Política
EX- DEPUTADO ENVOLVIDO EM DESVIOS DE MAIS DE R$ 12 MILHÕES E QUE GANHOU CARRO NO ESQUEMA DA OPERAÇÃO DOMINÓ É O PREFERIDO DE NAZIF PARA RETORNAR A ASSEMBLÉIA
Quarta-feira, 15 Setembro de 2010 - 10:39 | RONDONIAGORA
Acusado de desvios conjuntos da ordem de R$ 12.308.231,07(doze milhões, trezentos e oito mil, duzentos e trinta reais e setenta e um centavos) dos cofres da Assembléia Legislativa e com os bens indisponíveis, o ex-deputado estadual FRANCISCO IZIDRO DOS SANTOS, o "Chico Doido" é o preferido do deputado federal líder do PSB em Rondônia e candidato a reeleição, Mauro Nazif, para retornar a Casa de Leis. Ele voltaria na vaga aberta com a saída de David Erse (PC do B).
De acordo com o Ministério Público, nos autos das ações 0005898-56.2010.822.0001 (Improbidade Administrativa) e 0006106-40.2010.822.0001 (Cautelar Inominada) em trâmite na 2ª Vara da Fazenda Pública, o parlamentar era membro atuante da quadrilha que era encabeçada pelo ex-presidente Carlão de Oliveira, no esquema conhecido como Operação Dominó. Os bens de Chico Doido estão indisponíveis, de acordo com decisão do juiz Edenir Sebastião Albuquerque da Rosa.
CONFIRA NA ÍNTEGRA A DECISÃO DA JUSTIÇA QUE ENVOLVE CHICO DOIDO
"Chico Doido" foi agraciado com um veículo Corolla, sorteado pela quadrilha no auge do esquema. "E aqui uma reveladora curiosidade: dos valores em espécie entregues em dezembro/2004 aos Deputados, foram retidos, de cada um, entre R$2.000,00 e R$2.500,00 destinados à cotização para parcial pagamento da compra de dois carros que, numa festa de congraçamento de final de ano, sorteou entre eles um Corolla e um Celta às suas mulheres! Nesse sorteio o Corolla foi ganho pelo Deputado FRANCISCO IZIDRO (Chico Doido)..." Mas não foi só.
Segundo o Ministério Público, "o deputado FRANCISCO IZIDRO DOS SANTOS (conhecido pelo nome político de Chico Doido), em conluio com o presidente CARLÃO DE OLIVEIRA, desviou dos cofres dessa Casa, em seu proveito e de terceiros, o valor líquido de R$ 545.406,93 no período de junho/2004 a junho/2005. Para tanto FRANCISCO IZIDRO inseriu, na já citada folha paralela atinente a seu gabinete, vinte e oito (28) pessoas em nome de quem, a pretexto de lhes pagar os vencimentos mensais desse".
Como o esquema funcionava
Veja como o MP descreve como funcionava o esquema em que Chico Doido era atuante:
"Os alcances tratados nesta inicial foram executados sob a falsa roupagem de
uma folha de pagamento, meio pelo qual o então Presidente da Assembléia, CARLÃO DE OLIVEIRA, dividia o desvio do dinheiro público com os demais deputados.
Esse presidente possuía, como fonte de desfalques, os contratos com fornecedores e o controle total da folha de pagamento, em especial a ausência de limite de comissionados na folha da presidência, permitindo a JOSÉ CARLOS DE OLIVEIRA ali incluir supostos servidores no montante que desejasse. Como os outros Deputados envolvidos reclamassem mais ganhos fáceis, pois o meio pelo qual promoviam os desvios – vencimentos dos servidores comissionados – era limitado ao gasto mensal de R$13.500,00 e à contratação de no máximo dezoito (18) comissionados por gabinete— criou-se então o que hoje se conhece por folha paralela (por eles eufemisticamente chamada folha extra ou folha suplementar) e que consistia numa folha de pagamento totalmente ilegal, de existência apenas virtual, só descoberta porque encontrada num notebook apreendido na Assembléia, depois de tentativa de servidores desta em ocultá-lo da busca policial. Dela participaram vinte e dois parlamentares então em exercício (mais um licenciado, Paulo Moraes). Essa folha perdurou de junho/2004 a junho/2005. Com esse expediente não só incluíam fictícios servidores como também promoviam constante migração de pessoas da folha oficial para a folha paralela, às vezes com sobreposição de nomes em ambas, e com isso mascaravam a visibilidade dos desfalques promovidos com a burla ao limite de gastos com pessoal, pois a folha paralela formalmente não aparecia."
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