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Mais de 60 casos suspeitos de leptospirose estão em investigação; número pode aumentar com a enchente

Quarta-feira, 06 Março de 2019 - 11:12 | da Redação


Mais de 60 casos suspeitos de leptospirose estão em investigação; número pode aumentar com a enchente
Cheia e acúmulo de lixo são ambientes ideais para proliferação da doença (Foto: Francisco Abreu/Rondoniagora)

O nível do Rio Madeira, em Porto Velho, chegou a 17,27 metros na manhã desta quarta-feira (6), se mantendo na cota de inundação, e com isso, a água continua invadindo ruas e casas. Por conta do período de cheia, o Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) alerta para os cuidados com a leptospirose, doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira presente na urina de ratos e outros animais.

Dados da Agevisa mostram que, neste ano, já são 61 casos suspeitos da doença em todo o estado, mas a tendência é que esses números aumentem. Em todo o ano de 2018, houve 430 casos suspeitos.

“Essa quantidade de 61 casos está dentro do considerado normal. Porque a leptospirose ocorre também por outros fatores, fora a enchente, como a incidência de chuvas, terrenos baldios, entulho, regiões onde a coleta de lixo não é tão eficiente, o que torna cada vez mais propício o ambiente propício para a chegada de ratos e animais peçonhentos”, diz Luzimar de Souto Amorim, coordenadora estadual do Programa de Vigilância e Controle da Leptospirose.

Na área rural, explica Luzimar, é onde são registrados os casos mais graves da doença por causa do armazenamento de alimentos de produção animal. “O mau condicionamento em paiois atrai os roedores e faz com que os ratos estejam naquele ambiente. Na hora em que a pessoa vai pegar o alimento para dar ao animal ele pode ter contato com a urina e se contaminar”, alerta.

Conforme a Agevisa, os médicos estão mais alerta para suspeição clínica da doença e início do tratamento. No período chuvoso aumentam-se os casos suspeitos porque é uma doença febril aguda e pode ser confundida com outras doenças. “Mas os médicos estão totalmente alerta e, se houver alguma suspeita, ela é tratada imediatamente”.

Para se chegar ao diagnóstico, é feita uma triagem no Laboratório Central (Lacen) e os casos confirmados são encaminhados para o laboratório de referência regional, no estado do Pará, onde é feito o exame padrão que confirma se o caso é de leptospirose ou não.

“Destacamos que nós não esperamos o resultado e já começamos a fazer o tratamento do paciente porque não pode esperar. Se for confirmado o caso, a prefeitura encaminha uma equipe para saber o que está trazendo a atração de roedores para aquela casa onde a pessoa foi infectada”, esclarece.

Prevenção
Como nesse período chuvoso e de enchentes é comum ver ruas e casas alagadas, Luzimar alerta que é preciso evitar o contato, principalmente das crianças com a água suja, que pode estar contaminada. “Evitar crianças em água suja, locais alagados. Os próprios adultos também. Se não houver outro jeito, que usem ao menos sacos plásticos para proteger as mãos, luvas, botas. Se houve o contato, tem que fazer a higienização com água sanitária. Dois copos para cada 20 litros de água”, orienta.

Os sintomas costumam aparecer entre 7 a 14 dias, inicialmente com febre, dor de cabeça e no corpo ou com sinais mais agravantes na fase aguda, como febre, dor nos músculos, processo ictérico com o olho amarelo ou com vermelhidão conjuntiva, vômito, náusea e manchas no corpo, podendo evoluir à meningite. As complicações maiores ocorrem com insuficiência renal e hemorragia pulmonar, registradas entre 10% a 15% dos pacientes contaminados, os levando à unidade de tratamento intensivo e, muitas vezes, ao óbito.

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