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Raupp herda promessa que afundou candidatura de deputado em Cerejeiras

Sábado, 21 Maio de 2011 - 10:00 | Dimas Ferreira


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"O homem acomodado é um ser estacionado na contra-mão."


HOMEM DE DEUS

HOMEM DE DEUS

A carência de bons nomes para disputar a Prefeitura de Vilhena no ano que vem está provocando uma espécie de surto coletivo na cidade. É tanto desespero para tentar encontrar alguém sem manchas no currículo que às vezes acontecem atropelos. É o que sucedeu nesta semana, quando o pastor Genivaldo dos Santos, líder da Igreja Missionária Unida, apareceu na imprensa, falando do trabalho da Ordem de Ministros que lidera. Choveram telefonemas na casa do religioso, hipotecando apoio à sua candidatura a prefeito. O missionário, no entanto, deixa claro: “Eu já sou eleito (por Deus), portanto, não preciso disputar cargo nenhum”, diverte-se.

PRA QUEM PODE

O jornal FOLHA DO SUL passou toda a manhã da última quinta-feira tentando ligar para a Central de Regulação, responsável pelo agendamento de exames em Vilhena. Não conseguiu falar com ninguém porque o órgão, importantíssimo para quem precisa de tratamento médico, só dispõe de uma linha telefônica. Enquanto isso, há secretários que tem à disposição até R$ 1.500 em bônus de celular, pago com recursos públicos.

TÁ NA LEI, MAS...

Os deputados aprovaram, os estudantes comemoraram, mas ainda vai dar encrenca a lei que obriga promotores de eventos a concederem 50% de desconto aos alunos. Em Vilhena mesmo o “randevú” está formado: acadêmicos da Unir, liderados pelo presidente do Diretório Acadêmico da entidade, Paulo Mendes, querem comprar cartelas para a Expovil, maior feira agropecuária da região, pela metade do preço. A direção da Aviagro, entidade que promove o evento, alegam que o desconto inviabilizaria a festa.

GAIATICE

Diante da “quizumba”, o assessor de imprensa da Aviagro, o jornalista gente boa José Antônio Sant´Ana, que já estudou no campus da Unir na cidade, saiu-se com essa, para agradar geral: “Os estudantes pagam só metade da cartela, que também dá direito a concorrer ao bingo, mas só podem marcar metade das pedras...”. Faz sentido, né não?

TUDO ÀS CLARAS

Pioneira em Vilhena, a septuagenária empresária Úrsula Dal Toé, exemplo de vitalidade e bom humor, reclamava em evento social esta semana da demora do Governo Federal em implantar eletrificação em sua fazenda, que fica no distrito de São Lourenço, a 50 quilômetros da cidade. Olha o que disse a idosa sobre o programa do Governo Federal encarregado de “alumiar” a roça: “Luz para todos só funciona mesmo quando o sol nasce. Só aí todo mundo fica no claro”. Arrancou gargalhadas e aplausos, principalmente dos produtores rurais.

MAGOADO

O ex-prefeito Melki Donadon (PHS) disfarça razoavelmente bem o desinteresse, alegando que “a eleição ainda tá longe”, mas é difícil encontrar alguém que não aposte em sua tentativa de retomar o poder no ano que vem. Ainda magoado com o que considera perseguição da justiça e do MP, o ex-alcaide comparou, recentemente, em conversa reservada, sua situação com a do principal oponente: lembrou que responde a processo por superfaturamento de asfalto, enquanto o atual mandatário Zé Rover (PP), pratica preços duas vezes maiores na pavimentação de ruas e ninguém lhe torra a paciência.

PALHAÇADA

Meu conterrâneo (é de Coromandel, que junto com a cidade de Salinas, produz a melhor cachaça das Minas Gerais), o deputado Carlos Magno (PP) foi mais uma vítima dos humoristas do programa CQC, da Band, esta semana. O parlamentar foi mostrado pela trupe televisiva engasgando para dizer o nome do presidente da Venezuela. A assessoria de Magno, no entanto, em contato com este colunista, garantiu que o congressista acertou a identidade do líder bolivariano (Hugo Chavez), mas os comediantes vetaram a veiculação da resposta correta só para fazê-lo pagar mico em rede nacional. Então, tá...

GESTO BACANA

Disparada a primeira-dama mais gata de Rondônia, a vilhenense Lizangela Rover está há uma semana liderando um grupo de servidores da Pasta que comanda (Secretaria de Assistência Social) na busca por uma garotinha de 7 anos que desapareceu a caminho da escola. O que não falta é espírito de porco para enxergar na iniciativa da belezura uma tentativa de faturar politicamente com a tragédia. Este colunista, ao contrário, aplaude o esforço: Lizangela também é mãe e sabem bem avaliar a dor da família da menina.

URUCUBACA

Logo que foi eleito, em 2006, o então deputado Ezequiel Neiva (PPS) prometeu que não encerraria o mandato sem inaugurar em Cerejeiras a tão sonhada usina de álcool, empreendimento que geraria milhares de empregos não só na cidade, mas em todo o Cone Sul. Foi barrado nas urnas, no ano passado, sem que uma gota de combustível tivesse  sido destilada. O senador Valdir Raupp (PMDB) encampou a idéia e anda pela região alardeando que a indústria vai sair. O barbudão está tendo ao menos a prudência de não alinhar a data da inauguração ao fim do próprio mandato, que aliás é bem mais comprido (oito anos) que o exercido por Neiva.

ORDEM NO PEDAÇO

Pai, suplente e coordenador político do senador Ivo Cassol, o velho Reditário esteve em Vilhena nesta semana. Baixou por aqui para desfazer a barafunda criada por uma declaração do presidente do PP, Ilário Bodanese, que disse que a candidatura do prefeito Zé Rover à reeleição pela legenda não era 100% garantida. Disposto a evitar que as rusgas afetem a candidatura de seu piá, que pretende retornar ao Palácio Getúlio Vargas em 2014, Cassolão disse que o melhor nome da agremiação é o do mandatário vilhenense. E papo encerrado.

ACONTECEU

VEREADOR NÃO SE APERTA E EXPLICA O QUE É “BIRUTA”

Na legislatura de 1999 da Câmara de Vilhena, o vereador Carlinhos Pardal apresentou uma indicação ao então prefeito Heitor Tinti Batista para que a Secretaria de Obras plantasse grama em volta da biruta do aeroporto Brigadeiro Camarão. A iniciativa, segundo a justificativa do parlamentar, visava propiciar mais conforto e segurança aos pára-quedistas que treinavam no local.
O presidente da Câmara na época, Augustinho Pastore, descendente de italianos com muita intimidade com assuntos rurais e nenhum conhecimento sobre temas aéreos, pediu ao também vereador Cabo João que, durante a sessão, solicitasse a Pardal que explicasse publicamente, da tribuna, o que vinha a ser a tal “biruta”.
Dito e feito: questionado pelo colega, o autor da indicação ficou vermelho, gaguejou, mas achou um jeito criativo de revelar o que era o instrumento usado para apontar a direção dos ventos no aeroporto:
- Biruta é aquele coador que fica esticado num pau ao lado da pista onde descem os aviões, abestado...
Não foi acusado de quebra de decoro porque ninguém (edis e platéia) conseguia parar de rir com a objetiva e inusitada explicação.

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