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Marina saiu do PT, mas não saiu da Frente Popular do Acre
Domingo, 23 Agosto de 2009 - 19:47 | Altino Machado
O petista Jorge Viana, ex-governador do Acre e presidente do Conselho de Administração da Helibras, tentou minimizar o impacto da saída da senadora Marina Silva (sem partido-AC) do Partido dos Trabalhadores. Contudo, durante entrevista coletiva neste sábado, 23, Viana admitiu que a saída da ex-ministra do Meio Ambiente impôs o desafio de um “rearranjo” na coligação Frente Popular do Acre, que está a caminho da quarta gestão no governo estadual.
Partido Verde recepciona Marina Silva no Acre
Presidente do Fórum Empresarial de Desenvolvimento Sustentável do Acre, o ex-governador considera a possibilidade de Marina Silva não concorrer a nenhum cargo eletivo, especialmente à Presidência da República, conforme convite feito pelo Partido Verde.
- Há uma nova história no Acre após a saída de Marina do PT. Mas é importante destacar que ela saiu do partido, mas continua na Frente Popular do Acre. Ela, inclusive, pediu para a gente levar o projeto adiante, porque é isso que tem o seu apoio. Tudo envolve sentimento, história, passado e futuro. Nós ficamos para cuidar da herança do bem - afirmou Viana.
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- Ela pode até ficar sem partido, mas jamais ficará sem causa. Sua decisão [de sair do PT] atende a um chamamento de uma causa de vida. É bom destacar que ela não está negando o PT. Quem pegar o caminho para estabelecer o confronto tomará o rumo errado - acrescentou.
Segundo Viana, uma eventual candidatura de Marina Silva à Presidência da República mexerá no jogo da sucessão, que deixará de ser uma eleição “bipolar, entre dois candidatos”.
- Será uma campanha diferenciada, haja vista que Marina tem um talento diferenciado e fora dos padrões. A candidatura de Marina seria muito pequena se fosse pautada no fato de ser contra ou a favor de uma candidatura, como andam dizendo. Sei que ela não se submeteria a isso. Não posso prever aonde ela chegará, mas sei que tem potencial para ir longe.
Ao afirmar que “somos do PT e somos disciplinados partidariamente”, o ex-governador deixou claro que está disposto a votar na ministra da Casa Civil Dilma Roussef, pré-candidata do PT à Presidência da República. Contrariando o que anunciara na imprensa local, Viana negou que tenha sido convidado para ser o coordenador da campanha de Dilma Roussef na REgião Norte.
Viana atribuiu os fracassos políticos do governo e do PT no campo nacional à “uma relação equivocada, que muitas vezes beira a irresponsabilidade” por causa do enfrentamento entre o PT e o PSDB.
- Isso obriga o presidente Lula a fazer alianças com partidos que estão a alguns degraus abaixo do que as duas agremiações pensam. As alianças com outros partidos obrigam o pragmatismo perverso e ruim. Creio que esse confronto nacional do PT e do PSDB é fruto do confronto em São Paulo, Estado onde os dois partidos nasceram e disputam espaço.
Viana lançou dúvidas sobre a composição da chapa majoritária da Frente Popular do Acre. O senador Tião Viana (PT-AC) atua como pré-candidato ao governo estadual desde que o irmão cumpria o segundo mandato de governador.
Na sexta-feira, durante visita do presidente Lula ao Acre, a platéia reservou poucas palmas para Tião Viana, mas o ex-governador foi ovacionado todas as vezes que teve o nome mencionado. Um ex-assessor chegou a gritar “volta, Jorge”.
A “chapa dos sonhos” do governador Binho Marques (PT) seria o senador Tião Viana concorrendo ao governo, tendo Jorge Viana e Marina Silva na disputa para o Senado. Viana disse que nada está definido, sobretudo após a saída de Marina Silva. Uma declaração sutil do ex-governador lança incerteza sobre a candidatura do irmão senador:
- Tenho esperança de que o Tião, caso seja candidato ao governo, ganhe no primeiro turno. Nunca me ofereci para concorrer a nada. Sempre fui convidado. Se for convocado pela Frente Popular, estou pronto para entrar em campo.