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Fala que eu te escuto! – A importância da comunicação

Segunda-feira, 09 Abril de 2018 - 08:41 | por Juliana Maria de Oliveira


Fala que eu te escuto! – A importância da comunicação

A busca por melhores maneiras de se comunicar é constante no nosso dia a dia. Seja no trabalho, nos relacionamentos amorosos, com a família ou os amigos, estamos sempre recebendo e repassando informações, histórias, sentimentos e necessidades.

Comunicar-se é essencialmente uma atividade de troca. Ao nascer, o bebê, recebe uma infinidade de estímulos visuais, sonoros, táteis e de movimento, que vai aprendendo e utilizando para demonstrar suas vontades para os pais. E assim, conforme crescemos, vamos alcançando novas maneiras de se comunicar, refinando e modificando essa habilidade conforme nossa idade, grupos que frequentamos, estímulos que recebemos e pela observação.

A comunicação entre seres humanos não se restringe a componentes objetivos. O modo de se comunicar em uma sociedade é resultado de uma junção de fatores subjetivos como a educação recebida, cultura passada entre gerações, experiências vividas e, principalmente, influências recebidas no contexto da infância, etapa de formação da personalidade das pessoas.

Dessa forma, é muito importante que pais e educadores estejam atentos aos tipos de estímulos e de comunicação que estão usando com crianças e adolescentes. Por exemplo, adultos que interrompem a criança quando ela está contando algo importante podem contribuir para a formação de um futuro adulto incapaz de dar importância para seus próprios sucessos ou de expressar seus sentimentos e vontades de modo claro por pensar que: “ninguém nunca me escutou mesmo, ninguém se importa”. Por outro lado, pais e educadores que atendem à comportamentos autoritários de crianças e adolescentes, podem contribuir para o crescimento de adultos incapazes de ouvir adequadamente e frustrados ao descobrirem que nem sempre suas vontades serão atendidas se não forem comunicadas adequadamente e no tempo correto.

Podemos ver no dia a dia que essa mistura de características gerais e pessoais da comunicação justifica a existência de tantos conflitos neste campo. Apesar de termos acesso às mesmas ferramentas (fala, gestos, sinais) cada um as utiliza de acordo com a sua singularidade. Por vezes queremos dizer algo e o receptor entende algo completamente diferente, resultando em um comportamento totalmente fora do esperado e então surgem as brigas e frustrações. Podemos culpar alguém por isso? Na verdade não, pois o emissor e o receptor devem estar atentos à como utilizar a comunicação universal da melhor maneira possível e ter a consciência de que cada um tem um universo de interpretações baseadas na sua subjetividade. Algumas dicas podem ser sempre lembradas para quem deseja se comunicar com clareza com seus pares:

• Seja um bom ouvinte: Essa dica pode parecer clichê, mas para se comunicar bem é necessário entender corretamente o que o outro quer te dizer. Ouvir é a base da verdadeira comunicação e do diálogo, sem ouvir e compreender o outro as pessoas se encontrarão em monólogos coletivos que contribuem apenas para o aumento de interpretações errôneas e à fuga da solução de problemas.

• Perceba seu corpo: Em certas ocasiões dizemos uma coisa com a fala e nosso corpo diz outra, às vezes isso pode acontecer sem que a gente perceba. Em entrevistas de emprego isso é muito observado, por exemplo, quando o candidato se diz extrovertido, mas apresenta uma postura mais fechada e introvertida. Inclusive, gestos manuais podem expressar negação enquanto se afirma algo positivamente pela fala.

• Não suponha, pergunte! : Essa é uma dificuldade muito comum, uma pessoa fala, a outra finge que entende e o resultado é um grande emaranhado de conclusões erradas. Algumas pessoas podem ter dificuldade em fazer perguntas que esclareçam suas dúvidas por medo de incomodar a outra pessoa ou parecer pouco inteligente, isso é comum no relacionamento com chefes e pessoas que consideramos autoridades ou com aqueles que nos passam uma postura de superioridade e reflete sentimentos de insegurança. Tenha sempre em mente, que é melhor perguntar para se mostrar interessado em compreender a mensagem, e que se o outro se preocupa em ter uma boa comunicação esclarecerá sem lhe julgar negativamente.
A comunicação pode parecer algo simples, mas ela está muito além de falar e escutar, mostrar e ver. Ela envolve toda a nossa subjetividade, nossos desejos, nossa personalidade, nossos medos e convicções. Comunicar-se é o instrumento de construção das nossas relações e precisamos ficar atentos ao seu ajuste para conservar a nossa saúde como um todo, seja física ou mental. Às vezes aprendemos com a vida e com as outras pessoas, em outros momentos podemos precisar da ajuda de um bom ouvinte profissional.

*Juliana Maria de Oliveira é Psicóloga, formada pela Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Especialista em Gestão Organizacional e de Pessoas pela Universidade Federal de São Carlos - UFSCar. Atende atualmente na clínica Fábrica de Competências em Porto Velho.


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