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Política

Advogado “ensaiou” entrevistas dos vigilantes; reportagem custou R$ 4 mil

Segunda-feira, 15 Junho de 2009 - 14:05 | RONDONIAGORA


Em depoimento ao delegado da Polícia Federal Julio Cesar Fernandes dos Santos, Rodrigo Batista Balcazar, autor das gravações implicando o advogado José Cristiano Pinheiro e Maximino Bedin no esquema da compra de votos, contou com riqueza de detalhes a negociação, valores pagos e até os “ensaios” para entrevistas à Rede TV para dar um tom verdadeiro à mentira criada contra o governador Ivo Cassol (sem partido) e o senador Expedito Junior (PR-RO). Tudo foi feito dentro da sede da Eucatur em Porto Velho, principal braço econômico do candidato derrotado Acir Gurgacz, principal interessado na cassação de Expedito.



O ex-deputado Carlão de Oliveira, preso na Operação Dominó, arquitetou toda a farsa, conforme depôs Rodrigo, e contou com ajuda do advogado Gilberto Piselo, homem de confiança de Acir, que negociou,inclusive, o pagamento de valores em Ji-Paraná na presença do então candidato derrotado. Segundo o testemunho do ex-assessor de Carlão de Oliveira, Gilberto Piselo orientou os vigilantes a acrescentar o envolvimento do governador Cassol, “já que todos pertenciam ao mesmo grupo político e caso contrário a denúncia não surtiria efeito”. “Tal advogado foi enfático e repetitivo no sentido de que as denúncias deveriam compreender a idéia de compra de votos, chegando até mesmo a ensaiar algumas respostas e expressões a serem ditas pelos vigilantes”.

Essas declarações deveriam ser feitas a um apresentador da Rede TV que já estava na Eucatur. Todos os 5 vigilantes foram entrevistados de forma separada e um pano de fundo foi colocado para não descobrir que a matéria estava sendo feita na sede da empresa de ônibus. Pela entrevista, foi acertado com Acir e Piselo a quantia de R$ 800,00 e mais um mensal de R$ 600,00. O dinheiro foi entregue ao próprio Rodrigo no dia 29 de setembro em um envelope contendo R$ 7.000,00 entregue pelo gerente da Eucatur, Maximino Bedin.

Rodrigo explica que a participação de Carlão no esquema aconteceu para forçar Acir Gurgacz a devolver máquinas pesadas, compradas do empresário pelo ex-deputado mas não pagas. A transação girou em torno de R$ 1 milhão, mas Carlão não pagou e passou a fazer chantagens contra Acir, dizendo que poderia contar toda a história para a Polícia Federal, maculando sua carreira política. Inclusive, essas máquinas foram devolvidas a Carlão que já passou para terceiros.
Finalmente, Rodrigo diz que resolveu procurar as autoridades porque pediu emprego por várias vezes a Bedin e Cristiano, mas nunca foi atendido. E que soube que a Rede TV contratou motoristas, mas ninguém ligou para ele para falar das vagas.
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