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A PUERIL EPIFÂNIA - Por Ivonete Gomes
Quinta-feira, 19 Janeiro de 2012 - 16:49 | Ivonete Gomes
“Para a Polícia Federal, todos os indícios levaram a conclusão de que ela é corrupta.”
Despindo-se da peculiar arrogância e vulgaridade vocabular explicitada em “calientes” diálogos mantidos com Valter Araújo e interceptados pela Polícia Federal, a deputada Epifânia Barbosa (PT) locupleta-se de tom quase pueril para alegar inocência. Convence de forma eloqüente ser uma vítima perseguida em segmentos da imprensa invencionista, ardilosa e fantasiosa nos fatos. Para os companheiros de partido esbraveja jamais ter sido indiciada. Diz ser, tão somente, uma valorosa testemunha e colaboradora na busca da justiça e punição aos corruptos da Termópilas. Fosse uma compra fiada, Epifânia pediria o troco.
Nas primeiras páginas do processo que apura os crimes do bando do presidente foragido da Assembléia Legislativa está o relatório do delegado Fabrício Braga. Nele consta o rol dos indiciados e lá está, em letras garrafais, EPIFÂNIA BARBOSA DA SILVA. A parlamentar responde por crime previsto no Art. 317 do Código Penal Brasileiro. Para a Polícia Federal, todos os indícios levaram a conclusão de que ela é corrupta.
Sob o manto protetor do incondicional amigo Roberto Sobrinho, a deputada vem tentando ludibriar companheiros do PT usando a inverídica condição de testemunha. Quer disputar as prévias de março em pé de igualdade com a ex-senadora Fátima Cleide que, convenhamos, jamais esteve envolvida em escândalos de corrupção ou em conversas íntimas capazes de ruborizar a todos e, principalmente, a todas.
A insistência do grupo comandado pelo prefeito de Porto Velho vem colocando o Partido dos Trabalhadores em situação vexatória diante da sociedade rondoniense. Por disciplina partidária, os companheiros são obrigados a manter as aparências, engolir sapos e acreditar que a Justiça bloqueia bens e autoriza busca e apreensão na residência e gabinete de uma testemunha.
Esperava-se mais de um partido que nasceu com o discurso da diferença. Esperava-se a manutenção da dignidade da sigla, não um doentio corporativismo e atitudes mitomaníacas que só contribuem para o continuísmo de esquemas vantajosos à custa do dinheiro público para pequeno grupo de ratazanas.
Lamentável ainda a conclusão de que o partido que mais lutou pela liberdade de expressão e pensamento, seja o que mais cala seus militantes. São muitos os petistas que ainda sonham fazer a prometida diferença, mas todos estão silenciados.
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