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Insanidade coletiva endêmica!
Sexta-feira, 09 Maio de 2014 - 15:33 | David Nogueira
O povo está ficando pirado. Nesse caminhar, nossa capacidade de indignação vai atingir o estágio de sequer ser forte o suficiente para dobrar uma banana madura. Vivemos momentos difíceis e de desentendimento total entre as autoridades políticas, jurídicas e fiscalizadoras... Uma confusão sem fim, na qual o menos importante é o bom senso, o interesse público ou o fortalecimento da cidadania. Peguemos o caso de Rondônia, em especial, Porto Velho. Nossa cidade vive um caos paisagístico digno dos filmes de terror. Em todas as direções são cenas terríveis, horripilantes, catastróficas. Parecem as cenas de filmes hollywoodianos povoadas por monstros e guerras que destroem até mesmo as ervas daninhas... nossa cidade está a meio caminho disso!
2- Nomes lambuzados...
Eu não vou falar de responsáveis em particular. Tenho medo de ser injusto e de me esquecer de alguém importante nesse processo. Umas mais, outras menos, todas as gestões fizeram lambanças monumentais. O incompreensível é o fato desses erros sempre caminharem no sentido de prejudicar (ainda mais) a população e não os responsáveis de fato e de direito. O cidadão comum não quer saber se houve problema na licitação de A ou de B. Se o contrato foi aditivado de forma irregular ou faltou a assinatura do Papa Francisco. Se as medições e fiscalizações foram feitas de forma criminosa ou displicente. O cidadão quer saber quando a obra vai ficar pronta, acabada e funcional. Apenas isso. Cabe aos órgãos legais atuarem fortemente contra os delinquentes, trombadinhas e pilantras do dinheiro público.
3- Um exemplo marcante, mas não único
Peguemos as obras dos viadutos (imagem suprema da incompetência elevada à décima potência), ou parte das obras do Programa Minha Casa Minha Vida, ou as obras de Água e Esgoto da capital... uma vergonha de ruborescer até o Iniageoffrensis (Boto-Rosa) que evita passar perto do Cai N’Água!
Depois de identificado o problema, um Poder Público qualquer vem e “manda parar a obra para se apurar tudo”... muito bem, bonito, sensacional! Alguém faz lambança, e o penalizado pelo parar sem fim da obra é o cidadão. Alguém com uma canetada suspende serviços em andamento para “estudar os detalhes” e depois decidir o que fazer.
4- ESTÁ MUITO ERRADO!!!
Os órgãos de fiscalização não poderiam agir dessa forma, e o Poder Judiciário já deveria ter feito sua parte... há muito tempo (há uns 200 anos). Se for identificado algum problema, ótimo. Perfeito. Suspende por um período de 30 dias e concentra esforços para que a obra volte a andar rapidamente. Ao parar indefinidamente serviços realizados, alguns deles se perdem (por vezes totalmente), benefícios deixam de chegar ao cidadão, empregos são extintos, prejuízos maiores são patrocinados com a mão forte, bruta e, por vezes, burra do Estado. As possíveis pessoas responsáveis pelas “cacas” já são conhecidas até pelos candirus de São Carlos, então por que as obras permanecem paradas? Cadê alguém da Justiça para chegar e dizer: - “Terminem logo essa meleca de obra, que eu vou atrás dos ratos!”
5- Cabe a Justiça MANDAR fazer
O Estado e várias outras cidades estão perdendo dinheiro por falta de bom senso e autoridade. Segundo o ex vereador Cláudio Carvalho, a água e esgoto de Porto Velho possuem mais de 600 milhões de reais parados (há mais de 5 anos) e em vésperas de serem perdidos... Os viadutos, cujo valor final, conforme o DNIT, passa de 140 milhões... sem comentários. Temos 90 milhões em financiamento para mobilidade urbana (parados na CEF) que não serão usados... 25 milhões do Parque das Águas, também na Caixa, deverão ser perdidos. Mais de 100 milhões de reais do Programa Minha Casa Minha Vida estão estagnados!!!!... Etc., etc., etc., ... Isso não pode continuar nesse ciclo vicioso totalmente nocivo à sociedade.
A Justiça que mandou parar... deve assumir o ônus da decisão e “mandar” concluir as obras. Processem os trombadinhas, determinem os seus afastamentos, chamem a louca da Rachel Sheherazade, mas toquem as obras. Caso isso não ocorra, corremos o risco de ver surgir, de maneira grotesca, tacanha e infame o discurso e a valoração de que “ele roubava, mas fazia!”. É preciso entender que se ele não roubasse, era possível fazer muito mais... e melhor!