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Bebê nasce sem cérebro e continua vivo em Ouro Preto; caso tem chamado atenção de médicos

Quinta-feira, 03 Novembro de 2016 - 09:21 | Da redação


Bebê nasce sem cérebro e continua vivo em Ouro Preto; caso tem chamado atenção de médicos
Um caso raro de luta pela vida tem chamado a atenção dos médios de Hospital Municipal Laura Maria Carvalho Braga, de Ouro Preto do Oeste. Na tarde do último dia 27 de outubro, nasceu a pequena Emilay Marculina Balduíno Correia. O que seria motivo de grande alegria para os pais tornou-se num grande susto. A criança nasceu com anencefalia (uma má formação do cérebro, caracterizada pela ausência total do encéfalo e da caixa craniana).


Essa luta tem impressionando a equipe médica do HM e profissionais especializados consultados nos últimos dias. O bebê às vezes passa mal, fica roxo, mas a todo instante mexe o corpo, as pernas e aperta os dedos de quem o segura pela mão.

Essa luta tem impressionando a equipe médica do HM e profissionais especializados consultados nos últimos dias. O bebê às vezes passa mal, fica roxo, mas a todo instante mexe o corpo, as pernas e aperta os dedos de quem o segura pela mão.

O parto foi realizado pela equipe coordenada pelo pediatra Romas Deolindo da Silva. Após o nascimento da criança, outros profissionais foram consultados e se dizem impressionados com o tempo de vida de Emilay. O médico neurologista Jorge Trubian, um dos mais respeitados profissionais da região, disse que Emilay é uma guerreira que luta pela vida, precisa ser mais bem assistida, e considera este caso muito raro e inédito.

Emilay é o quinto bebê que nasce com anencefalia no Hospital Municipal de Ouro Preto, e nos casos anteriores os nascidos duraram no máximo três a quatro horas de vida, segundo relato das enfermeiras que trabalham na unidade pública. “Nós sabemos que a sobrevida dela é muito pouca, mas enquanto há vida temos que lutar e estamos aguardando parecer do obstetra e do pediatra, todos aqui estamos preocupados e dedicando toda assistência que temos”, relatou a enfermeira Laudicéia Gonçalves, que atuou no plantão de terça-feira.

Os médicos do Hospital Municipal têm conversado muito com os pais do bebê e explicado a difícil condição dela. O casal mora na zona rural, na Linha 201, no limite do município de Vale do Paraíso e congregam na Igreja Cristã do Brasil. Ao tomar conhecimento de que, se retirar Emilay do respiratório artificial ela não tem condições de continuar viva, a mãe Renata Aparecida Luiz Correia, 28 anos, não permitiu que fosse feito dessa forma e mantém a criança no oxigênio.

Em razão do número de pessoas e de curiosos que visitam o leito onde a mãe e o bebê estão internados há o risco de uma contaminação para elas e para outras pacientes, por isso a família vai arranjar um balão de oxigênio e ir para casa com Emilay e aguardar.

INVESTIGAÇÃO

Os pais de Emilay relataram que o pré-natal da gestação foi feito no Posto de Saúde de Vale do Paraíso, e que ela tomou conhecimento que o feto tinha anencefalia quando estava no sétimo mês de gravidez, e ambos culpam a enfermeira que acompanhou a gravidez pelo desconhecimento do problema.

Segundo a mãe, com três meses ela esteve numa consulta com o médico Perly Dorneles de Oliveira em Vale do Paraíso e ele realizou uma ultrassonografia, teria percebido uma anormalidade e recomendou para a enfermeira padrão que com 20 dias fosse feito outro exame em Renata, a mãe da criança. “O médico pediu outra ultrassonografia e a enfermeira não me comunicou, eu podia ter interrompido a gravidez. Quando eu estava com sete meses o pediatra sugeriu que eu ‘tirasse’ a criança, mas eu pensei que ela pudesse nascer perfeita”, detalhou a mãe.

Especialistas em medicina fetal descrevem que a anencefalia é uma má formação do cérebro durante a formação embrionária, que acontece entre o 16º e o 26º dia de gestação e que em 100% dos casos o diagnóstico é dado por meio de ultrassonografia, não havendo margem de erro.

Referências do médico Thomaz Gollop, docente em genética médica no Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP), dão conta que a metade dos casos acontece porque a mãe sofre de deficiência de ácido fólico durante a gestação, fatores genéticos podem contribuir e a prevenção para Anencefalia é a suplementação com ácido fólico três meses antes de a mulher engravidar e nos primeiros três meses de gestação. Rondoniagora.com

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