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Jurado de morte, empresário de Pimenteiras pode aumentar a lista de mártires da Amazônia

Sábado, 18 Junho de 2011 - 12:34 | Dimas Ferreira


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Dívida pequena faz devedor; dívida grande faz inimigo.



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VELHOS E VELHACOS

Baseado na Constituição, o Ministério Público de Cerejeiras ameaça o prefeito Cléber Calisto (PMDB): ou ele demite todos os servidores com mais de 70 anos de sua administração, ou vai se ver com a “Dona Justa”. Pena que a nossa Lei Maior não dispense tratamento similar a essa faixa etária na política. Se o critério fosse o mesmo  para todos (como, aliás, prega a Carta Magna), o Brasil já estaria livre de gente como Sarney há mais de uma década. Mas, nesse nosso país, em que, segundo a lenda, “todos são iguais perante a lei”, a prática cotidiana mostra que alguns são mais iguais que  outros.

TRAGÉDIA

É de cortar o coração a situação de um casal de idosos de Vilhena que, após mais de meio século juntos, foram separados nesta semana por desavenças entre os filhos. Uma chacareira da cidade, filha dos anciãos, que cuidava dos dois há anos, teve que se submeter a uma cirurgia e pediu para que os irmãos, que moram em Aripuanã e Cuiabá (ambas no Mato Grosso), os abrigasse por um tempo.

MALDADE

O problema é que a velhinha, que tem saúde frágil, não podia ficar em Aripuanã, pois corre risco de morrer por falta de recursos na área de saúde, que é caso de polícia por lá. Vai ser mandada para Cuiabá, mas a filha que lhe dará guarida não quer nem saber da presença do pai. Resultado: o caso será denunciado no MP local, relatando a maldade. A separação forçada já levou o pobre marido ancião duas vezes ao único hospital da pequena cidade do Noroeste mato-grossense.

SEM PAPAS NA LÍNGUA

Dias atrás, o vereador Wanderlei Graebin (PMDB) visitava um dos muitos loteamentos da cidade, quando ouviu um morador próximo ao empreendimento soltar os cachorros no prefeito Zé Rover (PP). Mesmo sendo da base de apoio ao alcaide na Câmara, o parlamentar aproveitou para concordar com o manifestante e também desancar o mandatário. Foi quando o sujeito, já babando e aparentemente desconhecendo a identidade do interlocutor, soltou essa: “Mas se o prefeito é ruim, os vereadores são muito piores”. Graebin fingiu que não era com ele e vazou na braquiara.

TÁ EXPLICADO

Não é sem razão que a Saúde em Vilhena beira a indecência. Numa reunião do Conselho Municipal que discute o tema, realizada esta semana, não havia sequer um líder comunitário e muito menos representantes de outras associações de classe. Médicos também não deram as caras no evento. A grita dos indignados com a situação calamitosa da rede pública só acontece quando algum parente precisa de atendimento e enfrenta a real ameaça de morrer à míngua.

FIM DE CASO

Amigos inseparáveis e aliados para o que desse e viesse até pouco tempo atrás, o prefeito de Cerejeiras, Cléber Calisto (PMDB) e o ex-deputado Ezequiel Neiva (PPS) devem pegar em armas (metaforicamente falando, que fiquem bem claro!) na campanha do ano que vem. O primeiro aposta que, a despeito da antipatia, seu vice, Pedrinho Taxista (PMDB), será eleito. Ezequiel garante que o irmão, Israel, apesar da fama de mau administrador, fatura o pleito. 

COITADO...

Pobre prefeito Zé Rover... A obra mais cara da história da cidade, que vem sendo executada por sua ao custo de R$ 11 milhões, mal começou e já está “branqueando” os cabelos do jovem cacique. Não bastassem os supostos erros de projeto, apontados pela oposição, e a qualidade deplorável dos materiais usados, surge uma encrenca extra: trabalhadores que executam o serviço não usam equipamentos de proteção. Uma visita do Ministério Público do trabalho, no entanto, pode descobrir coisa pior: existe a suspeita de que os operários, que vestem a camisa da firma que ganhou a obra, estão registrados em outra empresa. E o trabalho não poderia ser sub-empreitado. Dá até dó do Zé...

RISCO DE VIDA

Dono de um barco que transporta turistas pelas águas do Guaporé, o empresário Renato Pereira está sendo ameaçado de morte em Pimenteiras. Sem agüentar ver a devastação diária do maior rio da região, o ambientalista faz denúncias onde consegue ser ouvido, mas leva o troco: em várias ocasiões, recebeu avisos para escolher entre a própria vida ou a defesa da natureza. Para quem não sabe, naquela região, pescadores vindos de outros estados estão simplesmente dizimando a fauna aquática, usando redes e tirando das águas quantidades muito superiores às que a lei permite. Se ninguém fizer nada, será mais um mártir da Ecologia na Amazônia.

QUEIMA, JESUS!

Duas publicações impressas, que em tese deveriam informar (e, portanto, unir ainda mais) o rebanho da Assembleia de Deus, está provocando uma guerra entre os fiéis. A dona de um dos veículos acha que o concorrente está recebendo ajuda do vice-prefeito, Jacier Dias (PSC), que é pastor de denominação e titular da Secretaria Municipal de Comunicação. A cúpula da entidade já foi chamada para apagar o incêndio entre os irmãos.

SAIU, TEM QUE PAGAR

Recentemente, o prefeito de Chupinguaia, Vanderlei Palhari (PMDB) quase acionou a polícia para se livrar de um jornalista que tentava receber por um serviço não solicitado. Com um exemplar de sua publicação em mãos, o comunicador queria porque queria que o líder chupinguaiense quitasse a fatura referente a uma matéria veiculada sobre as “maravilhas” da administração local. A conta, calculada em 500 reais de início, acabou sendo liquidada por vintão, mais um PF para o faminto profissional midiático. Estamos mal de colegas, hein companheiros!

ACONTECEU


JORNALISTA “ELETRIZOU” FESTIVAL DE MÚSICA

No início dos anos 1990, acadêmicos do campus da Unir em Vilhena resolveram criar um evento cultural que acabou se tornando uma tradição na cidade. O Festival de Interpretação da Canção (FIC) nasceu com o propósito de revelar talentos musicais nativos.
Na primeira edição do espetáculo, o jornalista Vitor Paniágua, que tem pouquíssima intimidade com a música, resolveu participar da competição. Interpretando um sucesso da época (a balada “Sonho de Ícaro”, de Biafra), o comunicador subiu ao palco e soltou a voz:
- Voar, voar... Subir, subir... –dizia a letra do hit, entoada em total desafino pelo intérprete, que levantava os braços a cada refrão, como se pretendesse decolar de verdade.
Ao finalizar sua participação, Paniágua foi ovacionado pelo público e até se surpreendeu com tamanho sucesso:
- Eu fui bem, gente?
- A música foi uma desgraça, mas a coreografia arrasou...
Só então o Biafra Amazônico revelou: o microfone estava dando choque e cada vez que encostava o equipamento nos lábios, a descarga o fazia agitar os braços. O número improvisado, no entanto, rendeu ao “artista” com voz de taquara rachada, seus 15 minutos de glória.

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