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ESCANDALIZADO COM JOÃO PAULO II, CONFÚCIO ESQUECE QUE SEU HOSPITAL PARTICULAR NÃO TINHA TAMPA NOS VASOS, SABONETE LÍQUIDO E NEM PAPEL TOALHA PARA ENXUGAR AS MÃOS

Sexta-feira, 14 Janeiro de 2011 - 14:24 | RONDONIAGORA


Proprietário do Hospital e Maternidade São Francisco de Ariquemes, investimento privado em sociedade com o médico anestesiologista Marciano Rafael da Silveira, o governador Confúcio Moura (PMDB) omitiu uma grave informação da falta de cuidados elementares de higiene em sua unidade médica particular.  Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), formalizado pelo promotor Jorge Romcy Auad Filho, no mês de setembro de 2008, e assinado pelos responsáveis do Hospital São Francisco, determinou, sob pena de multa, mudanças no padrão de higiene para evitar infecção hospitalar. O local, segundo o Ministério da Saúde, era dirigido pela primeira-dama de Rondônia, Maria Alice Silveira Moura, que ocupava o cargo de diretor-clínico.



A Agência Estadual de Vigilância Sanitária efetuou diligências na clínica do governador Confúcio Moura nos dias 6, 7, 8, 9 e 10 de setembro, verificando as deficiências da unidade. Os relatórios foram entregues ao promotor Jorge Romcy, que hoje ocupa função no Centro de Controle Disciplinar (CODI) do Ministério Público em Porto Velho, criando o TAC para evitar prováveis ações cíveis contra o empreendimento.

No primeiro item do documento, o promotor  determina a imediata suspensão do uso de saneantes sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Saneantes são produtos de limpeza utilizados para evitar infecção. O Hospital e Maternidade São Francisco estava usando material não cadastrado no órgão regulador do Ministério da Saúde. A explicação óbvia para a compra de produto ilegal. O preço fica bem abaixo da tabela de mercado, garantindo uma margem maior de lucro do hospital. Mas esses produtos fora dos padrões podem causar sérios problemas à saúde humana. Na cartilha do Ministério da Saúde (http://www.anvisa.gov.br/saneantes/cartilha.htm), o alerta é bem claro: “o consumo de produtos de limpeza fabricados fora dos padrões sanitários pode causar sérios danos a saúde, como queimaduras, problemas respiratórios, irritações e graves intoxicações.”

Nas outras cláusulas do Termo de Ajustamento de Conduta, o quadro é ainda mais assustador. Exige-se da administração do hospital a compra de materiais básicos, como assentos com tampas nos vasos sanitários, exaustor na lavadeira, instalar dispensadores de sabonetes líquidos e porta-papel toalha em todos os lavatórios e banheiros. A Agência Estadual de Vigilância Sanitária constatou que os usuários eram obrigados a usar sanitários sem assentos e não tinham condições de lavar as mãos ao sair do banheiro.

Mais a frente, o TAC também exige a elaboração de plano de gerenciamento de resíduos de saúde e a criação de uma Comissão de Controle de Infecção Hospitalar, fazendo registro das atas de reuniões em livro próprio. Ao final, o promotor estipulou a multa de R$ 1.000,00 por dia, caso não fosse cumprida qualquer das ações especificadas.

CONFÚCIO ELOGIA O SÓCIO PUBLICAMENTE

Durante o discurso de posse do governador Confúcio Moura (PMDB), ele elogiou publicamente seu sócio, Marciano Rafael da Silveira, que comanda o Hospital e Maternidade São Francisco. “Ao cunhado Dr. Marciano Rafael da Silveira que administra com competência a nossa sociedade privada...”. A sociedade é facilmente comprovada através da Declaração de Bens encaminhada a Justiça Eleitoral, disponível no Tribunal Regional Eleitoral. No item 4, ele declara ter R$ 62.100,00 de participação no Capital Social da Firma Hospital e Maternidade São Francisco. O internauta poderá ver o documento no site do Tribunal Superior Eleitoral no link http://divulgacand2010.tse.jus.br/divulgacand2010/jsp/abrirTelaDetalheCandidato.action?sqCand=220000000001&sgUe=RO

E O JOÃO PAULO II ESCANDALIZA O GOVERNADOR

O governador Confúcio Moura postou em seu blog observações sobre a saúde em Rondônia e disse estar escandalizado com o Pronto Socorro João Paulo II. Segundo o chefe do Executivo, àquela unidade de emergência não é a causa da precariedade da saúde, mas é o efeito de toda falta de organização dos serviços em todos os níveis. Na semana passada, ele esteve em Brasília com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, relatando essa desorganização administrativa deixada pela gestão passada. O governador passou a idéia de que a saúde de Rondônia estava tão “jogada a terceiro plano” que o João Paulo II mais parecia uma unidade do Exército em guerra recebendo seus feridos do campo de batalha. Com esse discurso, ele pretende gastar R$ 40 milhões com compra de remédios, terceirização de cirurgias e contratação de pessoal sem licitação protegido sob o manto do decreto de calamidade pública no setor.

VEJA TAMBÉM:

MP FORÇA CLÍNICAS E HOSPITAIS A FORMALIZAREM TACS


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