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Joaquim Barbosa: Do Cavalo de Troia a Bode Expiatório - Por Ivonete Gomes

Domingo, 01 Dezembro de 2013 - 09:16 | Ivonete Gomes


Joaquim Barbosa: Do Cavalo de Troia a Bode Expiatório - Por Ivonete Gomes

“Nos grotões onde o PT transforma o povo escravo da própria miséria, é preocupante a tentativa do partido em dar a criminosos o status de presos políticos”



Ao indicar o então procurador Joaquim Barbosa a uma das onze cadeiras do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Lula vangloriou-se da grande genialidade em colocar o primeiro negro na mais alta corte da Justiça brasileira. Ovacionou o jurista, mais pela cor que pela competência, e apostou na benevolência e gratidão do magistrado para livrar os companheiros e a si mesmo da cadeia. Não imaginava o maior beneficiado no esquema do mensalão que este seria um presente de grego para a sigla partidária que ajudou a fundar e, posteriormente, afundar.

Inserido no STF numa espécie de Cavalo de Troia, Barbosa desceu de espada em punho, mas travou luta em desfavor dos pretensos credores de seu ápice profissional. Com ética, decepou a cabeça de um monstro que assombrava a maioria esmagadora dos brasileiros: a impunidade.  Enquanto o PT apostava na subserviência por reconhecimento ao cargo, o ministro debruçava-se com honradez em pilhas de papéis para garantir a vitória da justiça sobre um plano de perpetuação do poder meticulosamente elaborado e vigorosamente defendido pelos petistas.

Quando colocou o Cavalo de Troia dentro do Supremo, o PT esperava a devolução de um favor, não um trabalho a altura da investidura do cargo de ministro da Justiça. Inesperadamente - para eles - o Corcel indomado deu um coice e jogou no cárcere todos os que apostavam na influência do Planalto para garantir postergação pela eternidade do julgamento do processo.

Joaquim Barbosa não foi o único ministro a entrar no STF pelo Cavalo de Troia do PT. O partido também esperava reconhecimento e caridade de outros sete ministros, mas todos, por fim, não só reconheceram a existência do mensalão como condenaram os autores de um dos maiores atentados à democracia brasileira.

Sem saída, o partido comandado por Lula revitalizou e avigorou a velha prática de tentar desqualificar o indivíduo quando não consegue desmentir o fato. Desde o pronunciamento da sentença dos mensaleiros, militantes do PT transformam Joaquim Barbosa em bode expiatório. A todo custo, atribuem ao magistrado a culpa que lhes é exclusiva.

O golpe que o Partido dos Trabalhadores tenta aplicar para manter a “imaculada” imagem de mandatários do partido atrás das grades esbarra na imprensa livre, mas, principalmente, na genuína liberdade de expressão das redes sociais, onde não se vê o reflexo de pesquisas que apontam Dilma Roussef como vencedora num primeiro turno das eleições de 2014.

Na guerra de fotomontagens e nos acalorados debates, a turma condenada perde feio para o STF, mas, nos grotões onde o PT transforma o povo escravo da própria miséria, é preocupante a tentativa do partido em dar a criminosos o status de presos políticos. Afinal, como disse Paul Joseph Goebbels, ministro da propaganda Adolf Hitler na Alemanha Nazista, “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade".

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