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O Bitcoin pode estar se tornando uma parte do sistema financeiro real

Terça-feira, 08 Abril de 2025 - 14:09 | Redação


O Bitcoin pode estar se tornando uma parte do sistema financeiro real
Imagem de starline no Freepik

A volatilidade do Bitcoin, somada às incertezas políticas e econômicas, já fez com que muitos investidores considerassem a criptomoeda apenas como um ativo arriscado. No entanto, cada vez mais especialistas veem sinais claros de que o Bitcoin caminha para se integrar de forma estrutural ao sistema financeiro global.

Já não se trata de debates teóricos. O lançamento de fundos de investimento em criptos, o interesse de bancos tradicionais e até a possibilidade de regulamentações mais sólidas impulsionadas por lideranças políticas são alguns exemplos práticos. Já a discussão sobre a influência de grandes atores do mercado é recente.

Aqui se inclui até mesmo figuras políticas importantes. Conforme relatado por veículos especializados, o republicano Donald Trump, por exemplo, tomou medidas pontuais para criar reservas estratégicas de Bitcoin durante seu mandato. Caso essas iniciativas se intensifiquem, poderemos assistir a um novo paradigma.

Nessa nova visão, as criptomoedas, principalmente o Bitcoin, sejam reconhecidas como reservas de valor.

Abertura institucional e a força dos ETFs

Não é novidade que o mercado cripto tem muito a oferecer e que não se limita a nomes famosos. Até mesmo na pré-venda de criptomoedas os investidores encontram oportunidades em novos projetos que ainda estão despontando no mercado. Mas um dos principais indicativos do amadurecimento do Bitcoin está na criação de ETFs.

Esses são fundos negociados em bolsa dedicados à criptomoeda. Desde o início de 2024, quando esse modelo ganhou tração, as captações superaram a marca de 35 bilhões de dólares em âmbito global. Essa quantia não apenas sinaliza o aumento no interesse de investidores institucionais como também revela que há muita liquidez sendo direcionada ao universo cripto, mesmo em períodos de turbulência nos mercados tradicionais.

No Brasil, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) já autorizou a negociação de diversos ETFs de criptomoedas na B3. Essa facilidade tem aproximado o público em geral do Bitcoin, dispensando a necessidade de abrir carteiras digitais complexas ou lidar com corretoras estrangeiras.

Para muitos brasileiros, comprar cotas de um ETF é tão simples quanto adquirir ações de uma empresa. Essa democratização do acesso promove um fluxo contínuo de recursos para o mercado cripto, ao mesmo tempo em que reduz barreiras de entrada para novos investidores.

Bancos de grande relevância internacional, como Goldman Sachs, Morgan Stanley e JPMorgan, gradualmente deixaram de tratar o Bitcoin como um ativo marginal. Hoje, essas instituições oferecem aos clientes a oportunidade de investir em criptomoedas por meio de fundos ou ETFs próprios, reforçando a tese de que o setor cripto passou a ser visto como um segmento legítimo e rentável dentro de um portfólio de investimentos.

Além disso, decisões governamentais em países importantes na economia mundial também podem dar um salto na adoção das criptos. Como mencionado, Donald Trump já enxergou oportunidade em criar reservas de Bitcoin, e a depender do avanço dos diálogos no Congresso americano, outras lideranças políticas podem apoiar projetos que ampliem a presença institucional das criptomoedas.

Em termos práticos, isso confere às criptos um “selo de confiança” sem precedentes.

O ambiente macroeconômico brasileiro e o crescimento do mercado cripto

O Brasil viveu, nos últimos anos, altos e baixos econômicos, com a inflação acumulada em mais de 5%, segundo o IBGE. Embora a taxa básica de juros (Selic) permaneça em patamares elevados, na casa dos 13%, muitos economistas acreditam que a manutenção de um regime monetário mais apertado tem o objetivo de segurar a pressão inflacionária e atrair investimentos estrangeiros.

No entanto, com os índices de inflação cedendo e sinais de retomada de crescimento em alguns setores, abre-se espaço para que o Banco Central eventualmente reduza as taxas de juros. O BACEN sinaliza uma possível flexibilização futura, embora cautelosa. Caso isso se concretize, mais investidores podem se sentir motivados a migrar parte de seus recursos para ativos de maior risco, incluindo criptomoedas, em busca de retornos mais agressivos.

Segundo dados da Receita Federal, houve um recorde no número de contribuintes declarando posse de criptoativos em 2024 e os números cresceram mais ainda nos últimos anos. Milhões de pessoas físicas incluem criptomoedas em suas declarações. O volume mensal de transações envolvendo tokens no Brasil ultrapassou 10 bilhões de reais.

Isso reforça a ideia de que o mercado brasileiro apresenta grande liquidez. Esses números, mesmo em fases de oscilação, demonstram que o público nacional se mantém interessado em criptoativos. Seja como forma de diversificação de portfólio, especulação ou proteção contra a inflação, o fato é que cada vez mais brasileiros usam corretoras digitais ou outros mecanismos de acesso (como os ETFs) para participar do ecossistema cripto.


 

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