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Moradores da Zona Leste sofrem com falta de abastecimento de água em Porto Velho
Quinta-feira, 28 Setembro de 2017 - 09:58 | da Redação
A falta de abastecimento de água tem causado grandes transtornos aos moradores de vários bairros de Porto Velho que todos os anos, no período do verão amazônico, convivem diariamente com as caixas d’água vazias. O problema poderia ser solucionado com o término da obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para levar água tratada para 100% da capital.
Para tentar amenizar o problema e não ficar sem água durante o período de maior estiagem, muitos moradores de alguns bairros da Zona Leste de Porto Velho contam com a solidariedade e buscam água em escolas e até na Secretaria Municipal de Obras.
É o caso de Gabriel Farias, de 22 anos, que mora na Rua Jaqueline Ferry, Bairro JK II. “Boa parte das residências da minha rua receberam água da Caerd, mas onde eu moro não tem nem previsão de quando irá chegar. Na minha casa, nós utilizamos cinco galões (de 20 litros) por semana e se tivéssemos água encanada a gente não precisava ficar nessa luta semanal”, reclama o morador que vai até a Escola Municipal Flamboyant, localizada na Rua José Amador do Reis para conseguir água potável.
Assim como Gabriel, muitos moradores vivem a mesma situação de abandono. Como a escola tem poço artesiano, decidiu compartilhar com os moradores e instalou do lado de fora do muro uma torneira, mas que eles possam pegar a água a qualquer tempo, sem necessidade de entrar na unidade de ensino. A atual direção não soube informar quando os moradores começaram a buscar água fornecida pela escola, mas que vai continuar até que a Caerd forneça a água encanada para a região.
Mas o eletricista José Fernando, de 23 anos, morador na Rua Jaqueline Ferry, Bairro JK II, está há 20 anos esperando a água encanada, como não chegou, busca água da Semob. “Até hoje só prometeram água encanada para nossa rua, mas nada de chegar. Eu já fiz as contas e gastaria R$ 30 por dia somente com água mineral e como fica muito caro é o jeito eu vir buscar aqui na secretaria. Na minha residência, algumas pessoas já tiveram problemas de saúde por causa da água do poço (de casa) por isso decidimos deixar de consumir”, diz José Fernando.
O vigilante Marcelo Oliveira, de 23 anos, morador do Bairro Flamboyant já perdeu a esperança de ter água encanada nos próximos anos. “Meu bairro é novo e pelo que vejo a gente vai esperar bastante tempo até chegar água da Caerd em nossa rua. Então, eu venho buscar água aqui duas vezes na semana para fazer comida e beber porque se eu for comprar fica muito caro”, disse o vigilante que busca água fornecida pela secretaria de obras da prefeitura.
A dona de casa Maria Aparecida, de 48 anos, mora no Bairro Socialista, distante da secretaria de obras onde a água é fornecida gratuitamente e diz não ter condições de comprar água mineral. “Já colocaram os canos, mas infelizmente não terminaram os trabalhos e deixaram as casas sem água. Eu não tenho condições de comprar água para fazer comida e beber por isso pego aqui três vezes por semana”, conta a moradora.
Em abril deste ano, Iacira Azamor encaminhou um ofício à Assembleia Legislativa de Rondônia explicando que foram aplicados R$ 160 milhões na conclusão da obra do sistema de abastecimento de água com 60% dos serviços executados. A previsão do término é o final deste ano de 2017. À época, ela também encaminhou aos parlamentares, registros fotográficos dos trabalhos das adutoras de água bruta, sistema Mariana e dos bairros que já receberam as tubulações.
O RONDONIAGORA fez contato com a assessoria da Caerd por mais de duas semanas, mas não foi atendidos até a publicação desta matéria.