O FRACASSO CONFUCIANO - Por Ivonete Gomes

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“Sei que encho o saco mesmo. Mas, o que é que vou fazer? Só sei fazer isto, encher o saco dos outros. O que é uma pena. Que bom não fazer nada. (Confúcio Moura – Livro Caleidoscópio, página 19)”

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A decisão do governador Confúcio Moura (PMDB) em ficar fora das eleições empresta a ele - homem das muitas ilações e poucas ações - um resquício de dignidade. Finalmente, Moura reconhece ser um péssimo governador, mesma opinião de quase 60% dos rondonienses entrevistados em pesquisas estimuladas ao longo dos últimos meses.

O peemedebista termina o mandato da forma patética como iniciou, governando pela internet, praticando firulas no interior do estado e mantendo-se distante de jornalistas sequiosos de respostas objetivas e, no mínimo, coerentes. Foram anos de maquiagem orçamentária, falta de planejamento, calote em fornecedores e prestadores de serviços e, pior, endividamentos irresponsáveis.

Rondônia empobreceu no dito Governo Cooperação. A saúde, a despeito de tantas promessas, permanece caótica. A Educação também acumula seus déficits, principalmente de gestão. O slogan do próximo governante deve ser “Governo da Reconstrução”. Nada menos.

Sair de cena sim, mas antes manter a cabeça erguida e a excentricidade que lhe é peculiar. Nas últimas semanas Confúcio Moura comporta-se tal qual debutante, desfilando em salto alto com um sorriso de quem vive um conto de fadas. Embalado pelos assessores do seu Núcleo da Imaginação (nos parece) ele resolveu se aventurar em uma grande carreata pelas ruas da cidade de Vilhena. Para quê? Ora, caro leitor, para comemorar, ao lado do competentíssimo secretário Emerson Castro, a entrega de mobiliário de uma escola (leia-se carteira escolar).

Em um estado onde assessores de imprensa tiram leite de pedra, dada a falta de trabalho a ser divulgado, um prêmio de “Boas Ideias” vira manchete de jornal. Servidores públicos (não mais que três) serão premiados este mês por apresentarem sugestões de melhoria à administração.

Eis, portanto, uma sugestão que poderia ser vencedora se apresentada:

Confúcio Moura, não espere dezembro para deixar o Governo, afinal, como dissestes em sua grande obra intitulada Caleidoscópio - “Sei que encho o saco mesmo. Mas, o que é que vou fazer? Só sei fazer isto, encher o saco dos outros. O que é uma pena. Que bom não fazer nada.”