da Comissão Estadual de Adoção (CEJA), e apresentou o currículo da palestrante gaúcha, residente em Pernambuco e atuante em todo país na divulgação e formação sobre a adoção.
Atualmente, Suzana é presidente da Associação Nacional de Grupos de Apoio à Adoção e Diretora de Relações Institucionais da Associação Civil Pró-adoção e convivência familiar, e falou bastante da importância dos Grupos de Apoio à Adoção, que devem trabalhar em parceria com o Judiciário, Ministério Público e sociedade. Com formação densa e experiência na questão, a palestrante é mestra pela Universidade Católica de Pernambuco (2007). Atua como professora universitária em cursos de graduação e pós-graduação. Psicóloga Clínica, terapeuta de crianças, adolescentes e adultos com especialidade em adoção. Também é organizadora e coautora do livro Adoção: os vários lados dessa história (2006), e coautora do livro Educar com afeto: do nascimento aos 6 anos de idade (2009).