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Área de cultivos transgênicos cai em 2015 no mundo pela 1ª vez na história, mas aumenta no Brasil

Quinta-feira, 14 Abril de 2016 - 15:59 | Reuters


O mundo reduziu o plantio de safras transgênicas pela primeira vez na história em 2015, queda liderada pelo declínio nos Estados Unidos, que alimentou a rápida expansão das safras geneticamente modificadas desde seu lançamento comercial duas décadas atrás, de acordo com um relatório anual divulgado nesta quarta-feira.

A queda foi causada amplamente por causa da redução de plantios em geral devido aos preços mais baixos para commodities, disse o Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações de Biotecnologia Agrícola (Isaaa, na sigla em inglês), o grupo que divulgou o relatório.

A área de plantio ficou inalterada ou foi reduzida em oito dos 10 maiores países produtores de safras transgênicas, incluindo uma queda de 2,2 milhões de hectares nos Estados Unidos, maior produtor mundial, de acordo com dados do Isaaa, que promove o uso da biotecnologia na agricultura.

As safras biotecnológicas são geneticamente modificadas para resistir a pragas ou doenças, tolerar seca ou suportar a pulverização de defensivos agrícolas como o glifosato, o ingrediente ativo do popular herbicida Roundup.

Brasil e Argentina, os dois maiores produtores da América do Sul, foram os dois únicos países entre os 10 maiores que expandiram o plantio de transgênicos mensuravelmente, adicionando 2 milhões e 0,2 milhões de hectares respectivamente, de acordo com dados do Isaaa.

Globalmente, as safras com uso de biotecnologia --incluindo milho, algodão, soja, canola e outros cultivos-- foram semeadas em 179,7 milhões de hectares em 28 países em 2015, uma queda ante os 181,5 milhões de hectares no ano anterior, de acordo com o grupo.

(Por Karl Plume)

Brasil aumenta área de transgênicos em 2015

Com 44,2 milhões de hectares (ha) cultivados em 2015, o Brasil aumentou em 5% sua área de culturas transgênicas em relação ao ano anterior, quando haviam sido plantadas 42 milhões de hectares. Trata-se do maior crescimento mundial na adoção de biotecnologia, o que coloca o País como segundo maior produtor de OGMs (atrás apenas dos Estados Unidos, com 70,9 milhões de ha).

Os dados constam em relatório do Serviço Internacional para a Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), divulgado nesta quarta-feira (13.04), Segundo o fundador e diretor emérito do ISAAA, Clive James, a maior aceitação dos transgênicos por parte dos agricultores ocorre porque a tecnologia foi rigorosamente testada e teve sua eficácia comprovada nos últimos 20 anos.

No Brasil, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) bateu recorde na aprovação de novos eventos: 14 plantas transgênicas foram liberadas em 2015 – a maioria em soja, milho e algodão. Entre as novidades se destacou a confirmação comercial do primeiro eucalipto transgênico do mundo.

“A competitividade do agronegócio brasileiro é resultado de uma forte sinergia entre as necessidades do campo, adoção da biotecnologia agrícola e critério científico em avaliações de biossegurança [...] não há um só estudo científico que tenha concluído que eles causam danos à saúde humana, animal ou ao meio ambiente”, afirma a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani.

“Dentre os países em que a biotecnologia está mais presente, o Brasil é o único que consegue expandir área sem avançar sobre áreas de preservação, por meio da recuperação de áreas degradadas”, conclui Adriana.

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