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Cultivo de flores e rosas em Rondônia: “negócio para alemão teimoso”

Terça-feira, 14 Junho de 2016 - 18:41 | Flávia Rosane e Ivonete Gomes


Em Vilhena, família dedicada ao plantio de hortaliças investe em floricultura e garante boa produtividade em clima tropical.

Cultivar flores e rosas em clima tropical é coisa de alemão teimoso. É assim que a família Zonta define o próprio empreendedorismo que teve pontapé inicial com o plantio de verduras na década de 80, quando o casal de catarinenses e os filhos se instalaram em uma pequena propriedade do município de Vilhena.

O cultivo de hortaliças foi ideia da mãe, a produtora Zélia Zonta. Enquanto o marido se dedicava ao extrativismo de madeira, ela produzia variadas verduras no quintal de casa e vendia o excedente a vizinhos e amigos. Não demorou muito para que toda a família passasse a apostar e a se dedicar exclusivamente à atividade.

Utilizando técnicas agrícolas como a plasticultura e investindo em viagens a feiras voltadas à transferência de tecnologia, a Chacará Zonta passou a produzir em escala comercial e se tornou um dos maiores fornecedores de hortaliças do Cone Sul de Rondônia. “Hoje, fornecemos também para Porto Velho e Manaus”, diz a produtora Zélia.

Com o negócio encaminhado, Zélia Zonta, passou a dedicar parte do tempo a uma antiga paixão: cultivo de flores e rosas. A história se repetiu. Os vizinhos encomendavam vasos e não demorou muito para que o excedente de produção estivesse nas prateleiras do maior supermercado de Vilhena. Novamente, a família buscou conhecimentos em feiras, principalmente em Holambra (SP). Hoje, a floricultura representa 20% dos ganhos da família Zonta.

As variedades são cultivadas em 17 estufas cobertas por um plástico que protege as plantas dos raios UV. Para manter a boa produtividade das mudas, substituídas em média a cada cinco anos, o filho da produtora Zélia, Jonas Zonta, não descuida do plantio. Divide o tempo entre a administração da empresa e os cuidados com o manejo para eliminar as pragas e doenças. O ácaro rajado é o maior dos pesadelos. “Estamos utilizando um acaricida, mas notamos que a praga criou resistência. Vamos aproveitar nossa próxima viagem à feira em Holambra para ver se há alguma novidade no mercado”, diz Jonas.

Mesmo com algumas perdas contabilizadas em períodos sem datas comemorativas, o empreendedorismo da família Zonta tem mostrado bons resultados. A produção modesta que começou no jardim da matriarca chega hoje a 4 mil gérberas e mil rosas por semana. Somadas as colheitas das variedades kalanchoe, gipsófilas (mosquitinho), tango, crisântemo, violeta, dália e ásper, a produção chega à casa de 16 mil unidades por mês. Um rendimento em torno de R$ 600 mil por ano.

A Chácara Zonta tem caminhões com duas viagens agendadas por semana para o transporte dos produtos até Porto Velho e Rio Branco. “Já estamos comprando um ¾ (caminhão) com câmara fria e esperamos a reabertura da BR-319 para abastecermos o mercado de Manaus”, diz o “teimoso alemão” Jonas Zonta.

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