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Juízo de valor
Domingo, 21 Setembro de 2014 - 09:34 | ANTONIO WILSON
Somos impelidos a julgar impiedosamente. Julgamos tudo e a todos. O Neymar é cai-cai, o Neimar é craque.
Nada escapa ao tribunal constituído em nossa mente. Para nossa alegria (e preocupação) temos o livre arbítrio para decidir por nós. Entretanto também desejamos utilizar a mesma prerrogativa para promover sentenças quanto a tudo o que gira ao nosso redor.
Nascemos com o senso crítico e crescemos com a mania de apontar de forma inconsciente o que deve e o que não deve ser feito ou desfeito. É assim que a seleção brasileira de futebol é treinada. Somos 200 milhões de técnicos com suas táticas pessoais e intransferíveis.
Julgamos. A vizinha que rebola, o colega que toma todas, o aluno que estuda pouco, a garotada que não saí da frente de uma tela computador, smartphone, tanto faz. Julgamos sem dó nem piedade.
Alguns de nós vamos ao extremo. Julgam a si mesmos com uma intensidade brutal. Para exemplificar tenho um fato concreto. Quero adiantar que o fato não ocorreu em Porto Velho. Vamos em frente. Certa feita uma cliente insatisfeita com alguma coisa na concessionária que eu gerenciava saiu-se com essa pérola ao iniciar um diálogo e pleitear seus direitos: eu sou nojenta, eu sou muito nojenta e....
Coube-me apenas ficar em silêncio ante aquela declaração de auto amor às avessas. Pensei com meus botões: se ela está dizendo, quem sou eu para retrucar. Fui a busca da solução que o caso requeria e daí em diante foi tudo uma questão de rotina.
A frase seguinte é fato ou julgamento? "A vida é um longo caminho que começamos a trilhar desde o primeiro dia, no começo engatinhando, depois caminhando passo a passo até conquistarmos a confiança necessária para correr, sim, correr, pois o caminho é longo e o sucesso não espera."
Dependerá, decerto, do ponto de vista de cada um. Diversos fatores podem ser considerados de forma subjetiva. Fato concreto é que ao decidir por um dos dois caminhos será sempre importante levar em consideração que está em jogo os aspectos de lisura com a forma de enxergar o enunciado.
É imperioso fazer a correta distinção entre fato e julgamento. O primeiro para ser considerado como fato, de fato, deverá ter muito mais que apenas as informações que chegam aos nossos olhos e ouvidos. Há que apresentar subsídios concretos e muitas vezes até mensuráveis para garantirmos a afirmação sob pena de confundirmos fato com julgamento. Um exemplo de fato: baseado em critérios econômicos e com um cabedal aprofundado de números nosso PIB no ano que passou teve como resultado apenas 0,9% de crescimento.
Por outro lado o julgamento é uma forma mais acentuada do comportamento humano porque precisa de informações superficiais. Partimos do princípio que nossos valores são a baliza para que uma determinada situação esteja certa ou errada. É muito mais fácil desencadear essa reação porque ela prescinde da concretude de um banco de dados. Chamamos a isso de julgamento de valor. Então, o que é o Neymar?
Alertamos para o cuidado que devemos ter em ambos os casos. Cabe uma dose de prudência, conclamar a assertividade e, principalmente, manter uma conduta ética reconhecendo a imperfeição nossa de cada dia.
Ainda que exista um fato e entendermos por bem julgá-lo, será de bom alvitre manter a parcimônia, compreendendo que não somos os donos da verdade. A vida nos concede com muita velocidade a capacidade da inversão. Num dia somos pedra e podemos num piscar de olhos tornarmo-nos telhado.
Voltando a frase proposta como exercício acima, ela é fato sim (pelo meu julgamento). Basta olhar para trás enxergar quantos passos já caminhamos até obter o tão sonhado sucesso.
Nada escapa ao tribunal constituído em nossa mente. Para nossa alegria (e preocupação) temos o livre arbítrio para decidir por nós. Entretanto também desejamos utilizar a mesma prerrogativa para promover sentenças quanto a tudo o que gira ao nosso redor.
Nascemos com o senso crítico e crescemos com a mania de apontar de forma inconsciente o que deve e o que não deve ser feito ou desfeito. É assim que a seleção brasileira de futebol é treinada. Somos 200 milhões de técnicos com suas táticas pessoais e intransferíveis.
Julgamos. A vizinha que rebola, o colega que toma todas, o aluno que estuda pouco, a garotada que não saí da frente de uma tela computador, smartphone, tanto faz. Julgamos sem dó nem piedade.
Alguns de nós vamos ao extremo. Julgam a si mesmos com uma intensidade brutal. Para exemplificar tenho um fato concreto. Quero adiantar que o fato não ocorreu em Porto Velho. Vamos em frente. Certa feita uma cliente insatisfeita com alguma coisa na concessionária que eu gerenciava saiu-se com essa pérola ao iniciar um diálogo e pleitear seus direitos: eu sou nojenta, eu sou muito nojenta e....
Coube-me apenas ficar em silêncio ante aquela declaração de auto amor às avessas. Pensei com meus botões: se ela está dizendo, quem sou eu para retrucar. Fui a busca da solução que o caso requeria e daí em diante foi tudo uma questão de rotina.
A frase seguinte é fato ou julgamento? "A vida é um longo caminho que começamos a trilhar desde o primeiro dia, no começo engatinhando, depois caminhando passo a passo até conquistarmos a confiança necessária para correr, sim, correr, pois o caminho é longo e o sucesso não espera."
Dependerá, decerto, do ponto de vista de cada um. Diversos fatores podem ser considerados de forma subjetiva. Fato concreto é que ao decidir por um dos dois caminhos será sempre importante levar em consideração que está em jogo os aspectos de lisura com a forma de enxergar o enunciado.
É imperioso fazer a correta distinção entre fato e julgamento. O primeiro para ser considerado como fato, de fato, deverá ter muito mais que apenas as informações que chegam aos nossos olhos e ouvidos. Há que apresentar subsídios concretos e muitas vezes até mensuráveis para garantirmos a afirmação sob pena de confundirmos fato com julgamento. Um exemplo de fato: baseado em critérios econômicos e com um cabedal aprofundado de números nosso PIB no ano que passou teve como resultado apenas 0,9% de crescimento.
Por outro lado o julgamento é uma forma mais acentuada do comportamento humano porque precisa de informações superficiais. Partimos do princípio que nossos valores são a baliza para que uma determinada situação esteja certa ou errada. É muito mais fácil desencadear essa reação porque ela prescinde da concretude de um banco de dados. Chamamos a isso de julgamento de valor. Então, o que é o Neymar?
Alertamos para o cuidado que devemos ter em ambos os casos. Cabe uma dose de prudência, conclamar a assertividade e, principalmente, manter uma conduta ética reconhecendo a imperfeição nossa de cada dia.
Ainda que exista um fato e entendermos por bem julgá-lo, será de bom alvitre manter a parcimônia, compreendendo que não somos os donos da verdade. A vida nos concede com muita velocidade a capacidade da inversão. Num dia somos pedra e podemos num piscar de olhos tornarmo-nos telhado.
Voltando a frase proposta como exercício acima, ela é fato sim (pelo meu julgamento). Basta olhar para trás enxergar quantos passos já caminhamos até obter o tão sonhado sucesso.