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Rondônia alcança meta de cadastro de doadores de medula óssea por estado e doadora incentiva voluntários
Terça-feira, 19 Setembro de 2017 - 15:47 | da Secom/RO
Se puder doar medula óssea outra vez, a nutricionista Natália dos Santos Morais, 25 anos, solteira, está disposta a fazê-lo. “Repito o que todos dizem: é um ato de amor, mas eu quero conhecer a pessoa a quem beneficiei”, ela reivindica.
Foi assim a “descoberta” de Natália pela Fhemeron e pela equipe do Redome: em maio de 2016 ela foi doar sangue [o dela é O positivo] na Fhemeron e pouco depois soube da compatibilidade com receptores. “Em junho e julho me ligaram do Redome perguntando se eu poderia fazer outros exames no Hemoce (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará), mas eu estava na véspera da colação de grau na faculdade; alteraram a data, aí eu fui”.
A cota estadual de cadastro de doadores voluntários em Rondônia é 6.090, conforme estabelece o mapeamento genético feito pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), e Rondônia já alcançou e momento é positivo, observa o assistente social Dimarães da Silva, da Fhemeron. “Geralmente ultrapassamos a média de 506 doações/mês”.
Foi assim a “descoberta” de Natália pela Fhemeron e pela equipe do Redome: em maio de 2016 ela foi doar sangue [o dela é O positivo] na Fhemeron e pouco depois soube da compatibilidade com receptores. “Em junho e julho me ligaram do Redome perguntando se eu poderia fazer outros exames no Hemoce (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará), mas eu estava na véspera da colação de grau na faculdade; alteraram a data, aí eu fui”.
Os exames foram remarcados para agosto e a doação para setembro. Ela viajou duas vezes, a segunda em 14 de setembro. Cinco dias de medicação com granulokine iniciaram a preparação de Natália.
Granulokine é uma glicoproteína que regula a produção e liberação dos neutrófilos funcionais da medula óssea, promovendo aumento evidente do número de neutrófilos no sangue periférico em 24 horas, com elevações mínimas dos monócitos (parte do sistema imunitário do corpo humano).
“Eu senti dores no braço nos cinco dias de aplicação, e no domingo me colocaram cateter para fazer a doação por aférese, e ela aconteceu na segunda-feira (19 de setembro)”. Na verdade, Natália tece o receio que muitas pessoas têm, em princípio. “Meu corpo sofreu um poquinho, eu imaginava que ficaria internada ou que que ficaria paraplégica, mas não há nada disso, e aconselho as pessoas a não desistirem; não é preciso ter medo, não machuca”.
Por aférese, a doação utiliza máquina coletora que separa os componentes do sangue por centrifugação, permitindo a coleta seletiva de um ou mais de seus componentes.
“Eu fiquei mais tempo na máquina do que nos exames, mas quando foi três da tarde (15h) soube que a quantidade doada era suficiente. Conhecendo como funciona e sentindo a vontade de doar, estou pronta para ir até para o Acre, que é aqui pertinho”, dispõe-se.
Para Natália, “o bom desse ato” é a oportunidade de conhecer pessoas, algo que ela preza muito desde os tempos de aluna do Ensino Fundamental: da Escola Marcelo Cândia passou para a Santa Marcelina no bairro Marcos Freire, e depois cursou nutrição na Faculdade São Lucas. “Conheci o pessoal técnico de Porto Velho, do Rio de Janeiro e de Fortaleza, e fiz amizade com muitas pessoas lá do Ceará”.
Qualquer pessoa com boa saúde, entre 18 e 55 anos, poderá doar medula óssea, que é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções, e se recompõe em apenas 15 dias.
O Brasil tem atualmente quatro milhões de doadores de medula, o que o classifica em terceiro lugar no mundo, conforme o Redome.
A chance de se encontrar um doador compatível pode chegar a 64%. Em 2016 foram feitos 27% a mais de transplantes em relação ao ano anterior.
“Se houver compatibilidade, a pessoa é consultada para saber se deseja doar, e aí avaliamos o seu atual estado de saúde”, explica o assistente social Dimarães da Silva.
A Fhemeron funciona a partir das 7h, no mesmo horário hospitalar. Ali começou a funcionar o cadastro de doadores, no início do primeiro mandato do governador Confúcio Moura, em 2010.
“SIM” PARA A VIDA DO OUTRO
“Mas a pessoa deve dizer sim, porque terá a responsabilidade de salvar a vida de outra”, apela a assistente social Maria Luiza Pereira, também da Fhemeron. “O transplante de medula óssea é a única esperança de cura para muitos portadores de leucemias e outras doenças do sangue”, lembra.
Dados pessoais e resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que faz o cruzamento com dados dos pacientes à espera do transplante.
“A compatibilidade 100% ocorre entre irmãos, com 25% de chance de dar certo; entre tios e primos, apenas 5%”, comenta Dimarães.
Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para fazer a doação.
O Redome põe os profissionais dos hemocentros e da saúde pública a refletir: a chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de uma em cem mil. “Daí, o sentido e a força dos doadores voluntários que podem até se limitar ao ato, mas terão a felicidade de ver o paciente sair da beira da morte para voltar à vida”, acrescenta.
COMO É E O QUE ACONTECE:
► Sob anestesia geral ou peridural, a pessoa é levada ao centro cirúrgico e internada no mínimo de 24 horas.
► O doador preenche o formulário com dados pessoais e será retirada por sua veia uma pequena quantidade de sangue (5ml) e preenchida uma ficha com informações do paciente.
► O sangue do doador será tipificado por exame de histocompatibilidade (HLA), o teste de laboratório que identifica suas características genéticas que podem influenciar no transplante. Seu tipo de HLA será incluído no cadastro.
► Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com analgésicos e medidas simples. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana.
► Um doador de medula óssea deve manter o cadastro sempre atualizado. Caso haja alguma mudança, deverá preencher este formulário
CONSULTE O INCA
http://www2.inca.gov.br