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Governo vetou cobrança de altos valores no Flor do Maracujá e revoltou a Federon, diz Sejucel
Sábado, 01 Junho de 2019 - 09:43 | da Redação
O fim da cobrança de alugueis de barracas e do estacionamento no Arraial Flor do Maracujá foi o principal motivo para a Federação de Quadrilhas e Bois Bumbás de Rondônia (Federon) anunciar que seus integrantes estão fora da edição desse ano do Flor do Maracujá. A garantia é do superintendente estadual da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer, Jobson Bandeira dos Santos. Ele explica que essa cobrança elevaria bastante os preços durante o evento.
De acordo com o superintende, uma das propostas de campanha do governador Marcos Rocha era resgatar o Arraial Flor do Maracujá. “E isso significa verificar com a população quais seriam as reclamações sobre o evento. Uma delas foi a questão dos preços absurdos e abusivos na hora de comprar algum tipo de refeição no arraial e aí começamos a ver o que estava acontecendo. Constatamos que as pessoas pagavam muito caro ao comprar, por exemplo, uma picanha, que fora do evento custa no máximo R$ 50 e no Flor do Maracujá passava dos R$ 100”.
Ele explica ainda que a Sejucel entendeu que o preço cobrado no estacionamento e nas barracas de alimentação era lesivo aos usuários. “E isso não era só referente a alimentação, e sim aos brinquedos que o parque oferecia para os usuários. Então, tudo aquilo que era cobrado, e que não estava dentro dos padrões, que tem que ser feito, foi retirado”, disse o superintendente.
O dirigente estadual enfatiza ainda que além de cobrar as taxas estipuladas por Lei, que são as do Corpo de Bombeiros, Prefeitura e entre outros, a Federação cobrava valores adicionais. “Tem um vídeo circulando em que um dos representantes da Federação diz que neste ano, por causa desse impasse todo, iriam cobrar somente 50% dos ambulantes, ou seja, R$ 1.400 de taxa para os donos de barraca e do responsável pelo estacionamento. Se cobrar R$ 2.900, por exemplo, de um barraqueiro, que é o preço cobrado pela Federon dependendo do seguimento, o ambulante vai aumentar o valor do produto dele porque precisa ter lucro e pagar funcionários. Quem paga no final é a população que visita o local”, enfatizou Jobson Bandeira.
O superintendente destaca que o dinheiro dos alugueis das barracas e do estacionamento que os representantes queriam, não pode ser repassado para a Federon. “Não sou eu quem está falando, e sim a Procuradoria Geral do Estado e o Ministério Público. Os representantes queriam continuar cobrando taxa para o aluguel de barracas e fazendo todas as demandas e a gente não vai permitir mais”, afirmou.
Sobre a acusação de que a Sejucel não quer mais dar apoio para os grupos folclóricos, o superintendente nega. “Isso não é verdade. Queremos quer dar apoio sim, mas através dos patrocínios conforme a lei manda. Em todo o momento nós deixamos claro que seriamos parceiros com a entidade e brincantes, mas precisamos também olhar para a população que frequenta o local. Nós não podemos usar o espaço só para atender a federação”, ressaltou Jobson.
O dinheiro arrecadado com a cobrança dessas taxas era repassado para os grupos folclóricos. “Mas esse ano começamos a trabalhar para fazer esse atendimento buscando patrocínio, e é o que estamos fazendo todos os dias para repassar as doações para os grupos legalmente”, disse Jobson.
Uma das preocupações da Federon era com o deslocamento dos grupos para o local de apresentação, mas isso a Sejucel garante que já está resolvido. “Nossa equipe já contratou uma empresa para fazer esse trabalho de transporte de todos os brincantes e outra para oferecer a alimentação. Outra coisa que eles falaram que a gente precisa fazer é a questão dos vestuários, locutor para o dia, contratação de bandas. Isso a gente não tem legalidade para fazer, somente através de patrocínio que é o que estamos buscando”, garantiu.
Caso os grupos filiados à Federon não atendam o convite da Sejucel para se apresentarem no Arraial Flor do Maracujá, o superintendente informou que será feito um chamamento público para outros interessados, inclusive de fora de Rondônia. “Nós temos vários grupos de quadrilha e boi-bumbá que podem se apresentar no arraial. Se confirmar que os grupos ligados a Federon não vão participar, todo o dinheiro arrecadado de patrocínio será revestido em premiação”, finalizou Jobson Bandeira.