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BLOG DA AMAZÔNIA - Após receber Comitê da Fifa, Acre entra em campo contra surto de dengue - Por Altino Machado

Sábado, 14 Fevereiro de 2009 - 10:43 | Altino Machado


Autoridades do Acre passaram a encarar com realismo um surto epidêmico de dengue no Estado após recepcionarem há 10 dias o Comitê da Fifa na esperança de tornar Rio Branco uma das 12 subsedes da Copa de 2014. É a partir de Rio Branco, a capital de 301 mil habitantes, que a dengue se expande para mais sete municípios e sobrecarrega o atendimento nas unidades de saúde pública.



- Na verdade o número de casos confirmados não reflete a realidade. Na casa de minha mãe, por exemplo, quatro pessoas tiveram dengue, mas nenhum dos casos foi notificado. Já temos mais de 400 casos confirmados em Rio Branco, mas tenho certeza de que esse número é bem maior - comentou Khalil.

O secretário de saúde de Rio Branco, Pascal Khalil, admite que o número de pessoas com dengue na cidade supera o que está conabilizado nos dados oficiais. Segundo Khalil, muitas pessoas não buscam atendimento e permanecem doentes em suas casas.

- Na verdade o número de casos confirmados não reflete a realidade. Na casa de minha mãe, por exemplo, quatro pessoas tiveram dengue, mas nenhum dos casos foi notificado. Já temos mais de 400 casos confirmados em Rio Branco, mas tenho certeza de que esse número é bem maior - comentou Khalil.

Na terça-feira, em Brasília, durante o Encontro Nacional de Novos Prefeitos, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que a situação da dengue no Acre é motivo de preocupação. Segundo o ministro, enquanto na maior parte do país houve redução da média de casos de dengue, no Acre, Espírito Santo, Minas Gerais e Bahia, no entanto, o número de notificações da doença tem superado a média nacional.

Rio Branco é uma das 71 cidades brasileiras que atualmente encontram-se em situação de alerta em relação à dengue. O ano mais crítico foi 2005, quando foram notificados 6 mil casos da doença na cidade. No ano passado, foram 3,7 mil casos.

Dessa vez a situação forçou o governador do Acre, Binho Marques (PT), e o vice-prefeito de Rio Branco, Eduardo Farias (PC do B), que é infectologista, a comandarem a mobilização de um mutirão contra a dengue.

- Nosso inimigo não é fácil, é resistente - reconheceu Marques uma semana após a passagem do Comitê da Fifa, cuja recepção na verdade concentrava mais a atenção das autoridades enquanto a doença se expandia.

Governo e prefeitura agora correm para intensificar ações de combate ao mosquito e contratar mais agentes de endemias. Já foram mobilizados 142 agentes e 50 soldados do Exército em ações específicas de combate ao vetor, todos trabalhando com materiais e equipamentos adequados.

Também foram mobilizados 462 agentes comunitários de saúde, 22 agentes ambientais e mais de 50 instituições parceiras nas ações de educação em saúde e mobilização social.

O atendimento da população está acontecendo em regime especial em três centros de saúde, das 7 às 22 horas, de domingo a domingo. Segundo a Vigilância Epidemiológica e Ambiental de Rio Branco, os casos graves são classificados pelos profissionais de saúde e encaminhados para o Pronto Socorro.

Uma Comissão Institucional foi criada pelo prefeito Raimundo Angelim (PT), sendo coordenada pelo vice-prefeito, em parceria com o secretário de Assistência à Saúde do Estado, Thor Dantas. A comissão é encarregada de mobilizar a participação de instituições governamentais e não governamentais no combate ao mosquito.

- Rio Branco está mais exposta à doença porque é a cidade com a maior concentração populacional. Nem todas as cidades tem o mosquito, mas ele está se espalhando e em algum momento deve chegar a todas elas. Os municípios que estão livres do mosquito são aqueles cuja área rural é predominante. O surto epidêmico da dengue parece se intensificar a cada quatro anos - observou Thor Dantas.


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