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CASO NICOLAS NAITZ: TRIBUNAL DE JUSTIÇA ANULA INDICIAMENTO DE MÉDICA; ADVOGADO RELATA ABUSOS
Quarta-feira, 26 Novembro de 2014 - 14:49 | RONDONIAGORA

Na entrevista coletiva, a Polícia Civil informou que tanto o diretor do Hospital de Base quanto alguns funcionários da referida empresa foram indiciados. Os delegados também informaram que a médica do Hospital e Maternidade Regina Pacis, onde Nicolas faleceu, continuará respondendo por falsidade ideológica por ter elaborado atestado médico com informações inverídicas.
O advogado da Maternidade Regina Pacis e da pediatra Cláudia Gaspar Rech, Cândido Ocampo disse nesta quarta que não é verdade que a médica continuará respondendo por crime de falsidade ideológica ou qualquer outro crime, vez que o Tribunal de Justiça de Rondônia, em recurso interposto em ação de habeas corpus (processo 0010603-13.2014.822.0501, julgado em 20.11.2014, pela 1ª Câmara Criminal) anulou o indiciamento realizado pela delegada Noelle Caroline Xavier Ribas Leite contra Cláudia Gaspar por entender que não havia qualquer indício de prova que o justificasse, considerando o mesmo verdadeiro constrangimento ilegal.
O advogado, especialista em direito médico, afirmou, ainda, que desde o início das investigações, em maio deste ano, havia fortes indícios de falta de organização e controle no setor do Hospital de Base que recebe e armazena os corpos mortos, a chamada câmara fria, porém a Polícia Civil direcionou toda sua força contra a Maternidade Regina Pacis e a médica Cláudia Gaspar.
Segundo Ocampo, a forma como eram realizadas as investigações eram tão truculentas e autoritárias que a médica e uma funcionária da maternidade protocolaram denúncias junto à Corregedoria da Polícia Civil por abuso de autoridade, informou o advogado. Apenas após a denúncia anônima (porém pública) de um funcionário da empresa terceirizada de que o corpo do menor poderia ter sido incinerado por equívoco, fato ocorrido em julho, é que a Polícia Civil passou a fazer o óbvio, ou seja, investigar se havia ou não controle de entrada e saída de corpos da câmara fria do Hospital de Base, disse.
O advogado ainda disse à reportagem que sempre achou estranho a forma como estavam sendo conduzidas as investigações, já que os únicos que eram expostos à mídia e à população eram a maternidade Regina Pácis e a médica Cláudia Rech e nunca a desorganização do setor público de saúde, apesar das evidências. No final, no entanto, restou provado que ambos, médica e maternidade, não tinham nada a ver com o sumiço do corpo de Nicolas, finalizou.