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Rolê caro!!!!
Sexta-feira, 12 Dezembro de 2014 - 09:12 | David Nogueira
Nestes dias chuvosos, repletos de expectativas sobre a possibilidade de mais alguns meninos traquinas virem a passar a noite de Natal longe do Papai Noel, dediquei algum tempo fazendo planos para aproveitar o período de férias. A repetição da mesma paisagem, 365 dias no ano, esgota qualquer ser humano. Assim, mudar de ares chega a ser uma necessidade. Falando abobrinhas sobre os benefícios presentes nas viagens, um amigo meu de Belém, proferiu uma pérola sobre sua estada no hotel Ritz de Madri. Passando a mão pela nem tão vasta barba, sentenciou: é uma experiência fantástica e todo o cidadão deveria ter o direito constitucional, pelo menos uma vez na vida, de se hospedar no Ritz.
2. Inversão e meios
Eu, particularmente, não tenho nada contra a iniciativa do bem intencionado rapaz. No entanto, considerando que ele não é parlamentar e, até o momento, não existe rubrica para isso no orçamento, a possibilidade de minha presença no Ritz é algo bem perto de zero. Por outro lado, é interessante notar como esse fenômeno turístico aumenta a olhos vistos dentro do Brasil de hoje. Esse incremento não se dá apenas na quantidade, mas na qualidade da locomoção. Em 2004, por exemplo, o transporte de passageiros realizado por meio terrestre correspondia a 69,2% do total e o aéreo respondia por 30,8%, conforme relatório da ANAC. No final de 2013, as empresas aéreas subiram para o percentual de 60,4%, enquanto as empresas rodoviárias ficaram com minguados 39,6, com tendência à queda.
3. Nossos dados magrinhos
Além da melhora da renda do povo, vários outros fatores contribuíram para essa rápida inversão. Mas esse não é o foco aqui. Perturbadora é a informação de que mais de 1 trilhão de dólares são movimentados pelo turismo em todo o mundo a cada ano, e nós, com tantas possibilidades paisagísticas, ainda beliscamos pouco desse bolo. Segundo os dados da Organização Mundial de Turismo (2012), órgão ligado à ONU, o Brasil ocupa a modesta 44ª posição no que se refere à visita de turistas estrangeiros. Conforme aqueles números, o Brasil recebe, anualmente, uma média de 5,6 milhões de estrangeiros. Uma merreca! A França, sendo um tiquinho maior do que o estado de Minas Gerais, recebeu, no mesmo período, mais de 83 milhões de festivos turistas prontos a gastar uma boa grana para comer baguete, comer queijos e tomar vinho, aos tonéis, nos intervalos de visita das belas paisagens.
4. Incompatíveis
Turismo é uma mina de ouro a ser explorada. De cada 12 empregos gerados no mundo, um está diretamente ligado ao turismo. Essa brincadeira alheia gera renda e trabalho para muita gente. O desafio é aumentar a nossa participação nesse negócio, pois o país possui todas as condições de morder pedaços maiores. No entanto, há algo errado nesse processo. Numa rápida consulta ao preço dos hotéis, constata-se ser mais barato viajar para Paris do que para a cidade do Rio de Janeiro!!! Enquanto o preço de hotéis 2 estrelas gira por volta de R$ 250,00 reais por casal (com café da manhã), em Paris, o mesmo padrão de hospedagem fica por R$ 225,00 (em média). Para hotéis de padrão maior, a distância dos preços aumenta consideravelmente. Enquanto um 3 estrelas no RJ varia por volta de R$ 500,00 a diária; em Paris, o mesmo padrão fica por volta de R$ 275,00 e, em Londres, R$ 265,00.
