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A Bíblia, a imagem de Cristo e a sala presidencial

Terça-feira, 11 Janeiro de 2011 - 12:03 | Tadeu Fernandes


A Bíblia, a imagem de Cristo e a sala presidencial

A presidente Dilma Rousseff modificou quase que completamente os móveis de sua sala presidencial, trocando algumas mobílias, o que é perfeitamente normal. O que parece ser mais notado é a retirada da Bíblia Sagrada deixada pelo ex-presidente Lula e a imagem do Cristo redentor. Medidas que ensejam reflexões e pitacos de nós eleitores  brasileiros.



Apesar de estarmos vivendo em um estado laico temos uma formação história que nos remete ao descobrimento do Brasil que tem como primeiro ato de Cabral o levantamento de uma cruz e a primeira missa rezada em solo brasileiro. Nascemos como um território cristão e hoje a fé em Cristo, somados católicos e evangélicos, chega à quase totalidade de seus habitantes. Portanto, é que se deveria ser conservados os símbolos sagrados deixados na sala pelo seu padrinho e criador político.

Historicamente o próprio Partido dos Trabalhadores, criado pelos sindicalistas, principalmente do ABC, que em sua grande maioria se refugiava na Catedral da Sé em São Paulo, da qual a presidente é integrante, nasceu sobre a proteção do Cardeal D. Evaristo Arns. A Igreja Católica, através de suas entidades eclesiásticas de base, caminhou e caminha dando apoio e proteção aos movimentos sociais, principalmente ao MST, tendo o arcebispo de Porto Velho Dom Moacir Grechi um grande aliado das causas sociais dos menos favorecidos. Na campanha presidencial a candidata  participou de diversos atos ecumênicos, dizendo-se  católica desde criança. Ajoelhou, orou, rezou e recebeu votação expressiva, tanto dos católicos como dos evangélicos.

No que se refere ao seu direito de retirar os símbolos cristãos de sua sala presidencial não podemos contestar. Porém, quais as razões para remover os maiores símbolos de fé da população brasileira, a bíblia e a imagem de Cristo, deixados por Lula? Não parece ter sido um ato prudente.

Nosso País tem toda sua história marcada pela prática do cristianismo que veio ao mundo para nos orientar e dar testemunho da pregação da caridade e do amor para com os mais necessitados.

As cidades foram criadas em volta da construção das igrejas. Os Sete povos das Missões e a procissão de Nossa Senhora dos Navegantes, no Rio Grande do  Sul,  reúnem a religiosidade e identidade do povo  Gaúcho. Em  Santa Catarina, as colônias de alemães e açorianos trouxeram suas raízes cristãs. Todas as cidades do Paraná foram construídas tendo uma igreja como seu marco inicial. São Paulo nasceu no Largo do São Francisco.  Aparecida do Norte é um santuário de fé. No Rio de Janeiro temos o Cristo Redentor de braços abertos, sendo o marco da cidade, abençoando a Guanabara. Minas Gerais tem uma tradição cristã forte. Na Bahia, terra das igrejas e do candomblé, a fé é que conduziu à irmandade de raças e religião, acontecendo o mesmo em Pernambuco e nos demais estados nordestinos. No Norte, a procissão do Círio de Nazaré reúne milhares de pessoas assim como as anuais romarias ao Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, no Ceará.

Neste mundo conturbado nunca foi tão necessária a busca de um caminho de princípios morais e religiosos. Tanto católicos, como protestantes e evangélicos, procuram transmitir ensinamentos e boa conduta aos seus seguidores, invocando sempre Cristo como salvador das almas, o que dá a esperança de sermos recompensados em outra vida. São praticadas a fé, a esperança e a caridade.

Os símbolos religiosos milenares e as sagradas escrituras é que nos confortam e indicam  o caminho  para sermos merecedores das graças que Deus derrama sobre nós. A unidade de um estado forte se faz com seu povo organizado com conduta moral, com tradições, religião, corpo e alma, além do seu território e governo soberano, tudo isso é que traduz uma nação. Não são só conquistas materiais, mas principalmente a alma que se protege e a fé que nos dá alento para seguir na luta por ideais e convicções religiosas a serem alcançadas.

Quando presidente da Câmara de Vereadores em Alto Paraná abria as sessões invocando a proteção divina e todos os edis voltados para a imagem de Cristo. Nos Tribunais do Júri era comum o juramento colocando a mão sobre a bíblia sagrada.

Atualmente, os cristãos tem na bíblia as leis divinas que regem suas condutas e suas vidas. São milhões de seguidores que consideram as palavras sagradas dos apóstolos, proferidas pelo salvador e filho de Deus. Estes mesmos seguidores de Cristo, na grande maioria, foram eleitores da presidente.

O ato da retirada dos dois símbolos sagrados do povo brasileiro da sala presidencial não foi uma medida engrandecedora da maior mandatária  do País. Deveria ter deixado onde estavam para que tivesse a proteção e a benção dos céus. Espero que ela faça um bom governo, mas certamente desagradou a muitos de nós que temos fé em Cristo, que seguramente na sua compaixão não a deixará desamparada, só porque a inflação está em 6% ano, dólar a R$ 1,60, déficit em conta corrente de mais de R$ 50 bilhões (2,55% do PIB), superávit primário de menos de 1% do PIB, consumo de crédito superaquecidos, correção do salário real pelo encarecimento da vida, rombo das contas externas e déficit no orçamento, elevado gasto de custeio, erros na calibragem de estímulo ao consumo e ao crédito, melhorar os gastos do governo, tudo isso merece imediatos reparos e rumos mais rígidos. Deve haver fé no futuro e redobrado trabalho.

Rogamos para que a presidente tenha todas as bênçãos dos céus e que se proteja melhor das vicissitudes que certamente encontrará na sua longa e árdua caminhada até o término do seu mandato. Mas o seu ato deve estar sendo profundamente meditado pelos pastores e clérigos que discordam do descarte em sua sala presidencial dos maiores valores e símbolos religiosos que amainam e consolam as múltiplas  dificuldades da grande maioria da população brasileira.

Tenho certeza que as palavras da bíblia e a imagem de Cristo, mesmo não estando próximos na sala da Presidente, formarão um alicerce para que não enfrente rachaduras na sua condução espinhosa de comandar o Brasil ao seu verdadeiro destino. Tranquilamente terá angustias e dificuldades de manejar com as vaidades dos políticos e seus múltiplos interesses pessoais. Para isso deve contar com muita paciência e proteção divina.

Que receba pensamentos positivos para que tenhamos progresso, paz e prosperidade e que Deus a proteja em suas decisões e dúvidas e áurea positiva que ela vai precisar muito, mas muito mesmo.

Tadeu Fernandes é advogado

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