Política
Fugitivos do Centro de Ressocialização de Ariquemes são capturados
Terça-feira, 24 Agosto de 2021 - 17:18 | da Redação
Os quatro apenados que fugiram do Centro de Ressocialização de Ariquemes no último dia 17 de agosto já foram recapturados, conforme informações do delegado regional da Polícia Civil de Ariquemes, Rodrigo Camargo. Na ocasião, foi registrada uma tentativa de fuga em massa, onde treze presos escalaram a grade da unidade e chegaram à área externa, dos quais nove conseguiram ser recapturados de imediato e os outros quatro conseguiram escapar. Ele esteve em reunião com deputados na a Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Rondônia.
O delegado apontou que desde sua inauguração, segundo dados da Polícia Civil verificados ontem (23), a unidade já contabilizou 20 fugas, das quais constam um total de 122 foragidos. “Desses, não temos as informações dos que foram já capturados e a nossa maior preocupação é que algumas possuem um histórico muito pesado e bem preocupante, como condenados homicidas, pedófilos, criminosos especializados em subtração de veículos e muitos outros e se não for tomada uma providência urgentemente, novas fugas acontecerão”, narrou.
A unidade foi inaugurada em junho de 2017, contudo começou a ser feita em 2008 e deveria ter sido entregue em 2010. O promotor de Justiça de Ariquemes, Tiago Lopes Nunes, apontou que as fugas acontecem pelos mais diversos motivos. “A unidade fez quatro anos em junho, mas quando você entra lá, tem a impressão que o local já tem uns 15 anos e sabemos que a causa das fugas é sempre multifatorial. Nunca é por uma única razão, às vezes é por conta da superlotação que já chegou a mais de 320 % da ocupação, outras pela eventual corrupção de alguns policiais, pela estrutura ruim, ausência de policiais penais, ausência de rotinas rigorosas de fiscalização”, relatou.
O promotor ressaltou que a situação de Ariquemes é muito complexa e que envolve muitas instituições. “Existe um impasse muito grande com o Tribunal de Justiça, pois existe um costume, que não existe na legislação, que a Sejus só pode transferir o preso se o juiz do presídio que ele vai aceitar, se ele não aceitar, o preso não pode ser transferido. Essa situação tem muitas causas e muitos culpados e não existe uma forma de resolver fácil e rápido. A longo prazo a única alternativa é construir uma nova unidade e a médio prazo fazer uma força-tarefa com o judiciário para agilizar o processo de réu preso e consequentemente desafogar um pouco a quantidade de presos provisórios, pois praticamente metade dos presos que estão na unidade não tem condenação”, finalizou.