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As criptomoedas chamam a atenção dos bancos tradicionais no Brasil

Terça-feira, 18 Fevereiro de 2025 - 07:21 | Redação


O mercado brasileiro de criptomoedas não parou de crescer. A busca por alternativas de investimento e o avanço de soluções tecnológicas relacionadas ao setor financeiro já dão seus frutos. Bancos tradicionais estão de olho nesse mercado, desenvolvendo produtos específicos para atender a demanda dos clientes por moedas digitais.

As altcoins, que são criptomoedas diferentes do Bitcoin, estão no topo da lista, graças as funcionalidades inovadoras, como contratos inteligentes e menor consumo de energia. De acordo com o Global Crypto Adoption Index 2023, divulgado pela Chainalysis, o Brasil se encontra entre os países com maior adesão de criptomoedas no mundo.

Outro indicador que reforça essa tendência é o levantamento mais recente da Receita Federal, apontando que as transações envolvendo criptoativos no país ultrapassaram a marca de R$ 40 bilhões ao longo de 2024, um crescimento superior a 50% em comparação com o ano anterior.

Criptomoedas ganham espaço no mercado nacional

Com a popularização cada vez maior das moedas digitais, o Brasil se orgulha de ser um dos maiores mercados de criptomoedas na América Latina. Essa realidade se reflete tanto no interesse dos investidores pessoa física quanto nas estratégias de grandes instituições financeiras, que têm se movimentado para não perder espaço.

Como vemos em algumas notícias de altcoins, cerca de 20% dos brasileiros com acesso à internet já realizaram algum tipo de negociação em criptomoedas. É um público variado, que vai desde pequenos investidores até grandes instituições, passando por traders e fundos especializados.

A ascensão das criptos está alinhada às iniciativas de modernização do sistema financeiro. O Banco Central do Brasil já anunciou a criação do Drex, a versão brasileira de uma moeda digital de banco central (CBDC), que promete aproximar ainda mais o mercado tradicional do mercado cripto.

A aprovação da Lei n.º 14.478/2022 estabeleceu diretrizes para o funcionamento das corretoras de criptomoedas no país, definindo normas de compliance e prevenção à lavagem de dinheiro. Essa regulamentação tem dado maior segurança aos investidores e estimulado os bancos a atuarem de forma mais ativa no setor.

Interesses dos bancos brasileiros em cripto

Há alguns anos, instituições financeiras no Brasil olhavam com ceticismo para as criptomoedas, mas, à medida que a demanda e a adoção cresceram, isso começou a mudar. Hoje, bancos tradicionais e fintechs reconhecem o potencial das moedas digitais e vêm desenvolvendo soluções que permitem transações e investimentos em criptos.

O Banco do Brasil, maior banco público do país, foi um dos primeiros a oferecer fundos de investimento com exposição a criptomoedas. Em 2024, deu início a um projeto-piloto de custódia de ativos digitais, visando possibilitar a negociação e guarda de altcoins e tokens de forma integrada aos serviços bancários tradicionais.

Já o BTG Pactual foi pioneiro na criação de plataformas de investimento em criptos, e lançou a Mynt, que oferece compra e venda de Bitcoin, Ethereum e outras altcoins. Segundo dados internos divulgados em 2024, a Mynt ultrapassou a marca de 500 mil usuários cadastrados, muitos dos quais realizam negociações diárias.

O Itaú Unibanco, maior banco privado brasileiro, desenvolveu fundos específicos para ativos digitais e anunciou a criação de um hub de criptomoedas. A ideia é permitir não apenas a compra e venda de tokens, mas também o desenvolvimento de produtos financeiros personalizados, como derivativos lastreados em cripto.

Com foco em um público mais jovem, o Nubank possibilita a negociação de criptomoedas diretamente em seu aplicativo desde 2023. No ano passado, a instituição superou a marca de 2 milhões de clientes ativos nesse serviço, incluindo desde iniciantes em cripto até investidores mais experientes.

E o banco Inter também entrou na corrida ao integrar a compra e venda de criptos em sua plataforma digital. A estratégia é oferecer um ecossistema completo, agregando serviços bancários tradicionais com operações cripto em um único aplicativo.

Regulamentação e segurança

Apesar do Bitcoin ser a criptomoeda mais conhecida, as altcoins já respondem por mais de 35% do volume negociado em cripto no país, segundo dados de 2024. E o uso de stablecoins também está aumentando no Brasil. Por isso o Banco Central do Brasil, aliado ao Congresso e a outros órgãos reguladores, vem trabalhando em diretrizes para garantir maior segurança e transparência para esse mercado.

A Lei n.º 14.478/2022 estabeleceu parâmetros para o registro de corretoras e para a proteção dos investidores, obrigando as plataformas a adotarem mecanismos de combate a fraudes. Ao mesmo tempo, o governo já discute mudanças adicionais que possam favorecer o ambiente de negócios e estimular a inovação.

Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Fazenda em 2024 apontou que a adoção de criptomoedas no Brasil pode contribuir para a inclusão financeira de parte da população desbancarizada. Com uma legislação mais clara, bancos e fintechs sentem maior segurança para lançar produtos, o que estimula a concorrência e, consequentemente, impulsiona o desenvolvimento de serviços cada vez mais avançados.

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