Governo anuncia crédito para pós-cheia

GOVERNADOR CONFÚCIO MOURA ANUNCIA LINHA ESPECIAL PARA COMERCIANTES QUE PERDERAM TUDO

O governador Confúcio Moura (PMDB) anunciou um grande plano de reconstrução nas áreas atingidas pelas enchentes do Rio Madeira com apoio do Governo Federal. O Estado terá 120 dias para apresentar os projetos em Brasília garantindo recursos para reformar e reconstruir estradas, pontes, casas e compensar os pequenos produtores pelas perdas na lavoura e na criação de animais. Uma linha de crédito especial será aberta, segundo o governador, para atender os comerciantes que perderam tudo na cheia do Madeira. “Queremos oferecer financiamento com juro baixo e longo prazo”, explicou o chefe do Executivo, durante a premiação do programa Boas Ideias. O Governo deve criar um grupo de trabalho, envolvendo várias secretarias, para planejar as ações de reconstrução no pós-enchente. Nesta semana, Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia (Fecomércio) deu o primeiro passo ao organizar uma mesa redonda com várias entidades classistas, órgãos públicos e de defesa social para tratar do pós-enchente.

Em Brasília, a bancada rondoniense tem pressionado o Governo Federal para liberar mais recursos para os atingidos pelas cheias. O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e o deputado federal Amir Lando (PMDB-RO) tem feito gestões nos ministérios da Integração e das Cidades alertando a situação dramática da população. Na região central de Porto Velho, por exemplo, há pequenos comerciantes que perderam boa parte de suas mercadorias e utensílios de exposição de seus produtos. Outros tiveram prejuízo com a queda de movimento porque foram obrigados a trabalhar em outros locais. “Nesta semana o Governo liberou R$ 1,5 bilhão através de Medida Provisória para áreas de catástrofes. Inseri o Estado de Rondônia, através de gestões nossas, nesse programa. Toda ajuda é bem vinda”, explicou o deputado Amir Lando.

Fecomércio

Na última segunda-feira, 28, a Fecomércio fez uma ampla discussão sobre as ações necessárias para o pós-cheia. A Mesa Redonda denominada “Reconstrução de Rondônia-Pós Cheia” reuniu mais de 60 entidades aos quais foram entregues cópia de uma proposta de medidas, que foram discutidas e ampliadas, para mitigar os impactos da cheia e prevenir repetições futuras. A reunião contou com ampla participação da sociedade com a demonstração de preocupação e solidariedade em relação às cheias que atingiram os estados de Rondônia e Acre com reflexos desastrosos para a economia regional, que, num levantamento preliminar, foram estimados em mais de R$ 4 bilhões, com impactos sobre a logística de transportes, comunicação, comércio, agricultura, saúde e alterando a normalidade da vida de muitas cidades, bairros e distritos por muito tempo ainda.
Um dos oradores, o presidente da Fecomércio, Raniery Coelho, fez questão de deixar bem claro que não se tratava de responsabilizar ninguém, mas, para procurar um rumo e ajudar governo e as prefeituras com as classes que produzem para dimensionar os problemas, os prejuízos e as medidas a serem tomadas.

Auxílio moradia ainda não pagou vítimas da cheia

O pastor Rosan Rodrigues, morador do Bairro Triângulo, reclamou nesta semana que o auxílio moradia ainda não foi pago pelos órgãos públicos. Muitas famílias estão em situação crítica já que precisam pagar os alugueis de casas compartilhadas com outras famílias e ajudar nas despesas da residências de parentes. Outra reclamação do pastor, ouvida na comunidade, é a dificuldade para adquirir cestas básicas na prefeitura. “É uma dificuldade garantir as cestas”, explicou ele. Outro morador do Triângulo está amargando grande prejuízo financeiro já que tirava seu sustento do ateliê que funcionava em sua própria casa. “Já não posso trabalhar “, explicou Bosco. Ele também não recebeu o auxílio moradia.