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Política

Expedito Júnior quer investigação na PF em Brasília

Terça-feira, 16 Junho de 2009 - 08:56 | Congresso Em Foco - Disponível em http://congressoemfoco.ig.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=28586


Na véspera de ser julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o senador Expedito Júnior (PR-RO) tenta mais uma cartada para evitar a perda do mandato. Na tarde desta segunda-feira (15), os advogados dele entraram com um requerimento solicitando a abertura de inquérito pela Polícia Federal em Brasília para investigar uma suposta armação para incriminá-lo por compra de votos. Agora, a PF vai decidir se conduz a investigação aqui ou remete o caso a Rondônia.



A tese dos advogados para o inquérito correr em Brasília se baseia no fato de que as cinco testemunhas de acusação, que afirmaram ter recebido dinheiro para votar em Expedito, no governador Ivo Cassol (sem partido), Vandelise Ferreira (mulher de Expedito e candidata à Câmara dos Deputados) e José Antonio Ferreira (irmão do senador e que disputou uma vaga na Assembleia Legislativa local), teriam cometido falso testemunho no Distrito Federal.

Em 13 de maio, os vigilantes, que trabalhavam em uma empresa de vigilância do irmão de Expedito, Irineu Gonçalves, prestaram depoimento no TSE. Eles foram ouvidos pela corte a pedido do vice-governador de Rondônia, João Aparecido Cahulla, que requereu a produção de provas para embasar a defesa no Recurso Contra Expedição de Diploma (RCED) 739. O RCED pede a cassação dos mandatos de Cassol e de seu vice.

Na oportunidade, eles confirmaram ao tribunal o que haviam dito anteriormente no Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO) e à Polícia Federal no estado. Os vigilantes disseram ter sido abordados, em 25 de setembro de 2006, por dois fiscais da empresa que prestava serviços ao governo, para que votassem nos quatro candidatos em troca do pagamento de R$ 100. Eles tiveram de assinar pequenos contratos de prestação de serviços, apelidados de contrato formiguinha, para justificar o depósito do dinheiro que seria feito em suas contas correntes. No depoimento, afirmaram que aceitaram a proposta por medo de perder o emprego.

Entretanto, na sexta-feira (12), o ex-funcionário da Assembleia Legislativa de Rondônia Rodrigo Batista Balcazar, 30 anos, em depoimento à PF em Brasília, disse ter arregimentado cabos eleitorais para denunciar o senador e o governador por compra de votos a pedido de ex-presidente da Casa, Carlão de Oliveira, e em favor do segundo colocado na disputa ao Senado, Acir Gurgacz (PDT). Ao delegado Júlio Cesar Fernandes dos Santos, Balcazar afirmou que, desde a primeira reunião com Carlão, um dos vigilantes, Jairisson Adriano, dizia ter recebido a quantia de R$ 100 não para trabalhar como fiscal partidário, mas sim para vender seu voto.

Esquema

No depoimento, Balcazar disse também que os vigilantes foram orientados por um advogado de Gurgacz a acrescentar o envolvimento de Cassol no suposto esquema. "Já que todos pertenciam ao mesmo partido e, caso contrário, a denúncia não surtiria efeito", afirmou o ex-funcionário da Assembleia. Ele revelou que o advogado teria afirmado que "Acir Gurgacz faria um acerto financeiro com todos e ninguém iria se arrepender de levar as denúncias à frente".

“Isso era um esquema, montaram uma farsa para incriminar Cassol e Expedito”, afirmou o estudante ao Congresso em Foco na sexta-feira. Para prestar os depoimentos, os vigilantes receberam R$ 800 cada num primeiro momento e depois R$ 800 por mês pelo tempo que Gurgacz ficasse no mandato. Ele teria, ainda, se comprometido a pagar os reajustes da categoria dos vigilantes ao grupo.

"No requerimento, informamos também que existe uma nova gravação feita por Balcazar", afirmou ao Congresso em Foco o advogado Adriano José Borges da Silva, um dos que defendem Expedito. Na sexta, os advogados entregaram um DVD com duas gravações feitas pelo ex-funcionário da Assembleia. Nelas, ele conversa com algumas das testemunhas e com funcionários da Eucatur, empresa de Gurgacz, sobre o caso. "É preciso abrir inquérito para comprovar o crime de falso testemunho", comentou Silva. "Um inquérito em Brasília teria mais independência", afirmou Expedito ao site.

Hoje (segunda, 15), o Congresso em Foco tentou localizar Carlão de Oliveira e Acir Gurgacz para comentar a denúncia, a exemplo do que fez na sexta-feira, mas não teve sucesso. Na última sexta-feira (12), assessores do dono da Eucatur classificaram a nova versão como uma tentativa do senador de “desqualificar o que a Justiça tem feito até hoje”. Ressaltaram ainda que, durante toda a investigação da Polícia Federal, o ex-funcionário comissionado da Assembleia que agora denuncia o suposto esquema não havia aparecido. Rondoniagora.com

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