Artigos
Dia do Trabalho
Sexta-feira, 02 Maio de 2014 - 09:54 | Gessi Taborda
Pela história dessa data, não há como falar de trabalho sem nos atermos as lutas de classes e de formação do proletariado de inspiração socialista capitaneada por Karl Marx, principal teórico do socialismo científico a partir do seu “Manifesto Comunista” em 1848, com F. Engels. Por isso, afirmo que este dia é um dia de comemoração, não de descanso, senão pela memória inigualável do patrono Marx, mas pelas conquistas práticas a que chegaram suas idéias a partir do sec. XX, tanto no que se refere a liberdade de pensamento e ação, quanto as melhoria das condições de trabalho e na possibilidade real, apesar ainda da exploração e alienação do trabalhador, de uma mobilidade social ascendente ou ainda uma evolução da estratificação profissional e econômica.
TRABALHO É DIGNIDADE
TRABALHO É DIGNIDADE
De alguma forma, o trabalho sempre esteve vinculado ao homem, mesmo durante o primitivismo histórico distante do trabalho assalariado imputado pela onda das revoluções industriais, cuja existência denotou os extremos da oferta e da procura sob o impacto do liberalismo inglês teorizado por Locke. O próprio Marx afirmava que o trabalho é digno do homem, não a exploração predatória da sua força de trabalho, como condenado ao castigo de não possuir os meios e instrumentos de produção e assim, de algum modo o trabalho nos espelha, basta observar a afirmação de Charles Schulz: “O que fazemos durante as horas de trabalho determina o que temos; o que fazemos nas horas de lazer determina o que somos.”
PESSOAS PEQUENAS
É, neste diapasão nossa reflexão, pequena é bem verdade, mas uma oportunidade para repensar os caminhos íngremes pelos quais passou o trabalhador na história da humanidade, seja qual for o trabalho, pois não o classificamos em tipos, mas ao ato de laborar, de fazer algo para reproduzir nossa existência ou melhorar a qualidade de vida ao patamar da dignidade humana, pois como afirma Elena Bonner: Assim com não existem pessoas pequenas na vida, sem importância, também não existe trabalho insignificante”.
COMO DANTES
O reajuste do salário-mínimo anunciado pelo governo é ridículo e se choca com a realidade dos preços dos alimentos. Os pobres estão ficando cada vez mais pobres no Brasil e os ricos, cada vez mais ricos. Meu salário fica mais curto a cada fim de mês. De qualquer maneira, aproveite bem esse Dia do Trabalho. A situação poderá ficar, ainda, muito pior se não conseguirmos mudar de verdade a política desse país, onde a corrupção reina impunemente.
DESINTERESSE
Se nos bastidores da política a briga pelo Palácio do Planalto está cada vez mais acirrada, a grande maioria dos brasileiros continua alheia a ela. A pesquisa feita pela Confederação Nacional de Transportes (CNT)/MDA entre os dias 20 e 25 deste mês revela que apenas 14,1% dos eleitores estão muito interessados nas eleições de outubro e 27,1% têm um interesse “médio”. Os poucos interessados ou aqueles que não têm nenhum interesse no assunto somam 58,2%. Uma provável explicação para o desinteresse é o pessimismo em relação ao Brasil.
E AQUI?
Nenhuma pesquisa sobre o assunto andou sendo feita recentemente em Rondônia. Mas é fácil deduzir. Se na disputa pela presidência, com candidaturas definidas, o eleitor está se lixando para as eleições, imagine aqui nessa “terra de Rondon” onde praticamente as candidaturas não estão consolidas, já que boa parte dos pretendentes pode ser barrada no baile por falta de uma ficha completamente limpa para apresentar na Justiça Eleitoral. Para a maioria do povão, esse conversa de eleição não vai entrar na roda antes da realização da Copa.
É VERDADE
Expedito Júnior é potencial candidato à disputa pelo Palácio Getúlio Vargas (tem, claro, que resolver o provável impedimento decorrente de sua cassação como ex-senador por compra de votos). Ele, como a coluna já repicou tantas vezes, também está convicto de que o povo rondoniense quer mudança. Se ele sabe disso, como tem coragem de apresentar Noedi Carlos (envolvido em várias denúncias por envolvimento em escândalos investigados pela PF) como seu candidato a vice-governador???
CONTRADIÇÃO
Vai ser muito difícil ao jovem de Rolim que ficou miliardário depois de entrar na política convencer o eleitorado de que ele representa a mudança tão desejada. Exatamente pelo tipo de comprometimento de Expedito já tem gente espalhando um zumzumzum de que Ayres do Amaral (um dos coordenadores de sua última campanha) já anda se sentindo garantido para a Fazenda ou Casa Civil, se o tucano emplumado chegar lá.
FUTEBOL DE RICO
Os pobres que moram fora das cidades-sede de jogos da Copa vão ficar fora das arenas. Nem todos vão ter dinheiro para pagar passagem de ida e volta até o local dos jogos, comprar entrada cara, pagar hotel, refeições e ainda correr risco na viagem. Só os ricos vão poder assistir aos jogos que quiserem. Futebol não é mais um espetáculo para pobres.
É DO BARALHO
Existe uma falta de precisão nos números do déficit da educação infantil de Porto Velho. Há, e isso ninguém nega, uma falta imensa de vagas na educação infantil da capital rondoniense. Sempre houve muita promessa e conversa, especialmente na gestão passada, de criação de novas vagas. Mas, como se sabe, o prefeito anterior era especialista em fazer propaganda e promessas quase nunca cumpridas. Ninguém sabe com exatidão o número de crianças que não têm vaga em creches de Porto Velho.
SÓ ISSO?
E ai vem o prefeito Mauro Nazif, depois de praticamente um ano e meio à frente da gestão municipal, se vangloriar com o anúncio da construção de três creches na cidade (bairros Esperança da Comunidade, Pantanal e Ronaldo Aragão), como se com isso estivesse fazendo uma revolução. E não pense o leitor que as três creches anunciadas serão feitas pelos recursos próprios da prefeitura. Não, esse anúncio só está sendo possível porque Nazif terá apoio do “Pró Infância”, do governo federal.
PERGUNTINHA
Esta é mais uma pergunta que não quer calar. Existe alguma rua visualmente atraente em nossa mal amada capital rondoniense? A maioria delas (as ruas, claro) é esburacada, o asfalto é irregular, as sinalizações de trânsito (faixas de pedestres, lombadas, etc) não são pintadas com tintas reflexivas ou simplesmente não existem, etc, etc.
Outra praga, perigosa dos tempos atuais: caçambas de entulho colocadas sem nenhum critério de segurança que ficam dias e dias em ruas com trânsito pesado. E lamentável, mas falta fiscalização para tudo. Aliás, aqui só existem os fiscais da fábrica de multas da Semtran. A prefeitura nunca tem uma conduta apropriada para uma cidade que é capital de estado.