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Um novo “Beron” para todos compartilharem a dívida

Sábado, 08 Março de 2025 - 09:04 | Redação


Um novo “Beron” para todos compartilharem a dívida

A classe política de Rondônia não pode ficar de braços cruzados com o fim do leilão da BR-364. É necessário impetrar ações, fazer protestos e discursos no plenário do Senado e da Câmara para pressionar o Governo Federal. Os 100 quilômetros de duplicação da rodovia a custo de pesados pedágios ao longo dos 700 quilômetros da BR não podem se transformar em uma nova dívida do Beron. Ninguém quis, mas pela irresponsabilidade política, todos pagam esse débito para a União. São R$ 17 milhões retidos do Fundo de Participação dos Estados (FPE), recursos que poderiam ser utilizados na Saúde ou na Educação, mas, infelizmente, vai para os cofres da União e não retornam.

Na época do extinto Governo Raupp, o Banco Central resolveu fechar bancos estaduais. Em Rondônia, a estatal era controlada por políticos que emprestavam dinheiro sem garantia alguma e para qualquer pessoa que fosse “amigo do rei”. O resultado foi óbvio: quando foram cobrar os devedores, ninguém tinha lastro patrimonial para quitar nada. E a conta ficou para quem? Óbvio, o povão. Em 2008, um release do Tribunal de Contas apontou que o Regime de Administração Especial Temporária (RAET) buscou juros no mercado financeiro e aumentou uma dívida de R$ 50 milhões para R$ 500 milhões, que tornaram R$ 2 bilhões.

Ao invés de discutir o problema no Governo FHC, os políticos, os grandes responsáveis pelo fracasso do Beron, ficaram calados. Nos anos posteriores, representantes públicos realmente preocupados com a dívida chegaram a fazer gestões no Ministério do Planejamento para recalcular os juros astronômicos. 

Hoje, mais uma vez, o rondoniense está contraindo uma dívida sem nem mesmo ter sido consultado. As 7 praças de pedágio que irão funcionar tão logo a vencedora do leilão seja contratada vão empurrar os preços dos alimentos e de todos os itens que circulam pela BR-364 para cima, criando mais inflação e tirando o poder de compra do rondoniense. Nem precisa ir de carro de Porto Velho a Vilhena para pagar os pedágios, pois os preços estarão embutidos nas mercadorias que vamos consumir. Ou os políticos, especialmente a bancada federal, tomam uma posição firme, ou teremos um “novo Beron” pelos próximos 30 anos.

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