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Brasil - diálogo urgente!
Sábado, 20 Maio de 2017 - 11:29 | Por Marcelo Thomé
O Brasil - cujo povo se notabilizou mundo afora como o mais cordial entre todos os povos - passa por um momento de acirramento de ânimos como poucas vezes se registrou na história. Penso que além de reformas em várias áreas da economia e da política, precisamos reformar a prática da cordialidade.
Precisamos restabelecer a nossa capacidade de diálogo.
Somos uma nação única, mas, de algum tempo para cá, fomos estimulados a agir como se fossemos vários países, em conflito dentro do mesmo território.
Isso é perigoso à nossa integridade.
Sempre tive a convicção que a modernização da legislação trabalhista traz como princípio a valorização do diálogo.
Na tentativa de compreender às opiniões contrárias, percebe-se, claramente, que a capacidade de diálogo vem se dispersando ao longo do tempo, dando lugar ao acirramento dos embates, revestidos cada vez mais de caráter ideológico.
É fundamental que restabeleçamos nossa capacidade de diálogo nas relações de trabalho e nas relações cotidianas mesmo, mas, sobretudo, entre as instituições, entre os poderes constituídos.
Temos de reencontrar a unidade nacional, como forma de superar nossas adversidades e fazer a transição política sem maiores solavancos.
O divisionismo ideológico só interessa aos que não desejam a unidade do Brasil como Nação.
Como empresário e representante de uma entidade representativa do segmento industrial, acredito que devemos seguir trabalhando, buscando atingir metas e objetivos, mantendo o bom astral, resgatando a capacidade de dialogar – eliminando o antagonismo do ‘nós contra eles’, posto que somos uma Nação com características de unidade como nenhuma outra no mundo -, e fortalecer as instituições.
São as instituições que salvarão o país do abismo. Não os homens, como vem sendo demonstrado nos últimos anos.
Penso que é chegada a hora das cabeças pensantes brasileiras – independentes de preferências partidárias – se sentarem para estabelecer um novo sistema político. A política deve seguir seu caminho sem afetar os marcos regulatórios da macroeconomia.
Urge restabelecermos o diálogo ou essa grande nação chamada Brasil continuará navegando ao sabor dos interesses corporativos. E a quem isso interessa?
Certamente, não aos empresários e aos trabalhadores.
O autor é presidente da Federação das Indústrias de Rondônia e presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-RO