PARA COMISSÃO DE SENADORES, QUEBRA-QUEBRA EM JIRAU NÃO ACONTECEU SÓ POR INSATISFAÇÃO TRABALHISTA

O presidente da Comissão de Meio Ambiente, Fiscalização e Controle do Senado, Rodrigo Rolemberg (PSB-DF), não acredita que insatisfação trabalhista e rixa entre operários causaram o quebra-quebra no canteiro de obras da usina de Jirau. Um dos indícios de participação de grupos organizados foi o arrombamento de quatro caixas eletrônicos no local. As declarações de Rolemberg foram dadas a imprensa na tarde desta segunda-feira na Assembléia Legislativa, após uma última reunião entre representantes dos consórcios, trabalhadores, Justiça do Trabalho, Procuradoria do Trabalho, parlamentares estaduais e Governo.

Embora não tenha revelado o teor das conversas, a comissão de senadores teve acesso a relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), comprovando a infiltração de grupos organizados para produzir os protestos que acabaram com a completa destruição do canteiro de obras. “O assunto vai render muito. Amanhã mesmo o senador Rolemberg promete um discurso firme”, explicou um procurador, que esteve presente em todos os eventos da agenda da comissão do Senado. De positivo, Rolemberg garante que ficou a vontade entre a empresa, operários e Governo Federal em retomar as obras em Jirau.

A Camargo e Corrêa, empresa construtora de Jirau, assegurou aos trabalhadores passagens aéreas de ida e volta para suas cidades de origem, antecipação de 5% das perdas salariais, aumento de R$ 110,00 para R$ 132,00 sobre o valor da cesta básica e a garantir de todos os direitos trabalhistas. A Justiça do Trabalho pegou carona com o episódio de Jirau e pediu aos senadores aumento de varas trabalhistas, já que ficou comprovada a falta de estrutura para atender a demanda das últimas semanas. Outro pleito apresentado é transformar a Delegacia Fluvial em Capitania dos Portos em função do grande fluxo de embarcações, assim que as usinas entrarem em operação.

Projeto garante ICMS para RO

O presidente da Comissão de Meio Ambiente, Rodrigo Rolemberg, assumiu o compromisso público de trabalhar junto com os senadores rondonienses Ivo Cassol (PP-RO), Acir Gurgacz (PDT-RO) e Valdir Raupp (PMDB-RO) para alterar a legislação e inserir a arrecadação do ICMS aos estados produtores de energia e não somente os estados consumidores. Rondônia, então, passaria a receber o ICMS pela energia gerada com Santo Antônio e Jirau. Essa foi uma das bandeiras de campanha do senador Cassol, que também foi o autor do pedido da visita da comissão do Senado a Rondônia.