5. Buscar mais
O quadro se repete com as cidades de Recife, Salvador e Natal. Nesses recantos, antes de acesso tão em conta e paisagens hospitaleiras, os preços deram saltos espantosos e, ao mesmo tempo, a qualidade nos serviços não aumentou na mesma proporção. O fato relevante diz respeito ao descompasso entre o poder de compra do cidadão comum e o custo desse serviço. É preciso repensar esse caminho extorsivo. Se quisermos avançar nesse bolo global de 1 trilhão de dólares, precisamos ser competitivos. Se esse caminho não for revisto, correremos o risco de ser somente e somente só um belo país, porém escondido. Cheio de possibilidades, no entanto, para a alegria estrangeira, somos apenas, e primordialmente, fornecedores de turistas para o faturamento alheio.
2. Inversão e meios
Eu, particularmente, não tenho nada contra a iniciativa do bem intencionado rapaz. No entanto, considerando que ele não é parlamentar e, até o momento, não existe rubrica para isso no orçamento, a possibilidade de minha presença no Ritz é algo bem perto de zero. Por outro lado, é interessante notar como esse fenômeno turístico aumenta a olhos vistos dentro do Brasil de hoje. Esse incremento não se dá apenas na quantidade, mas na qualidade da locomoção. Em 2004, por exemplo, o transporte de passageiros realizado por meio terrestre correspondia a 69,2% do total e o aéreo respondia por 30,8%, conforme relatório da ANAC. No final de 2013, as empresas aéreas subiram para o percentual de 60,4%, enquanto as empresas rodoviárias ficaram com minguados 39,6, com tendência à queda.
3. Nossos dados magrinhos
Além da melhora da renda do povo, vários outros fatores contribuíram para essa rápida inversão. Mas esse não é o foco aqui. Perturbadora é a informação de que mais de 1 trilhão de dólares são movimentados pelo turismo em todo o mundo a cada ano, e nós, com tantas possibilidades paisagísticas, ainda beliscamos pouco desse bolo. Segundo os dados da Organização Mundial de Turismo (2012), órgão ligado à ONU, o Brasil ocupa a modesta 44ª posição no que se refere à visita de turistas estrangeiros. Conforme aqueles números, o Brasil recebe, anualmente, uma média de 5,6 milhões de estrangeiros. Uma merreca! A França, sendo um tiquinho maior do que o estado de Minas Gerais, recebeu, no mesmo período, mais de 83 milhões de festivos turistas prontos a gastar uma boa grana para comer baguete, comer queijos e tomar vinho, aos tonéis, nos intervalos de visita das belas paisagens.
4. Incompatíveis
Turismo é uma mina de ouro a ser explorada. De cada 12 empregos gerados no mundo, um está diretamente ligado ao turismo. Essa brincadeira alheia gera renda e trabalho para muita gente. O desafio é aumentar a nossa participação nesse negócio, pois o país possui todas as condições de morder pedaços maiores. No entanto, há algo errado nesse processo. Numa rápida consulta ao preço dos hotéis, constata-se ser mais barato viajar para Paris do que para a cidade do Rio de Janeiro!!! Enquanto o preço de hotéis 2 estrelas gira por volta de R$ 250,00 reais por casal (com café da manhã), em Paris, o mesmo padrão de hospedagem fica por R$ 225,00 (em média). Para hotéis de padrão maior, a distância dos preços aumenta consideravelmente. Enquanto um 3 estrelas no RJ varia por volta de R$ 500,00 a diária; em Paris, o mesmo padrão fica por volta de R$ 275,00 e, em Londres, R$ 265,00.
5. Buscar mais
O quadro se repete com as cidades de Recife, Salvador e Natal. Nesses recantos, antes de acesso tão em conta e paisagens hospitaleiras, os preços deram saltos espantosos e, ao mesmo tempo, a qualidade nos serviços não aumentou na mesma proporção. O fato relevante diz respeito ao descompasso entre o poder de compra do cidadão comum e o custo desse serviço. É preciso repensar esse caminho extorsivo. Se quisermos avançar nesse bolo global de 1 trilhão de dólares, precisamos ser competitivos. Se esse caminho não for revisto, correremos o risco de ser somente e somente só um belo país, porém escondido. Cheio de possibilidades, no entanto, para a alegria estrangeira, somos apenas, e primordialmente, fornecedores de turistas para o faturamento alheio.