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Exemplo planetário

Sexta-feira, 23 Maio de 2014 - 09:15 | David Nogueira


Exemplo planetário

Li, nesta semana, uma notícia interessante sobre a decisão tomada pela badalada família de meu xará David Beckham e de sua esposa Victoria Beckham. O rebento mais velho do casal, o jovem Brooklyn Beckham, acaba de arranjar um “trampo” em uma lanchonete londrina, na qual ganhará algo em torno de R$9,00 por hora. A justificativa do milionário casal foi curta, direta, objetiva e, reconheço, extremamente pedagógica. Segundo o qualificado peladeiro inglês, o trabalho é muito importante para a formação das pessoas e para a valorização do ser humano. O moço quer ganhar seu próprio dinheiro, e os pais anseiam que ele saiba o quanto o vil metal custa a ser ganho.



2.    Pronto, mas incompleto

A Inglaterra é um país pronto e bem acabado nos detalhes. As cidades possuem saneamento básico de qualidade em todas as rebimbocas da parafuseta. Os cidadãos bebem água das torneiras sem maiores traumas.  As fiações elétricas, fibras óticas, gás e outras bugigangas estão todas enterradas. Na mesma esteira, as cidades são funcionais no transporte popular, arborizadas e com espaços públicos exemplarmente limpos, acessíveis e democráticos. Há hospitais e escolas de todos os níveis, em todos os cantos (nem sempre de graça). Não obstante essa fartança, o país da Velha Rainha não vive longe da dura realidade europeia. Com mais de 2,6 milhões de desempregados e com falta de trabalho informal para muita gente, os esnobes britânicos convivem com tempos difíceis. Ainda assim, a crise de lá possui outras cores, perfumes e tons... Ao se observar do lado de fora, nota-se que “o drama econômico” serviu apenas para cortar o caviar pela metade (ou um pouco mais)... a grande maioria deles (em relação a boa parte do mundo) continua “comendo caviar”... reduzido.
 
3.    Crise degeneradora


Esse papo furado todo surgiu do cruzamento da leitura de outro artigo, encontrado no site do jornalista Luís Nassif. Nele, o autor se reportava a um texto publicado pela BBC, a relatar o drama causado pela falta de trabalho naquela sociedade. Segundo uma pesquisa da fundação Prince'sTrust, a falta de perspectivas está criando um exército de zumbis funcionais no Reino Unido. Cerca de 750 mil jovens (entre 16 e 25 anos) na Velha Ilha reconhecem “não ter objetivos na vida”. Desse total, 250 mil pessoas não possuem trabalho há mais de seis meses; um terço pensa no suicídio como algo possível e cerca de 24% já se autoimolou.

4.    Percepção do seu gesto

O chutador de bola Beckham mostra possuir talento para a educação e, também, para aformação cidadã. Gol de placa! Ao apoiar e incentivar a decisão do pirralho em trabalhar (apesar da fortuna familiar), os pais dão um bom exemplo para o país britânico e para o mundo, que sempre os observa com curiosidade. O moleque, temos que reconhecer, tinha tudo para ser um desses mauricinhos mimados, boçais e chatos. Um daqueles pentelhos não respeitadores de nada e de ninguém, com completo desconhecimento do valor das coisas, das relações humanas e da vida. Pode até ser que tudo isso não resolva nada, que o moleque seja geneticamente um purgante. Não importa. O fato a ser destacado nisso é a escolha do caminho.

5.    Construindo o Brasil

Nas bandas tupiniquins, estamos longe de viver em um país pronto, acabado e perfeito. Pelo contrário, nestas terras, muito ainda há por ser feito em todos os campos e aspectos da vida social. O melhor caminho para tal objetivo, segundo é difundido, é a educação e a formação do indivíduo, com vistas à plena cidadania. Nesse sentido, entre outros aspectos, penso que deveria haver um grande esforço da nação, nos próximos anos, em prol de alavancar, de fazer avançar a atual Rede Federal de Educação Técnica, ou seja, os denominados Institutos Tecnológicos. Esses espaços de formação com qualidade possuem a força de promover uma revolução. Essa proposta não só traz um vigor à formação dos jovens, como a torna referência de qualidade a ser seguida pelos Sistemas Municipais e Estaduais de Educação.
Por que não?
... afinal, a “sorte” nos ajuda com o pleno emprego!

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