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Amazonas vai transferir traficante que contratou pistoleiros para matar promotor e secretário

Segunda-feira, 17 Agosto de 2009 - 12:26 | Altino Machado


Amazonas vai transferir traficante que contratou pistoleiros para matar promotor e secretário

O Ministério Público do Estado (MPE)  do Amazonas decidiu pedir a transferência do traficante Frank Oliveira da Silva, o “Frankezinho do 40”, para um presídio federal.



Segundo o MPE, “Frankezinho do 40”  tem envolvimento com uma organização criminosa comandada pelo deputado estadual Wallace Souza (PP), que é acusado de encomendar crimes para exibir no programa Canal Livre, da TV Em Tempo, repetidora do SBT, do qual era o apresentador.

O parlamentar é investigado por formação de quadrilha, associação para o tráfico de drogas e posse ilegal de armas. É acusado pelo MPE de comandar a suposta organização criminosa com o  filho dele, Raphael Souza.

A decisão do MPE ocorre após  a vendedora Ana Patrícia Oliveira da Silva, irmã do traficante, ter revelado na sexta-feira, 14, em depoimento à delegada Tâmera Maciel Assad, que “Frankezinho do 40” teria contratado seis pistoleiros para matar o promotor Ronaldo Andrade e o secretário Executivo de Inteligência do governo do Amazonas, Thomaz Vasconcelos Dias.

Ana Silva disse que o irmão lhe pediu dinheiro para pagar os pistoleiros, sendo que cada um teria cobrado R$ 15 mil para matar o secretário de Inteligência e o promotor de Justiça.

Além disso, no final de semana foi encontrada dentro de uma Bíblia em poder de “Frankezinho do 40” uma foto do promotor Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior, o que também foi interpretado como mais uma evidência das ameaças de morte.

Um acórdão do Tribunal de Justiça com as razões do acolhimento da denúncia do MPE contra o deputado afirma que “há fortes indícios de autoria e materialidade do delito”. Caso seja condenado, Wallace Suza poderá pegar uma pena que varia de 12 a 30 anos de prisão.

Na semana passada, a Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Amazonas colheu depoimentos de dois funcionários do programa de Canal Livre, que era apresentado pelo deputado Wallace Souza.

- Eles tinham vinculo profissional e de amizade com o deputado. Foram apresentados pela defesa por conta das denúncias de que os crimes mostrados pelo programa Canal Livre eram encomendados pelo deputado - disse o presidente da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Vicente Lopes (PMDB).

O fim dos depoimentos das testemunhas apresentadas pela defesa está previsto para esta terça-feira, 18, quando outras seis testemunhas deverão ser ouvidas. A Comissão de Ética pretende concluir os trabalhos no dia 31 de agosto.

Quinze pessoas ligadas ao deputado já foram presas, entre elas, um coronel da Inteligência da Polícia Militar, policiais e o próprio filho do parlamentar. Promotores e magistrados que atuam no caso andam com escolta 24 horas por dia por causa das ameaças de morte.

O ex-sargento da PM, Moacir Jorge da Costa, conhecido como “Moa”, fazia a segurança do deputado. Acusado de nove homicídios, Moa disse em depoimento à policia que pelo menos um assassinato foi encomendado por Wallace Souza e gravado pela equipe do programa.

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